Um grande amigo, o Paulo Sérgio Paiva, jornalista e educador ambiental, morador de Ilhéus - BA, me encaminhou um grande achado. O vídeo de uma matéria do Globo Ecologia, de 1992, quando eu presidia (1991-1994) a Fundação Instituto Estadual de Florestas - IEF-RJ. Paulo Sérgio trabalhava lá comigo.
O IEF-RJ era o órgão do governo estadual responsável pela gestão dos parques e outras unidades de conservação estaduais, pela administração de hirtos florestais, pela fiscalização do desmatamento e proteção da biodiversidade, além de promover o reflorestamento. O IEF-RJ foi extinto e suas atividades foram incorporadas ao INEA.
Nesta última atribuição, o IEF-RJ promoveu várias frentes de reflorestamento com recursos próprios do IEF-RJ, ou com recursos do Programa Reconstrução-Rio, negociados junto ao Banco Mundial e Caixa Econômica Federal.
Reflorestamentos comunitários: o vídeo do Programa Globo Ecologia, aqui apresentado, abrange as iniciativas que eram desenvolvidas pelo IEF-RJ, nos idos de 1992, na época da realização da Conferência Rio-92. O reflorestamento tinha ênfase mais comunitária e educacional, contava com forte participação dos moradores das áreas beneficiadas e tinha bons resultados. Os plantios eram realizados com a ajuda dos moradores e utilizava mudas produzidas pelo próprio IEF-RJ e equipamentos e insumos fornecidos pelo órgãos.
Reconstrução-Rio: O Reconstrução-Rio foi uma iniciativa do Governo do Estado para responder às trágicas chuvas que janeiro de 1988. A região metropolitana do Rio de Janeiro e outras regiões do estado foram atingidas pelas chuvas, consideradas uma das mais fortes já registradas do Rio. Tradicionais no verão, aquelas chuvas apresentaram elevada precipitação pluviométrica, chovendo em algumas áreas, em 24 horas, o equivalente a três meses de chuvas normais. Tal fato, aliado às características físicas e socioeconômicas da região e a falta de planejamento e investimentos de porte em infraestrutura básica, deixou um terrível balanço com cerca de 280 mortos, 800 feridos e 18.000 desabrigados.
Nesse contexto emergencial foi concebido e aprovado, em um tempo recorde, o Projeto Reconstrução Rio, com um custo aproximado de US$ 300 milhões. Para gerir o Reconstrução-Rio, foi criado o Grupo Executivo de Reconstrução e Obras de Emergência - GEROE.
O Reflorestamento de Encostas era um componente sob a responsabilidade do IEF-RJ. Inicialmente, foi previsto o reflorestamento de 1.200 hectares em 30 encostas, mas em 1993, este componente foi reduzido para 900 hectares no Rio de Janeiro e Petrópolis.
O modelo de implantação do reflorestamento era por meio de empreitada, através da contratação de empresas especializadas. Infelizmente, devido à falta de previsão de manutenção dos plantios no Reconstrução-Rio e também a inexistência de recursos orçamentários próprios fez com que a maior parte do plantio se perdesse nos anos seguintes para o fogo e para a estiagem.
Ficaram as experiências dos acertos e fracassos para inspirar as futuras iniciativas.
Axel Grael
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