Amazônia: desmatamento em Rondônia.. |
Preço da madeira do País sobe no exterior, diz FAO
Jamil Chade - O Estado de S.Paulo
CORRESPONDENTE / GENEBRA
O boom no setor da construção no Brasil redireciona madeira da Amazônia dos mercados internacionais para abastecer a economia doméstica e faz o preço no exterior subir. A constatação é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e está em seu relatório anual sobre o setor madeireiro.
A Europa fecha o cerco contra a exportação de madeira ilegal da Amazônia e dá até 2013 para que os exportadores provem que os produtos são certificados. Hoje, 1,7% da madeira da América Latina é certificada. Entre 2009 e 2010, a área certificada no Brasil cresceu em 11%. Mas até a Finlândia tem área certificada quase três maior que a do País.
Segundo o relatório da FAO, o Brasil é o quarto maior fornecedor de madeira tropical para a Europa e o maior produtor do mundo em diversos setores. Mas a tendência é de queda no que se refere às exportações - a produção se mantém elevada graças à demanda doméstica.
Nos EUA, a crise fez as importações de madeira desabarem em 60% entre 2006 e 2009. As vendas brasileiras para lá foram retomadas em 2010, com alta de 35%. Mesmo assim, estão distantes dos níveis de 2007.
No comércio de toras tropicais, a crise causou impacto. Com produção de 25 milhões de m³, o Brasil perde só para a Indonésia. Em 2008 e 2009, as vendas mundiais caíram 14% e 13%. Em 2010, recuperaram-se em 17%, graças à China e à Índia, que compraram 85% da produção mundial. Mas esse boom não teve impacto no Brasil, já que os maiores fornecedores são asiáticos e africanos. Na Europa, não há sinais de recuperação do mercado.
O Brasil é maior produtor mundial de serragem, mas, segundo a FAO, grande parte da expansão ocorre por conta do "aumento na atividade de construção nacional, alimentando a demanda doméstica". No restante do mundo, o comércio desse segmento desabou em 27%.
O setor de madeira compensada seguiu a mesma tendência. O Brasil é o terceiro maior fornecedor para a Europa, mas as importações da UE caíram em 35% em 2009 e estão estagnadas.
Fonte: Estadão
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