É natural que sejamos todos induzidos à indignação diante de tragédias como a que vivemos, mas é preciso catalisar essa energia, transformá-la em movimento e agir pensando no amanhã. O problema é que as ações preventivas e de gestão de situações de contingência só são vistas como prioridade diante das tragédias. Caso não haja uma reação cidadã, a atual atitude leniente com o risco urbano continuará. Niterói precisa urgentemente de uma política pública para prevenir a ocupação das áreas de risco. E que isso ocorra através de processos de negociação e de novos pactos sociais. Na força, como estão anunciando algumas autoridades, não acontecerá. Outra frente a se pensar é na capacitação de uma força voluntária para atuar em situações de emergência, como existe em outros países, como a Suíça. O que vimos nos últimos dias é que a Defesa Civil não foi suficiente para lidar com tantas frentes. Por outro lado, vimos pessoas pelas ruas, solidárias, dispostas a ajudar, mas sem saber o que fazer. Cabe ao poder público planejar a participação desse importante contingente e, com a ajuda da sociedade civil, promover essa capacitação. Recursos para isso existem. Perguntem aos políticos da Bahia como obtê-los.
Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 10/04/2010.
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