quinta-feira, 21 de julho de 2016

BAÍA DE GUANABARA - Secretário do Ambiente do RJ anuncia conclusão da implantação das ecobarreiras e melhorias ambientais



Marina da Glória. Foto divulgação.

Ecobarreira implantada no Rio Meriti. Foto Anderson de Carlos.

Ecobarreira no Rio Meriti. Foto Anderson de Carlos.

Secretário estadual do Ambiente, André Correa, durante entrevista para a imprensa nacional e estrangeira às margens do Rio Meriti. Foto Anderson de Carlos. 


O secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, anunciou durante coletiva, nesta quarta-feira (20/7), que todas as medidas de limpeza do lixo flutuante para as provas olímpicas de vela na Baía de Guanabara estão em execução

O secretário estadual do Ambiente, André Corrêa, anunciou durante coletiva, nesta quarta-feira (20/7), que todas as medidas de limpeza do lixo flutuante para as provas olímpicas de vela na Baía de Guanabara estão em execução. Ao todo, 17 ecobarreiras e 12 ecobarcos, com sistema de inteligência, operam na contenção e coleta de lixo visando a garantia de plenas condições de competição para os mais de 300 velejadores olímpicos, a exemplo do evento-teste Aquece Rio.

Outra novidade anunciada durante a coletiva realizada às margens do Rio Meriti, ao lado de uma ecobarreira, em Duque de Caxias, foi a recuperação da condição de balneabilidade, isto é, de estar própria para banho, da Marina da Glória – local de saída dos velejadores. Além disso, as coletas de amostras da água realizadas pela Gerência de Qualidade da Água (GEAG) do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) passaram a ser diárias a partir de hoje (20/7).

Com esse avanço ambiental, todas as áreas de vela, incluindo as quatro raias olímpicas de dentro da Baía, estão em condições boas para contato primário, mergulho – conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS).

“A Baía não é um corpo homogêneo. O canal central possui condições para banho desde que o Rio foi escolhido como sede das olimpíadas. E não é por uma ação do homem, mas por conta da própria natureza. Nunca foi uma preocupação do Governo a qualidade da água nas áreas de vela. O único ponto fora do padrão era a Marina da Glória e, após a conclusão da obra da Galeria de Cintura, esse problema foi solucionado, inclusive beneficiando a Praia do Flamengo”, garantiu o secretário André Corrêa.

Axel Grael, coordenador do estudo realizado pelo Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael), observa resíduos sólidos e sedimentos retidos na ecobarreira do Rio Meriti.


Elaborado voluntariamente pelo Instituto Rumo Náutico, criado pela família Grael, o plano de trabalho das barreiras de contenção de lixo, conhecidas como ecobarreiras, mapeou os 17 rios responsáveis por 85% da poluição de resíduos sólidos que eram levados para as águas da Baía através de seus rios. No Canal do Cunha, um dos principais poluidores, foram removidas 208 toneladas de resíduos somente no mês de junho. Nos seis meses em que apenas dez ecobarreiras estavam instaladas foram removidas cerca de 2400 toneladas. A 17ª ecobarreira foi implantada na última sexta-feira (15/7) no Rio Estrela, em Duque de Caxias.

No Canal do Cunha, um dos principais poluidores, foram removidas 208 toneladas de resíduos somente no mês de junho. Nos seis meses em que apenas dez ecobarreiras estavam instaladas foram removidas cerca de 2400 toneladas.


De acordo com o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, as novas ecobarreiras são importantíssimas para as plenas condições dos esportes de vela na Baía. Essas barreiras tiveram de ser pensadas de acordo com características específicas para aguentar o lixo pesado, como, por exemplo, sofás, camas, geladeiras, TVs, que são carregados para a Baía através de seus rios. Para isso, sua estrutura passou a ser construída com gradil de aço para reter melhor o lixo. Além disso, as maiores ecobarreiras contam com retroescavadeira para remover a enorme quantidade de lixo retido.


Modelo de ecobarreira que está sendo utilizado para reter o lixo. Foto Anderson de Carlos.


“No último evento-teste Aquece Rio não houve nenhum incidente com lixo flutuante dentro da Baía de Guanabara. Por ironia do destino, a única situação que ocorreu foi com um saco plástico agarrado no leme de um barco em alto mar, na Raia Pai. A possibilidade de aparecer lixo nas áreas de prova é muito baixa, mas lixo zero não existe em nenhuma baía do mundo”, lembrou o secretário, acrescentando que foram estudados casos de várias baías do mundo que utilizam ecobarreiras.

O gerente da empresa ProOceano, Leonardo Marques da Cruz, responsável pelo monitoramento dos ecobarcos, por acompanhamento de GPS, e pela previsão da rota do lixo flutuante nas águas da baía, através de software de computador, explicou os detalhes de operação:

“Desde que começamos a gerenciar os ecobarcos, em agosto do ano passado (2015), temos uma média de 40 toneladas/mês de lixo removido das águas da Baía. Durante as regatas olímpicas vamos atuar atacando o resíduo sólido na parte da manhã, de 6 às 11h, e no cerco das raias olímpicas. Além de duas bases, teremos também uma balsa para otimizar o tempo de descarte de resíduos”, disse Leonardo Marques

Todos os locais de competição de vela, durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, começaram a ser monitorados pelo Inea diariamente a partir de hoje (20/7). Até então, o acompanhamento vinha sendo feito semanalmente. Há 30 anos, o Inea coleta amostras em 21 pontos da Baía de Guanabara e o monitoramento das áreas olímpicas já é feito há três anos.

“Nós fizemos uma bateria de monitoramento dentro da Marina da Glória e nas proximidades da Praia do Flamengo. Foram três semanas consecutivas de quatro medições por dia em todas as condições de maré e em todos os horários,às 10h, 12h, 14h e 16h, e o que a gente verificou foi que a Marina da Glória melhorou consideravelmente, atingindo inclusive contato primário, para banho, e que a Praia do Flamengo teve uma melhora significativa”, disse o gerente de Qualidade da Água do Inea, Leonardo Daemon.

Saneamento Básico do Entorno da Baía de Guanabara

Iniciado em 2012, o Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM), da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), executa duas grandes obras de saneamento: a construção do Tronco Coletor Cidade Nova, na região Central do Rio, e o Sistema de Esgotamento Sanitário de Alcântara, em São Gonçalo. Essas obras contam com recursos de aproximadamente R$ 436 milhões, oriundos de financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

De acordo com o secretário André Corrêa, apesar dos avanços no saneamento, houve dois equívocos cruciais na concepção do primeiro programa da Baía de Guanabara, o PDBG (1993-2006), que tiraram a credibilidade de qualquer ação a respeito da baía.

“O primeiro erro foi de comunicação; prometeu-se que com 2.5 bilhões de reais iriam entregar para a população uma baía limpa, mas hoje sabemos que seriam precisos ao menos R$ 20 bilhões e 20 anos para termos uma baía limpa. O segundo equívoco foi no planejamento; as obras eram contratadas em parte. Uma licitação para a Estação de Tratamento, outra para os troncos coletores e outra para rede, o que aconteceu foi que não houve sincronia entre essas obras e as estações ficaram paradas”, esclareceu o secretário, que ainda ressaltou a concepção de Parcerias Público Privadas (PPPs) como solução para a universalização do saneamento.

A construção do Tronco Coletor Cidade Nova, na região central do Rio, será responsável por captar o esgoto de seis bairros cariocas (Centro, Catumbi, Rio Comprido, Estácio, Santa Teresa e CidadeNova), encaminhando até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Alegria, no Caju. Além de beneficiar diretamente cerca de 160 mil moradores da região, a obra vai contribuir para a despoluição da Baía de Guanabara, evitando que cerca de mil litros de esgoto in natura por segundo deságuem no Canal do Mangue.

Numa outra frente de obras, o Sistema de Esgotamento Sanitário de Alcântara vai levar o saneamento a cinco bairros. Mais de 17 mil novas residências serão interligadas à nova rede e cerca de 30 mil domicílios com rede existente também serão conectados à nova Estação de Tratamento deixando de lançar esgoto in natura nos Rios Mutondo e Alcântara.

Fonte: SEA



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Acesse o estudo realizado pelo Projeto Grael e cedido para a SEA: Projeto Grael divulga relatório para contribuir para a solução do lixo flutuante na Baía de Guanabara


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