Desassoreamento do porto de Niterói, que ainda depende de licença ambiental, permitirá o reparo de navios bem maiores na cidade, aumentando consideravelmente o leque de clientes Foto: Arquivo |
Suzana Moura
Com o desassoreamento do porto da cidade e a criação do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) , o secretário da Indústria Naval e Petróleo e Gás, Luis Paulino Moreira Leite, espera colocar Niterói no cenário mundial da Indústria Naval. Segundo ele, a Secretaria de Indústria Naval já está captando parceiros internacionais para conhecerem o parque naval da cidade, pensando em atrair futuros investimentos na área offshore, assim que a dragagem tiver sido feita. Ele acredita cerca de 35 mil empregos poderão ser gerados em Niterói, até o segundo semestre de 2017.
A dragagem dos canais de acesso ao Porto de Niterói e aos estaleiros da Ilha da Conceição foi orçada em R$ 300 milhões, com recursos da Secretaria dos Portos. Mas ela depende de licença ambiental. O secretário revelou que o prefeito Rodrigo Neves e empresários do setor naval já se comprometeram a colaborar financeiramente para a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Depois de concluído o estudo precisa ainda ser liberado, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (Inph) para que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) conceda a licença ambiental para a dragagem.
Segundo o secretário, o Porto de Niterói está a apenas a 100 quilômetros da rota dos navios e embarcações que irão atuar diretamente na análise do pré-sal, sendo um ponto estratégico para a logística nesta área. Atualmente o calado (profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação, em relação à superfície da água) de 7,5 metros, faz com que o porto de Niterói deixe de receber encomendas tanto de reparos, quanto de construção de embarcações. Com a dragagem, o calado passará para 11 metros de profundidade atendendo os navios de grande porte do pré-sal que estarão operando em dois anos.
Luiz Paulino diz que o complexo de reparo naval em niterói é muito grande e uma das coisas que vem prejudicando essa indústria é o assoreamento.
“A dragagem é fundamental para que novos serviços e reformas apareçam e para manter o certificado de navegabilidade em dia. Enquanto a dragagem não acontece, estamos fazendo o reparo apenas em embarcações pequenas. Niterói é considerada polo naval brasileiro e tem que haver incentivos em função disso. Vamos trazer de volta empresas que foram para outros municípios e outras que estão querendo vir e ainda não tem possibilidade. Hoje elas são obrigados a retirar o equipamento em outro porto e trazer de carreta para Niterói para fazer a reforma, pois não dá para encostar o navio”, explica o secretário.
Já o CAP chega a cidade dez anos depois do reinício das operações do porto, que ficou parado após a desativação do Moinho Atlântico. Com a sua criação, está prevista ainda a transferência para a cidade de centenas de empresas que têm sede no Rio, mas operam no lado Norte da Baía de Guanabara em operações offshore.
Segundo o secretário Luis Paulino, a área de atuação do CAP vai até o fundo da Baía de Guanabara, abrangendo o futuro porto da Praia de Itaoca, em São Gonçalo, que receberá e escoará as cargas do Complexo Petroquímico de Itaboraí (Comperj).
O secretário destaca ainda que com o CAP, Niterói passa a receber todas as receitas que eram recolhidas no Rio, apesar da maioria dos serviços serem prestados no lado Norte da Baía. Além da taxa de fundeio, Niterói vai receber abastecimento de embarcações e reparos navais. Os negócios passam a ser gerados em Niterói, com a expectativa de criação de empregos e renda. Com essa estimativa, segundo ele, muitos empresários estrangeiros estão interessados em investir no porto.
“A revitalização da indústria naval de Niterói vai trazer para a cidade o aumento da área de exploração de impostos. Esperamos que no início de 2016 a licença já esteja pronta e até o segundo semestre esteja já em processo de dragagem. O prazo estimado para a obra é de um ano e meio, mas onde for desassoreando, já poderá ser usado. A ideia é que o trabalho comece pela área do antigo estaleiro Mauá, siga pelo canal de São Lourenço e a Avenida do Contorno. Se formos rápidos, no final de 2016, as principais áreas do porto estarão funcionando a todo vapor”, pontua.
Fonte: O Fluminense
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