A má reputação dos tubarões tem lhes custado um alto preço. Esses animais que estão entre as espécies mais antigas ainda presentes na Terra, com raízes familiares que antecedem em muito os dinossauros, têm sido capturados em demasia (50 a 100 milhões de indivíduos/ano em todo o mundo) e, hoje, muitas espécies estão em extinção. Uma estimativa feita pelos biólogos marinhos Patrícia Spina e Marcelo Szpilman avaliam em cerca de 1.100 toneladas a quantidade de tubarões capturados por pescadores em 2005 só no Estado do Rio de Janeiro. O PROTUBA – Projeto Tubarões no Brasil, alerta que das 88 espécies de tubarões que ocorrem no litoral brasileiro, 33 (37,5%) delas são oficialmente consideradas ameaçadas de extinção. Nas duas últimas décadas, as populações de algumas espécies pescadas em todos os oceanos já foram reduzidas em até 89%, beirando o colapso. Os tubarões são predadores e exercem um importante papel na cadeia alimentar dos oceanos. A sua extinção poderá provocar sérios desequilíbrios ecológicos, ameaçando a pesca e, por consequência, a alimentação humana. Nesta semana, uma importante ação do IBAMA apreendeu, em Belém (PA), uma tonelada de barbatana de tubarão, que seria exportada para o Japão. As barbatanas e as cartilagens são as partes de maior valor comercial nos tubarões e, muitas vezes, os animais são capturados apenas para a retirada das barbatanas e o restante da carcaça é desperdiçada. Mais uma vez, os japoneses, que são os vilões mundiais da caça à baleia e da extinção do atum azul do Atlântico Sul, são também os principais incentivadores da matança de tubarões, sendo responsáveis por quase todo o comércio de barbatanas.
Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornel O Fluminense, 24 de abril de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua. Deixe aqui a sua crítica, comentário ou complementação ao conteúdo da mensagem postada no Blog do Axel Grael. Obrigado.