sábado, 24 de abril de 2010

Ilhas em frente à Baía de Guanabara ganham proteção

Cagarras e Ilha Redonda ao fundo. Foto obtida na internet, de Luiz Castro http://www.flickr.com/photos/lfcastro/

Finalmente, após muitos anos de espera, longos debates e muita expectativa, a maior parte das ilhas localizadas em frente às praias da Zona Sul do Rio de Janeiro passa a ser legalmente protegidas como uma unidade de conservação federal. A Lei 12.229, de 13 de abril de 2010, que foi enfim sancionada pelo presidente Lula, criou o Monumento Natural do Arquipélago das Ilhas Cagarras. Com a medida, ficam protegidas as ilhas Cagarras, Palmas, Comprida, a ilhota Filhote da Cagarra, a ilha Redonda, a ilhota Filhote da Redonda e uma área marinha de dez metros no entorno de cada um desses territórios. Todas as ilhas passarão a ser geridas e fiscalizadas pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade – ICMBio. O presidente Lula vetou o artigo que incluía a Ilha Rasa, alegando que a mesma abriga uma unidade militar da Marinha, responsável pela operação do histórico farol que existe na ilha. Dentre as medidas impostas pela nova Lei para garantir a proteção dos ecossistemas locais, estão proibidas competições esportivas, bem como quaisquer atividades que possam perturbar a fauna aquática e as aves marinhas que habitam essas ilhas e seu entorno, a pesca predatória e os acampamentos nas ilhas. As ilhas Cagarras, em particular, são bastante visitadas, sendo consideradas a segunda mais importante atração para o turismo náutico na região, depois da Praia de Itaipu. O processo de criação da nova área protegida foi, como de costume, cercada de bastante polêmica. Houve muita resistência de pescadores, mergulhadores e praticantes de caça submarina, bem como operadores turísticos nas ilhas que temiam as restrições que serão impostas pelas autoridades. Entendemos alguns dos argumentos contrários, mas somos totalmente favoráveis à medida, pois esses frágeis ecossistemas estavam se deteriorando rapidamente pela pesca predatória e outros usos indevidos. As ilhas têm sido seriamente afetadas pelo fogo que dizima a sua belíssima vegetação original, que encontra sérias dificuldades de regeneração natural. Importantes ilhas que marcam a paisagem da região, como as ilhas como do Pai, da Mãe, da Menina, da Cotunduba e Maricás, já têm grande parte da sua extensão desprovida de cobertura arbórea, restando apenas vegetação herbácea. O fogo que consome gradativamente a vegetação é causado por pessoas que acampam ou pescam nessas ilhas e pelos balões, que são soprados em direção às ilhas pelo vento terral (da terra para o mar) do período noturno. Daqui para frente, esperamos uma gestão eficiente, participativa e transparente, que reúna todos os diversos usuários das ilhas, mas que realmente sejam impostas regras para proteger esse importante patrimônio.
Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornel O Fluminense, 24 de abril de 2010.

3 comentários:

  1. Maravilha!!!
    Que olhem mais para outros pontos da nossa linda natureza carioca...

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  2. Palhaçada!Eles tem que cuidar e dos hospitais que estão destruídos e acabados e deixar o lazer dos outros.

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  3. Josiel.

    Este é um espaço aberto e por isso sua manifestação está aqui publicada. Mas, desculpe, acho que você está totalmente equivocado. Cuidar dos hospitais é tão importante quanto proteger os nossos ecossistemas.

    Se o seu lazer é predatório e não pode conviver com a conservação do meio ambiente está na hora de você rever os seus hábitos e a sua forma de pensar.

    Axel

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