Jovem cavalga livremente pela Rua Presidente Pedreira, no Ingá - Barbara Lopes / Agência O Globo |
Leonardo Sodré
Animais estariam sendo utilizados até como moeda de troca por jovens de favelas
NITERÓI - Virou cena comum em Niterói ver jovens cavalgando entre os carros pelas ruas do Centro e da Zona Sul. A incidência é ainda maior em locais próximos a favelas, onde a prefeitura identificou que o uso de cavalos para o transporte e lazer tem crescido entre adolescentes, levando risco ao trânsito e colocando os animais em situação de vulnerabilidade. Para frear esse aumento, a Coordenação Especial dos Direitos dos Animais do município está elaborando uma nova legislação, com regras que proíbem menores de comercializar cavalos e autorizam a Secretaria de Ordem Pública a recolher animais soltos.
— Tem crescido muito, entre os jovens de favelas, o uso de cavalos. É um meio de transporte que pode parecer até romântico, mas não é adequando para a cidade, pois é perigoso para os jovens e para os animais. O que vamos fazer é diminuir a facilidade que eles estão encontrando para adquirir esses animais, que são comprados em feiras e até servem como moeda de troca nas comunidades. Vamos identificar de onde estão vindo esses animais, e a nova legislação nos permitirá agir com maior eficiência — explica Daniel Marques, que assumiu a coordenadoria especial no último dia 9.
O problema causado por animais soltos nas ruas tem preocupado moradores. No mês passado, uma reportagem no site do GLOBO-Niterói mostrou um cavalo machucado e desnutrido abandonado na Rua Doutor Celestino, no Centro. A situação do animal comoveu os pedestres , que se mobilizaram pelas redes sociais para ajudá-lo. O pedido de socorro chegou a um veterinário. Ele foi voluntariamente ao local, prestou os primeiros-socorros ao animal e conseguiu abrigá-lo num sítio em Maricá. Segundo testemunhas, o cavalo teria sido abandonado por um jovem do Morro do Estado. Na última quarta-feira à tarde, um adolescente cavalgava na Rua Presidente Pedreira, no Ingá. Quando viu que estava sendo fotografado, fez questão posar.
Vice-presidente do Centro Comunitário de São Francisco (CCSF), Marinice Machado diz que o bairro tem sofrido com a frequência dos animais nas ruas:
— Mês passado, vários cavalos ficaram vagando no bairro por cerca de 20 dias, sem que qualquer providência fosse tomada. E não é a primeira vez que isso ocorre. Estamos fartos de ver a falta de ação em relação ao abandono e aos maus-tratos. Esses jovens espancam os bichos, chutam e sujam os animais quando se recusam a fazer o que eles querem. Durante o carnaval, quase ocorreu uma tragédia com um ônibus cheio de passageiros que freou em cima de um cavalo na rua do canal (Avenida Presidente Roosevelt).
De acordo com Marques, o recolhimento dos animais atualmente não surte efeito porque, quase sempre, o dono aparece para recuperá-lo e depois os abandona de novo. Ele enfatiza que a legislação, que deve chegar à Câmara até maio, permitirá o recolhimento do animal, mesmo nestes casos, e anuncia que o município comprará uma carroceria para facilitar o resgate. O coordenador explica que fará um cadastro com lugares adequados, em Niterói ou em municípios vizinhos, para recebê-los.
Fonte: O Globo Niterói
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