quinta-feira, 18 de julho de 2013

Poluição da Baía no ‘caminho’ da vela rumo às Olimpíadas




Daniel Alves

Isabel Swan e Renata Decnop relatam as dificuldades e falam da tristeza com a sujeira

Pauta de inúmeras reuniões, tema de trabalhos escolares e de debates nas universidades, a despoluição da Baía de Guanabara segue no campo da utopia. Se por um lado teremos estádios de Primeiro Mundo para a Copa do Mundo de 2014 e instalações dignas de uma festa olímpica em 2016, o mesmo não poderemos dizer da raia olímpica da vela que tem tudo para ser a pior da história. Segundo o último boletim do Inea (Instituto Estadual do Meio Ambiente), divulgado no dia 2 de julho, todas as praias da Baía encontram-se impróprias para o banho.

Atletas que estão em campanha olímpica, as niteroienses Isabel Swan e Renata Decnop treinam diariamente para a Classe 470 no Rio Yacht Club – Sailing, em Niterói, convivem com os problemas que a sujeira traz na busca por uma performance de alto rendimento.

“Em alguns momentos parece que melhora por conta da direção do vento, mas em outros é preciso abrir espaço em meio ao lixo e aos urubus para conseguir chegar e sair com o barco da rampa. É triste, pois estamos começando a receber equipes de fora e é chato ver que assim como nós as pessoas precisam mexer no leme e na bolina do barco para evitar que o lixo agarre, atrapalhando desta forma o desenvolvimento do barco”, comenta a medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, Isabel Swan.

Assim como a proeira, a timoneira do Time Fênix, Renata Decnop, lamenta a poluição. “Acho que o grande diferencial é o óleo, precisando ter uma manutenção com uma regularidade menor. Esse óleo atrapalha no desenvolvimento e isso acaba desgastando o gel da pintura. Já vi isso aqui melhor ou até pior, mas ainda tenho esperança que possa melhorar. O pessoal da vela está cobrando e esse é um dos últimos momentos de que possa mudar. Talvez não mude 100% até as Olimpíadas, mas é o momento, e se nada for feito será difícil uma alteração posterior no cenário”, comentou Renata Decnop.

Apesar de tanto tempo convivendo com essa realidade, Isabel Swan fala sobre a esperança de ver um real “legado olímpico” nas águas da Baía. “Ver um lugar tão bonito e sujo... Dá uma certa vergonha de ver essa cor verde musgo na água. O sentimento mais importante da Olimpíada é o legado, que salva muitas vidas, traz civilidade e eu não vejo efetivamente trabalhos que mudem a cara da Baía de Guanabara de vez, são ações pontuais, mas efetivamente a Baía não tem mudado. A Olimpíada é a oportunidade de despoluírem a Baía para que o povo aproveite essa beleza que temos na porta de nossa casa”, ressaltou a atleta.

Otimismo quanto à despoluição- Sobre a possibilidade de despoluição da Baía de Guanabara, para os Jogos Olímpicos de 2016, a bióloga marinha Luiza Perin, que também é atleta e pratica canoa havaiana na orla de São Francisco, acredita em um desfecho positivo. “Nossa baía está em processo de despoluição e acredito que se todos os investimentos voltados para isso forem corretamente aplicados, a recuperação da Baía de Guanabara é possível, sim. Temos exemplos de países que conseguiram recuperar completamente a qualidade da água de baías e rios com esforços voltados para este fim”, comentou.

Fonte: O Fluminense

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Um comentário:

  1. Infelizmente é algo que não depende de um só governante...depende de vários e em vários níveis...e com estes vários.....vários interesses surgem...nem sempre legítimos.

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