Crianças visitando o Projeto Aruanã. Divulgação UFF. |
Integrantes do Projeto Aruanã em Itaipu com tartaruga marinha. Divulgação UFF. |
Placa Projeto Aruanã. Divulgação UFF. |
Integrantes do projeto em trabalho de campo. Divulgação UFF. |
Trabalho de análise genética de tartaruga marinha. Divulgação UFF. |
Tartaruga marinha na praia. Divulgação UFF. |
Com o objetivo de monitorar a presença e a qualidade de vida das tartarugas marinhas existentes na Baía de Guanabara e adjacências, surgiu em 2003 o Projeto Aruanã. Sediado no Laboratório ECOPESCA, Biologia do Nécton e Ecologia Pesqueira do Departamento de Biologia Marinha da UFF, em Niterói, procura não só trabalhar diretamente com as tartarugas, mas também conscientizar a população da cidade em educação ambiental.
Quando começou, o projeto restringia o seu trabalho à região de Itaipu, Niterói, RJ. Com o passar dos anos e constatada regularmente a ocorrência de tartarugas marinhas em outras regiões da Baía de Guanabara, percebeu-se a necessidade de ampliação da área de atuação do projeto. Dessa forma, em 2012, com a licença do SISBio, Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade, foi possível aumentar o alcance da operação e incluir todos os municípios da Baía, posteriormente abrangendo também Maricá em 2014.
Em decorrência dessa expansão no direcionamento da atividade, em janeiro de 2012, o que costumava ser conhecido como Projeto de Monitoramento de Tartarugas Marinhas do Laboratório ECOPESCA, foi batizado de Aruanã. O termo é de origem tupi-guarani e é outro nome que se dá à tartaruga-verde, comumente encontrada nessa região.
A equipe é formada apenas por voluntários, biólogos e estudantes da área, e tem como metas principais realizar um levantamento da ocorrência de animais vivos e da sua mortalidade nessa região. Visa também conhecer melhor as interações deste animal com o meio ambiente marítimo, com a comunidade pesqueira local e sua atividade.
A partir do Projeto Aruanã, obteve-se o levantamento dos primeiros dados sobre a captura de tartarugas marinhas através da pesca de arrasto de fundo industrial no Brasil. A análise e identificação de todas as espécies capturadas, dos locais de ocorrência e da quantidade de animais envolvidos, coloca em evidência a relação desse animal com o lixo presente na Baía de Guanabara e as doenças que o afetam.
“Estamos pesquisando a interação das tartarugas com o lixo através da investigação do conteúdo gastrointestinal de animais encontrados mortos. Recentemente, começamos a fazer análises de sangue para verificar o estado de saúde e análises genéticas para identificar a quais populações as tartarugas pertencem. Esses e outros estudos são realizados no ECOPESCA e em parceria com outros laboratórios da UFF e ONGs”, relata a assessora de imprensa do projeto, Larissa Araújo.
Segundo a assessora, através do monitoramento a partir de capturas intencionais, o projeto detectou a existência de poucas tartarugas em Itaipu. Foi observado que no local estão presentes sempre os mesmos exemplares da espécie que lá residem e poucos novos animais chegam à região. Com base nesse dado, teses de doutorado estão sendo desenvolvidas para analisar o resultado desse estudo.
A equipe do Aruanã é formada pelo Coordenador Geral Professor Doutor Cassiano Monteiro-Neto, a Coordenadora Técnica e Científica e Mestre em Ciência Suzana Machado Guimarães e as biólogas: Amanda Vidal (Coordenadora de Educação Ambiental), Alicia Bertoloto (Gestora do banco de dados), Larissa Araújo (Assessora de Comunicação) e Anna Carolina Moraes (Coordenação de Estágio). Sendo um projeto não remunerado e sem nenhum fim lucrativo, Larissa conta sobre o que a motiva a continuar: “Faço o que amo. Se não fosse pelo amor, não só meu, mas de todos do grupo, o trabalho não iria à frente. Encontramos muitas dificuldades no caminho, mas, mesmo assim, aprendemos sempre a seguir em frente e acreditar que uma hora conseguiremos atingir nossos objetivos”.
Apesar de não ter alunos bolsistas, Aruanã aceita estagiários voluntários de faculdades públicas e particulares, escolhidos através de seleções semestrais anunciadas em sua página do Facebook . Utiliza também diversas parcerias, como relata a sua assessora de comunicação: “Temos parcerias com diversas entidades, como INEA, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói, Secretaria de Meio Ambiente de Maricá, Associação de Pescadores Tradicionais de Itaipu, Itaipu Surf Hoe, SGA Toyota, Pro-oceano, Comlurb, Clin, alguns laboratórios que nos auxiliam e o CRAS-UNESA, que recebe os animais que necessitam de reabilitação”.
O seu financiamento é todo feito através da venda de produtos (camisetas, bolsas e adesivos) produzidos pelo grupo e de doações feitas pela população, pelos parceiros e pela própria equipe. A UFF auxilia com o vínculo institucional e com o espaço para a sede no laboratório ECOPESCA. Além disso, dentro e a partir do projeto são desenvolvidas monografias, dissertações e teses no programa de pós-graduação de Biologia Marinha e Ecossistemas Costeiros.
Outro propósito do Aruanã é a conscientização da população local. Larissa Araújo realça a importância do papel desempenhado pelos participantes: “Através das exposições, ações e atividades em campo que realizamos, as pessoas têm demonstrado interesse em nosso trabalho e, dessa forma, transmitimos mensagens que despertam a necessidade de preservar o ambiente”. O último evento realizado ocorreu no dia 26 de junho, no Campo de São Bento, em Niterói, comemorando o Dia Internacional das Tartarugas Marinhas.
A temporada de captura intencional das tartarugas marinhas na praia de Itaipu foi encerrada recentemente no último mês de junho. Para outras informações e divulgação de datas de novos eventos, basta acessar a página do Projeto Aruanã no Facebook.
Fonte: UFF
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