quarta-feira, 11 de maio de 2016

Considerada extinta há 18 anos, árvore guarajuba é encontrada em Niterói

 

O pesquisador Caio Baez e o coordenador do inventário florestal do estado do Rio, Telmo Borges Foto: Fábio Guimarães / Extra


Clara Bittencourt

O nome científico é Terminalia acuminata, mas também pode ser chamada de guarajuba. A árvore de troncos largos na base e mais finos na parte superior já foi considerada endêmica, ou seja, ocorria muito em terras fluminenses, mas foi considerada extinta em 1998 pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), autoridade mundial em listas de espécies em extinção. A boa notícia é que a planta foi redescoberta e agora compõe a paisagem do Parque Estadual da Serra da Tiririca, em Itacoatiara, Niterói, Região Metropolitana do Rio.

— Um dos pesquisadores do Jardim Botânico, Eduardo Fernandez, escolheu a guarajuba como tema do seu mestrado. O último registro que tínhamos dela é de 1942, quando foi coletada em Maricá. Fomos ao local e não encontramos. Ano passado, outro pesquisador, Pablo Viany, passou informação sobre a espécie no Parque Natural Municipal de Grumari, e lá conseguimos achar. Passamos a ir em outros lugares e, para nossa felicidade, encontramos na Tiririca — explica Caio Baez, pesquisador do Centro Nacional de Conservação da Flora do Jardim Botânico.

Ramo da guarajuba na Tiririca Foto: Fábio Guimarães / Extra


Mas as descobertas não pararam por aí. A guarajuba também foi achada no Parque Estadual do Mendanha, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense; no Parque Nacional da Tijuca e no Parque Natural Municipal da Cidade, na Gávea. Agora, a espécie fará parte de um projeto, com outras 903 plantas, que tem como objetivo a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção.

— A finalidade do projeto é a preservação total dessas plantas mais raras. Temos uma flora muito rica e pouco conhecida. Através disso poderemos ter mais detalhes sobre essas espécies. Não podemos deixar que desapareçam — diz o coordenador do inventário florestal do estado do Rio de Janeiro, Telmo Borges.


A árvore no Parque Estadual da Serra da Tiririca Foto: Fábio Guimarães / Extra


Outro plano de ação do projeto é a criação de um aplicativo para celular:

— A ideia é que o aplicativo tenha informações sobre as plantas. Assim, a população terá dados sobre elas e poderá reconhecê-las na natureza.

Pesquisadores acreditam que um dos motivos para o desaparecimento da guarajuba tenha sido a sua utilização desenfreada na fabricação de embarcações e de móveis.

— As madeiras para estas finalidades precisam ser leves e de boa qualidade para que durem bastante. E a espécie tem essas características. Por isso, acreditamos que a árvore tenha sido muito extraída, chegando ao ponto de ser considerada em extinção — explica Baez.
 
A copa da guarajuba no parque Foto: Fábio Guimarães / Extra

Fonte: Extra

 





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