Vivemos em um século urbano. Atualmente, 54,5% da população mundial vive em áreas urbanas, de acordo com as Nações Unidas. Em 2050, espera-se que esse percentual atinja 70%.
Atento ao tema, o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) da ONU lançou a nova edição da revista Policy in Focus, cujo título é “A New Urban Paradigm: Pathways to sustainable development” (Um novo paradigma urbano: caminhos para o desenvolvimento sustentável), disponível gratuitamente em inglês.
Vivemos em um século urbano. Atualmente, 54,5% da população mundial vive em áreas urbanas, de acordo com as Nações Unidas. Em 2050, espera-se que esse percentual atinja 70%.
Atento ao tema, o Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) da ONU lançou a nova edição da revista Policy in Focus, cujo título é “A New Urban Paradigm: Pathways to sustainable development” (Um novo paradigma urbano: caminhos para o desenvolvimento sustentável), disponível gratuitamente em inglês.
A revista traz 13 artigos que abordam os desafios e as oportunidades apresentados pela adoção da Nova Agenda Urbana na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável (Habitat III), realizada em Quito, no Equador, em outubro de 2016.
A edição busca contribuir com conhecimento baseado em evidências para melhor equipar formuladores de políticas públicas e pesquisadores para que enfrentem os desafios e aproveitem as oportunidades de uma era de mudança nos sistemas globais e de um paradigma urbano emergente.
No editorial, Joan Clos, secretário-geral do Habitat III e diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), destaca a importância da Nova Agenda Urbana em auxiliar os países a enfrentar os atuais desafios da urbanização.
De acordo com o ONU-Habitat, a Nova Agenda Urbana é “um documento orientado para a ação que definirá padrões globais de realização no desenvolvimento urbano sustentável, repensará nossa forma de construir, gerir e viver em cidades através da cooperação e trabalho conjunto entre parceiros comprometidos, stakeholders, atores urbanos em todos os níveis de governo e do setor privado”.
Começando pelo artigo que aborda desigualdade e padrões de crescimento urbano (“Inequality and patterns of urban growh”), Ricky Burdett, professor de estudos urbanos na Escola de Economia e Ciência Política de Londres (LSE), e diretor do Programa Cidades da Cidade e do Urbanismo da LSE, destaca que muitos projetos urbanos lançados nas últimas décadas contribuíram para reforçar fisicamente a desigualdade. Dessa forma, a questão urbana gira em torno de temas de inclusão e de exclusão.
Benjamin Barber, fundador do Parlamento Global dos Prefeitos (Global Parliament of Mayors), é o autor do artigo que destaca as responsabilidades e os direitos das cidades — e seus prefeitos — para atuarem como atores-chave deste novo século urbano.
Na mesma linha, o Robert Muggah, diretor de pesquisa e cofundador do Instituto Igarapé, analisa os fatores que tornam as cidades frágeis e vulneráveis, destacando que o futuro da segurança global e do desenvolvimento será determinado nos centros urbanos.
Em seu artigo, Richard Florida, diretor de Cidades do Instituto Martin Prosperity da Universidade de Toronto, reflete sobre o papel das cidades como motores econômicos do progresso e crescimento globais.
A inovação em planejamento urbano em África é o tema central do artigo escrito por Nancy Odendaal, professora associada da Escola de Arquitetura e Planejamento da Universidade de Cidade do Cabo, na África do Sul.
Ainda considerando os desafios da urbanização no continente africano, Edgar Pieterse, diretor do Centro Africano para as Cidades (African Centre for Cities), fornece uma visão geral da natureza informal do urbanismo na maior parte da África subsaariana e discute temas como as implicações do urbanismo em favelas, a expansão da população juvenil e da mão-de-obra, entre outros.
Com a crescente urbanização e globalização das últimas décadas, a mobilidade tornou-se um tema igualmente prioritário. Susan Zielinski e Komal Anand Doshi, diretora geral e pesquisadora associada, respectivamente, no departamento de pesquisa em mobilidade sustentável, acessibilidade e transformação (SMART) da Universidade de Michigan, descrevem aspectos da transformação da mobilidade no Sul Global, assim como modelos inovadores de negócios, integração e políticas.
Passando ao tema da ação do clima nas cidades, Emmanuelle Pinault, chefe de Diplomacia Urbana e Engajamento Político no C40 Cities Climate Leadership Group, explica como a redução das emissões de carbono por meio de iniciativas de transporte sustentável ajuda a mitigar a crise de saúde pública ligada à poluição do ar nas cidades.
Já o artigo de Bernardo Furtado, Isaque Eberhardt e Alexandre Messa, pesquisadores do Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), apresenta uma ferramenta que visa melhorar a governança por meio da avaliação de propostas de políticas públicas.
Os desafios e as oportunidades para as áreas metropolitanas à luz da Nova Agenda Urbana são o foco do artigo de Felipe de Souza e Jean-Yves Barcelo, consultor do ONU-Habitat e conselheiro inter-regional, respectivamente.
De um ponto de vista mais regional, o Alfonso Iracheta, professor de Assuntos Urbanos e Planejamento Regional no El Colegio Mexiquense, explica os desafios criados pela expansão urbana do México, onde quase 60% da população vive em áreas metropolitanas.
Por sua vez, Flavia do Amaral, diretora-executiva da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), contribui com um artigo detalhando exemplos de governança e participação social na região metropolitana da capital mineira.
Encerrando a edição, Marc Weiss, presidente e diretor-executivo da organização Desenvolvimento Urbano Global (Global Urban Development), e Luis Felipe Nascimento, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, apresentam o caso da capital do Rio Grande do Sul e da Zona de Inovação Sustentável de Porto Alegre (ZISPOA), um projeto que visa tornar a cidade o lugar mais sustentável e inovador da América Latina até 2030.
Fonte: ONU no Brasil
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