terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O que o clima tem a ver com Direitos Humanos?



Ativistas do Greenpeace projetam a mensagem “Não há esperança sem ação climática” aos líderes mundiais na COP24, exigindo ações urgentes para reverter o agravamento do aquecimento global © Konrad Konstantynowicz


A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, mas pode se tornar um sonho ainda mais distante se não enfrentarmos as mudanças climáticas

Instituída pelas Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, após as barbáries da Segunda Guerra Mundial, a Declaração Universal dos Direitos Humanos teve o propósito de fortalecer o mais elevado dos ideais: permitir que todas as pessoas, independente do sexo, idade, raça, cultura, orientação sexual ou religiosa, vivam com dignidade, liberdade, igualdade, justiça e paz. Sete décadas depois, esse conjunto de direitos inalienáveis e universais continua a ser um alicerce sobre o qual nós do Greenpeace assumimos nosso compromisso com um mundo mais verde e pacífico. Um planeta saudável e harmonioso tem conexão direta com os Direitos Humanos quando começamos a entender a forma como os impactos das mudanças climáticas afetam nossas famílias, comunidades e as gerações do futuro.

Acesse o Press Release do documentário.

Se as emissões de carbono parecem complexas demais, os impactos que as mudanças climáticas têm nos ecossistemas são percebidos diretamente por qualquer um, pois ameaçam a vida humana. Seja pelos danos à saúde física, na falta de comida e de água, na perda de propriedade, plantações, casa e modo de vida. Os mais vulneráveis da nossa sociedade, como crianças, idosos e comunidades marginalizadas, estão em maior risco pois têm menos condições de se defender.

O Amanhã é hoje

Aquecimento global, portanto, não é apenas um problema ambiental, mas também social, humano, civilizatório, e uma questão de direitos. No documentário O Amanhã É Hoje, lançado no último dia 6 e produzido pelo Greenpeace com outras seis organizações da sociedade civil, contamos histórias de brasileiros que já tiveram suas vidas profundamente afetadas pelos impactos do clima. A pequena agricultora que perdeu tudo em seis anos de uma severa seca no sertão de Pernambuco; o comerciante de Friburgo (RJ) que viu sua loja ser destruída e os amigos serem mortos pela enxurrada; a jovem indígena Krikati que se tornou brigadista para enfrentar os incêndios florestais que consomem o seu território; a artesã que precisou abandonar sua casa após o mar engolir um pedaço na sua comunidade, no litoral de São Paulo. Em cada caso, vemos a violação de direitos fundamentais como o direito à vida, à saúde, à alimentação e a um padrão de vida adequado. Confira o trailer do documentário:





Ação urgente

Os Direitos Humanos expressam o direito de todas as pessoas a serem tratadas com igualdade, a viverem em segurança e liberdade e a serem protegidas pelo seu governo. Se hoje já parece muito difícil implementá-los, com o agravamento dos eventos climáticos, se nada for feito na medida necessária, esses princípios podem se tornar um sonho ainda mais distante. E o que já tem afetado alguns pode, em breve, afetar ainda mais gente – eu, você, aqueles que amamos. Dar importância a isto é um dever de todos nós, que nos consideramos humanos.

É por isso que durante a Conferência do Clima da ONU, a COP 24, que ainda acontece na Polônia, 34 especialistas em Direitos Humanos das Nações Unidas ligados às mais diferentes áreas, conclamaram os países a elevar sua ambição e a adotar uma ação firme para limitar a elevação da temperatura global em 1.5°C. A declaração conjunta histórica tem implicações muito além da Conferência e envia um sinal claro aos governos nacionais e às empresas de combustíveis fósseis. Elas precisam abandonar velhas práticas e energias sujas que aquecem o planeta, sob pena de ferir o mais profundo dos nossos direitos – o direito à vida.

Fonte original: Greenpeace
Fonte: Amazônia













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