Uma equipe de tecnologistas da Sala de Operação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) realizou pesquisa e análises dos históricos de alertas emitidos para as cidades costeiras, constatando que as marés astronômicas e as marés meteorológicas (ressacas) agravaram as ocorrências hidrológicas nos municípios litorâneos monitorados.
Com base nesses estudos, a equipe elaborou uma proposta de procedimentos operacionais para auxiliar o monitoramento e o envio de alertas de riscos hidrológicos para os municípios costeiros monitorados.
Foram analisadas as informações hidrológicas e o histórico das ocorrências em 100 (cem) municípios litorâneos. Com essas informações e a análise dos processos costeiros ocorridos nos dias dos alertas emitidos, foi possível fazer uma classificação em três grupos de municípios, de acordo com o processo costeiro identificado como dominante em cada região.
Marés e os riscos de inundações
O Cemaden monitora, atualmente, 958 municípios distribuídos por todas as regiões brasileiras. Desse total, 14% desses municípios tem o ciclo hidrológico modulado pelos processos oceânicos, o que corresponde a cerca de 45% de toda extensão litorânea do país. Esses processos oceânicos não estavam sendo levados em consideração durante o monitoramento dos municípios costeiros.
O Cemaden monitora, atualmente, 958 municípios distribuídos por todas as regiões brasileiras. Desse total, 14% desses municípios tem o ciclo hidrológico modulado pelos processos oceânicos, o que corresponde a cerca de 45% de toda extensão litorânea do país.
A equipe classificou os municípios de acordo com a susceptibilidade a eventos oceânicos. Na Região Norte e grande parte da Região Nordeste, o processo dominante é a maré astronômica (MA), enquanto a Região Sul é mais afetada pela maré meteorológica (MM). No restante do litoral, ocorre o efeito do somatório desses processos (MM+MA).
A equipe da Sala de Situação que realizou os estudos é composta pelos tecnologistas: Paula Campos, Regla Somoza, Eliana Vale, Marina Tanaka, Jorge Barbarotto, Felipe Soares e Andreia Bender.
Maré astronômica e maré meteorológica
A maré astronômica é um fenômeno caracterizado pela subida e descida periódicas do nível do mar e de outros corpos de água que tem uma ligação com o mesmo (estuários, lagunas, etc.). A maré astronômica resulta da atração gravitacional exercida pela Lua e pelo Sol sobre a Terra. A tábua de marés fornece a altura da maré astronômica na baixa-mar (maré baixa) e na preamar (maré alta) e a hora em que elas ocorrem em um determinado local. No Brasil, a tábua de marés é elaborada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha (DHN).
A maré meteorológica é a diferença entre a maré observada e aquela prevista pela Tábua de Marés. O fenômeno ocorre, principalmente, pela sobre-elevação do nível do mar causada por efeitos meteorológicos (vento e pressão atmosférica). Ela ocorre com certa frequência e é considerada importante pela sua influência sobre a navegação, pesca, processos de erosão costeira, entre outros fatores.
O efeito conhecido como ressaca, geralmente, está acompanhado de uma maré meteorológica intensa, caracterizada pelo avanço do mar em áreas normalmente não alcançadas, causando danos a propriedades e também provocando inundações.
(Fonte original: Ascom-Cemaden)
Fonte: CEMADEN
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