domingo, 9 de dezembro de 2018

Canal de São Lourenço próximo da dragagem



Segundo pescadores, quando a maré está baixa às vezes se torna impossível navegar pelo canal, pois o espelho d’água desaparece. Foto: Evelen Gouvêa


Carolina Ribeiro

Estudo e relatório de impacto ambiental para desassoreamento do Canal de São Lourenço são concluídos

Apesar de atrasado, o primeiro passo para a dragagem do Canal de São Lourenço, parte da Baía de Guanabara, foi concluído. A Prefeitura de Niterói informou que foi finalizado o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (Rima), necessários para a intervenção, e que a análise deve ser enviada nesta semana para aprovação do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Especialistas afirmam que a medida é essencial para o desenvolvimento do setor naval e pesqueiro na cidade.

Segundo o gerente comercial do Estaleiro Camorim, João Guerra, o desassoreamento do canal, aguardado há anos, vai permitir mais possibilidades de negócios para os estaleiros e empresas pesqueiras, resultando em mais postos de trabalho. Para ele, a demora na conservação do meio ambiente na região piora a situação cada vez mais ao longo dos anos.

“Alguns estaleiros no final do canal já estão com calado 0, ou seja, não tem água para a embarcação navegar, alguns estão tendo que optar pelo transporte terrestre. A dragagem será benéfica para todos, pois nossos barcos conseguem chegar, mas tem muita dificuldade no acesso e ficam no meio de muita sujeira. Sem a dragagem ao longo dos anos, a tendência é piorar”, explicou.

Pescadores da Ilha da Conceição, um dos pólos de pesca da cidade, estão ansiosos também com o desassoreamento do canal. De acordo com o Presidente da Associação de Pescadores do bairro, Ulysses Ferreira de Farias, dependendo da maré, os pescadores precisam sair durante a madrugada para pescar, pois correm o risco da embarcação ficar presa.

“Se não tomar cuidado, temos muito prejuízo. Com a dragagem, nosso trabalho vai melhorar muito, vamos ter mais abertura. Tem dias que não há mais espelho d’água, é apenas lama”, lamentou.

Ainda há várias outras etapas a serem cumpridas

O objetivo é que a dragagem permita que o calado (profundidade do ponto mais baixo da embarcação em relação a linha d’água) passe de 7 para 11 metros. Desta forma, o canal terá tamanho suficiente para a entrada de navios de grande porte, possibilitando que a cidade volte a desenvolver negócios na área naval, ampliando a arrecadação no setor e gerando emprego e renda.

Na época de sua realização, a Prefeitura de Niterói explicou que o estudo também levaria em consideração a geologia através da análise do solo, níveis de ruídos subaquáticos, caracterização de qualidade da água e qualidade química e microbiológica, assim como a fauna marinha da região.

Outra análise anunciada dizia respeito ao uso e ocupação do solo urbano, aspectos econômicos e níveis de empregabilidade, proporção da população economicamente ativa, número de habitantes por idade, etnia e sexo. O objetivo era traçar o perfil social e econômico da cidade para auxiliar nas políticas públicas do município.

O estudo, no valor estimado de R$ 772.598,53, foi custeado pela Prefeitura de Niterói na tentativa de acelerar o processo, cuja responsabilidade é do Governo Federal. Iniciado em março, a previsão era de que a análise fosse finalizada em outubro, no entanto, o Executivo Municipal não divulgou a data de finalização e os resultados, apenas que enviará o resultado nesta semana ao Inea.

Ainda segundo a prefeitura, os resultados, após a análise do Inea, serão apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) aos órgãos competentes do governo Federal, que são os responsáveis legais pela realização da dragagem. Em junho deste ano, o prefeito Rodrigo Neves, anunciou que, caso o Governo Federal não inicie as obras de dragagem do Canal de São Lourenço até 2019, irá custear as intervenções.

Fonte: O Fluminense









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