Publicado em: 18/09/2014
Texto: Guilherme Peixe
Foto: Marcello Almo
Em quatro parques, as queimadas já dizimaram 175 hectares de mata e trazem preocupação.
Bombeiros destacam que o tempo seco aliados aos ventos favorecem as queimadas. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em todo o Brasil, em 2013, foram verificados 49.856 queimadas. Já neste ano, somente até terça, foram computados 93.246 focos de incêndio em vegetação no país, o que representa um aumento de 87%. No estado do Rio de Janeiro os números também são alarmantes. Segundo o Inpe, 291 pontos de incêndio foram contabilizados no ano passado, enquanto neste ano já foram 779 ocorrências, um crescimento de 167%.
A Secretaria de Estado de defesa Civil e o Corpo de Bombeiros informam que focos de incêndios nas matas estão associados a condições meteorológicas específicas, como baixa umidade relativa do ar, pouca chuva e altas temperaturas. Porém, além das causas naturais, a queda de balões e a ação de produtores rurais também podem causar queimadas, utilizadas por eles para eliminar a mata ou para renovar as pastagens.
"... em todo o Brasil, em 2013, foram verificados 49.856 queimadas. Já neste ano, somente até terça, foram computados 93.246 focos de incêndio em vegetação no país, o que representa um aumento de 87%".
“As queimadas naturais são bem difíceis de acontecer. Geralmente a população usa as queimadas para limpar o solo. Mas isso representa um grande perigo, pois com o vento, o fogo pode se espalhar para áreas de mata. Sem falar das brigas de vizinhos, cigarros e quedas de balões, que também podem gerar incêndio grandes com resultados irreversíveis há curto prazo, principalmente se houverem queimadas em áreas próximas em pouco tempo”, disse o professor de geociência da Universidade Federal Fluminense (UFF), Kenny Tanizaki, de 49 anos.
Em fevereiro deste ano, o Corpo de Bombeiros havia relatado ter registrado em Niterói, 117 incêndios em vegetação. No mesmo período de tempo, em São Gonçalo, foram registrados 108 focos. Já em Maricá, os bombeiros constataram 134 casos.
"Segundo o Inpe, 291 pontos de incêndio foram contabilizados no RJ no ano passado, enquanto neste ano já foram 779 ocorrências, um crescimento de 167%".
Em Niterói, panfletos alertando à população sobre o perigo de se colocar fogo e propagá-lo estão sendo distribuídos, mostrando que a prática é ilegal e ameaça outras pessoas. Outras providências serão a capacitação dos agentes que integram o Grupamento Ambiental da Guarda para atuarem em conjunto com o Corpo de Bombeiros, a aquisição de equipamentos, como abafadores e um mapeamento para diagnosticar com precisão as regiões da cidade onde há maior incidência de queimadas. Além disso, serão feitas perícias para identificar os autores das queimadas.
Em Itaboraí, a Defesa Civil Municipal atua em conjunto com o Corpo de Bombeiros no sentido de auxiliar nos trabalhos e nas campanhas de conscientização da população para evitar ocorrências que possam colocar em risco a segurança dos cidadãos.
Já em Maricá, um plano de contingência está sendo elaborado. O município também pretende criar uma campanha para alertar a população sobre as ameaças de queimada e evitar acidentes.
“O ideal seria que os moradores de comunidades situadas no entorno de áreas de vegetação e conservação combatessem os focos. Porque depois que as chamas atingem determinada proporção é muito difícil de apagar. Isso promove a emissão de gases, perda de biodiversidade e a fuligem pode vir a projetar diversos problemas respiratórios. O prejuízo é muito grande”, finaliza o professor Tanizaki.
Fonte: A Tribuna
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