Maíra Rubin
Eles preferem a brisa da praia e pistas de skate mais vazias
NITERÓI - Verão, temperatura beirando os 40 graus e dias mais longos. Para amenizar o calorão, ar-condicionado, sombra e água fresca. Mas é no pôr do sol e às primeiras horas da noite que uma turma animada toma algumas áreas públicas da cidade para praticar exercícios, caminhar, jogar bola, andar de skate e patins ou simplesmente passear com as crianças.
Ao entardecer, a Praia de Icaraí é um dos locais mais frequentados. Tem gente mergulhando, se exercitando, lendo e tocando violão e reunião de grupos de amigos e familiares. Bibiana Bittencourt, estudante de Psicologia, diz que, durante o verão, bate ponto ali todos os dias depois de sair do estágio.
— Com o horário de verão, anoitece mais tarde e ainda consigo chegar aqui e ver o sol se pôr. Acho a Praia de Icaraí linda, e a vista me ajuda a relaxar. Antes de ir para casa, costumo vir aqui para meditar e fazer algumas posições de ioga. Tento vir todos os dias para aproveitar bastante enquanto posso. Em outras épocas do ano, fica mais frio e mais vazio, o que me dá uma certa insegurança — afirma a estudante.
Morador do Morro do Cavalão, Josemilson Araújo Nascimento conta que, sempre que está em casa, seu filho de 7 anos, Jean, costuma pedir para eles irem à praia.
— Geralmente, frequento a Praia de Icaraí das 17h às 19h30m. Nesse horário, ainda dá para a criança pegar um pouco de sol, e está bem mais fresco do que de dia. Trago meu filho para jogar bola e brincar com as outras crianças, fica bem cheio — conta Nascimento.
Jean Lucas Nascimento, de 7 anos, e David Bento, de 5 anos, jogam bola na Praia de Icaraí, ao entardecer, quando a temperatura é mais amena. - Guilherme Leporace / Agência O Globo |
PÉS NA AREIA SÓ NO FIM DO DIA
A estudante Mayara Bento de Carvalho não gosta de sair de casa quando está quente e o sol ainda está forte. Para ela, o fim de tarde é o momento ideal de curtir a praia.
— Estava em casa com o meu irmão e, como o David tem apenas 5 anos, achei que seria mais divertido dar uma volta na Praia de Icaraí. Nesta hora do dia, a temperatura é bem mais agradável do que de manhã, quando não tenho a mínima vontade de sair do ar-condicionado — diz Mayara.
Para que seu filho de 3 anos não fique em casa durante as férias, Patrícia Lima Barroso de Machado, moradora de Icaraí, também costuma levar o menino à praia no fim da tarde.
— Aqui não tem um chuveirinho, e a água nem sempre está limpa para mergulharmos, o que faz com que eu opte por frequentar apenas após o entardecer, quando está mais fresco — argumenta.
Patrícia, como Nascimento, costuma ir embora por volta das 19h, pois se sente insegura no local depois que escurece:
— Falta uma fiscalização nas areias da Praia de Icaraí. Tem muita gente fumando maconha, e, pelo fato de ficar escuro, torna-se perigoso.
Acompanhada de seu chimarrão, a gaúcha de Porto Alegre Lucia Copeloti Guedes não tem queixas quanto à segurança.
— Venho aqui no fim de tarde ou à noite para pegar uma brisa e entrar em contato com a natureza. Muitas vezes, trago livros para ler perto dos refletores. De manhã, é muito quente e só tem sombra perto do calçadão. Gosto de ficar perto da água. Já vim até de madrugada e vi grupinhos tocando violão e bebendo vinho — conta Lucia.
SKATEPARK À NOITINHA
Outros points procurados durante o anoitecer são os skateparks de São Francisco e do recém-reformado Horto do Fonseca, que fica aberto até as 22h.
— Venho ao skatepark de São Francisco cerca de três vezes por semana durante a noite, e toda quinta o pessoal dos patins se reúne aqui à noite. Para vir de manhã, só se for às 7h ou 8h. Depois, fica muito quente e muito cheio. Além disso, à noite é melhor porque há menos crianças e menos gente na pista. Tem vezes que fica uma galera até 4h — comenta Rafael Augusto Gonzaga, morador de Piratininga.
Alberto Antônio Villas dos Santos, que mora no Recreio dos Bandeirantes, no Rio, frequenta São Francisco à noite todo fim de semana e alguns dias durante a semana. Ele adora andar de skate.
— Perto de onde moro não há uma pista boa como esta, e as férias facilitam a minha vinda para cá. Depois que escurece, é mais tranquilo. No entanto, com o horário de verão, as crianças também costumam ficar na pista até mais tarde. Na minha opinião, deveria ter um horário específico para menores de 14 anos e para quem está começando a andar de skate — diz Santos.
Gabriel Freire Coelho só pode frequentar o skatepark de São Francisco após o expediente, quando já é noite. Ele mora em São Gonçalo e diz que, mesmo se pudesse, não frequentaria o espaço durante o dia.
— De dia, o sol é muito forte, e a temperatura é alta. A brincadeira fica mais séria à noite porque o número de crianças é consideravelmente menor. Nesta época de férias escolares, quando muita gente não está trabalhando, o movimento fica maior. Quando o pessoal se reúne, continua até cansar. Já cheguei a virar a noite e ver o dia nascer, e olha que eu não era o único. Também tem uma galera que vem só de madrugada mesmo — comenta Coelho.
Durante o verão, Jaqueline Kelly Santos Numbrella, mãe de Liz, de 7 anos, só leva sua filha ao skatepark após as 17h.
— Para a Liz aproveitar mais, costumamos vir no fim da tarde e ficamos até umas 20h. Prefiro trazê-la aqui nesse horário devido ao calor. O horário de verão facilita o programa, pois o dia fica mais extenso — diz Jaqueline.
Fonte: O Globo Niterói
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