sexta-feira, 15 de janeiro de 2016
EM PARCERIA COM A DEFESA CIVIL MUNICIPAL, UFF VAI MONITORAR ENCOSTAS DE NITERÓI
Texto: Aline Balbino
Foto: Pedro Conforte
As fortes chuvas que atingiram as cidades de São Gonçalo, Niterói e Maricá deixaram ruas completamente alagadas, na noite de ontem. O fato é comum para esta época do ano, onde temporais chegam nos finais de tardes ou durante a noite, após forte calor durante o dia. Mas, basta chover mais forte que os niteroienses lembram de 2010, da tragédia do Bumba. O risco iminente de deslizamentos ainda é um fantasma para moradores de áreas de risco. Desde então diversos setores, principalmente públicos, buscam solucionar e diminuir desastres em decorrência das chuvas. Por isso, uma ferramenta inédita vai monitorar em tempo real o risco de deslizamentos na comunidade Coronel Leôncio, na Engenhoca, bairro da cidade de Niterói, está sendo lançado. O monitoramento na comunidade está previsto para o primeiro semestre de 2016, e posteriormente será implementado em todos os locais de risco geológico do município. A iniciativa é da Universidade Federal Fluminense (UFF) através do projeto de extensão “Comunidade em Alerta: mapeando e monitorando os riscos geológicos”.
O projeto foi desenvolvido pelo professor do Departamento de Análise Geoambiental e coordenador do “Comunidade em Alerta”, Elias Arruda. Este é o único no mundo a acompanhar de forma rápida e dinâmica o risco de deslizamento. O que permite o exame imediato é a plataforma TerraMA², objeto de estudos do pós-doutorado do professor.
“Nós desmontamos uma equação clássica de escorregamentos e implementamos o sistema na plataforma para, pela primeira vez, o TerraMA² estar operacional em monitorar deslizamentos. O nosso projeto é o primeiro a rodar o sistema, usá-lo operacionalmente para esse fim”, explicou Arruda. Para tanto, dois mapas foram necessários: o Mapa de Susceptibilidade e o Mapa de População.
O primeiro mapa representa as áreas com risco de deslizamento e é gerado em tempo real por meio da equação implementada pelo projeto mediante dados coletados automaticamente por pluviômetros, radares meteorológicos e dados de previsão e observação por satélite de instituições, como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/Inpe). Esses dados foram somados a parâmetros de solo e variáveis extraídas da altimetria da comunidade Coronel Leôncio, obtidos através da tecnologia LIDAR (Light Detection and Ranging), um sensor remoto ativo investido no projeto pela Prefeitura de Niterói.
Já o Mapa de População é composto pela localização geográfica de cada residência e os atributos físicos do imóvel, além do perfil socioeconômico de seus moradores. Esses dados são importantes para prevenir desastres porque permitem saber não apenas quais casas estão em maior risco, como também se há algum indivíduo mais vulnerável a esses eventos, como idosos, crianças e pessoas com deficiência.
Fonte: A Tribuna
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