Reunião com o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, e Isaura Frega, presidente do INEA, quando estabeleceu-se o fim do despejo de chorume de outros municípios na ETE Icaraí. |
Há 20 dias, o sistema pôs em operação uma estação própria de tratamento de chorume
RIO - A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Isaura Frega, e o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, anunciaram a suspensão em definitivo do recebimento de chorume pela Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Icaraí, operada pela concessionária Águas de Niterói. A unidade vinha recebendo, desde 2011, o líquido resultante da degradação da matéria orgânica do aterro sanitário de Seropédica, onde os resíduos da capital e de mais seis municípios da Região Metropolitana são enterrados. Os aterros de Barra Mansa, Itaboraí e São Gonçalo também encaminhavam o chorume para a ETE Icaraí, que faz tratamento primário.
Na unidade, do volume total de efluentes tratado e posteriormente lançado no emissário submarino na Baía da Guanabara, 99,1% diziam respeito a esgoto doméstico e 0,9% era chorume proveniente dos quatro aterros. O processo vinha sendo bastante criticado por moradores de Niterói e ambientalistas. Em entrevista ao GLOBO, em junho, a presidente do Inea, Isaura Frega, afirmou que as medições dos poluentes na saída do emissário de Icaraí vinham apresentando resultados fora dos parâmetros ambientais exigidos pela União.
Há 20 dias, o aterro sanitário de Seropédica pôs em operação uma estação própria de tratamento de chorume. A unidade exigiu investimentos de R$ 35 milhões e tem capacidade para tratar até mil metros cúbicos de chorume por dia. Atualmente, a estação trata aproximadamente 300 metros cúbicos do poluente todos os dias. O restante está sendo encaminhado para a ETE Alegria, no Caju, operada pela Cedae.
A instalação de estações de tratamento de chorume é uma das obrigações previstas no licenciamento ambiental dos aterros sanitários. Para acelerar o encerramento dos lixões, o Inea licenciou, nos últimos anos, centros de resíduos sem que estações de tratamento de chorume próprias tivessem sido construídas. Caso não seja tratado, o chorume pode contaminar os cursos d'água.
Fonte: O Globo
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