Na região metropolitana de São Paulo, congestionamentos somaram 300 km em média por dia, com custo de R$ 69,4 bilhões, que correspondeu a 7,8% do PIB da cidade
São Paulo - Custo da mobilidade urbana equivale a 2% do PIB do ano passado Foto: Divulgação |
Rio de Janeiro - Os congestionamentos de trânsito registrados nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo geraram custo econômico de R$ 98 bilhões, no ano passado, de acordo com estudo técnico divulgado hoje (28) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
O cálculo considera a perda de produção não concretizada e o gasto extra de combustíveis. O custo da mobilidade equivale a 2% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e riquezas geradas pelo país) do ano passado, disse à Agência Brasil o economista Riley Rodrigues, especialista em competitividade industrial e investimentos do Sistema Firjan.
No caso da região metropolitana do Rio de Janeiro, o tempo médio perdido por dia em congestionamentos atingiu 130 quilômetros (km), acarretando prejuízo econômico de R$ 29 bilhões, em 2013, ou o equivalente a 8,2% do PIB metropolitano.
Já na região metropolitana de São Paulo, os congestionamentos somaram 300 km em média, por dia, no ano passado, com custo de R$ 69,4 bilhões, o que correspondeu a 7,8% do PIB metropolitano.
A situação pode se agravar, se não forem tomadas medidas adequadas, aponta o estudo. Rodrigues informou que quando se observa a região metropolitana do Rio, percebe-se que o custo do congestionamento pode chegar a R$ 40 bilhões, em 2022, com extensão diária de 182 km, enquanto em São Paulo o congestionamento pode chegar, no mesmo período, a 357 km/dia, com custo equivalente a R$ 120 bilhões.
Riley Rodrigues disse que, no Rio de Janeiro, são feitas diariamente 23,4 milhões de viagens, das quais 7,1 milhões a pé ou de bicicleta. Já em São Paulo, são 43,8 milhões de viagens por dia, sendo 14,3 milhões a pé ou de bicicleta.
O restante é feito por transporte motorizado (ônibus, trem, metrô, táxi, automóvel e motocicleta principalmente). Ele ressaltou que “São Paulo tem uma demanda muito maior, derivada de uma população também maior”.
Como a economia de São Paulo é mais forte, o economista indicou que a demanda é maior e, por isso, os investimentos em mobilidade na região metropolitana acabam não tendo impacto de redução nos congestionamentos: “Eles reduzem o ritmo de crescimento do congestionamento, que cresce de forma mais lenta, mas não inverte a curva e começa a diminuir. Por isso, você tem um congestionamento crescente e um custo desse engarrafamento, porque a demanda é muito grande”.
No caso do Rio de Janeiro, como a demanda é bem menor, a Firjan projeta uma queda do custo do congestionamento de R$ 29 bilhões para R$ 25 bilhões, em 2014 e 2015.
A partir de 2016, porém, recupera-se a tendência de crescimento, “caso não haja investimento em transporte de massa e em mudança do fluxo de mobilidade”, apontou Rodrigues. Como não existe uma formação de nova ação para ampliar a cobertura do sistema de transporte de massa no Rio, “com o crescimento da economia e o aumento da população, a demanda por mobilidade cresce”.
Como a maioria das pessoas se desloca para o mesmo local, no mesmo horário, e o transporte motorizado ainda é a principal forma de demanda, o congestionamento acaba se elevando. A saída, assegurou o economista, é aumentar o transporte de massa e alterar o fluxo da mobilidade.
Onde existir desequilíbrio entre oferta de moradias e de emprego, a solução é criar opções para que as pessoas comecem a trabalhar próximo de suas casas.
Para isso, é preciso levar infraestrutura urbana para perto de onde as pessoas moram. Isso reduz o deslocamento.
“Fazendo isso, eu distribuo as viagens por toda a região metropolitana; paro de jogar todo mundo na mesma direção, na mesma hora”, disse ele.
Segundo Rodrigues, isso traz um impacto de longo prazo na mobilidade. “Eu melhoro muito a mobilidade de maneira planejada, com adensamento racional das regiões, sem contar que, ao fazer isso, eu também provoco um desenvolvimento de áreas hoje deprimidas, porque estou incentivando a abertura de investimentos em áreas que atualmente não têm muita oferta”, esclareceu, e reiterou que o planejamento integrado é a solução para diversos vetores.
Originalmente publicada em: Exame/Abril
De Autoria de: Alana Gandra
Fonte: Revista Bicicleta
----------------------------------------------------------
LEIA TAMBÉM:
Estudo mostra que cidade do Rio terá um carro para cada dois habitantes até o ano de 2020
PROGRAMA NITERÓI DE BICICLETACICLOVIAS: OS AVANÇOS DO PROGRAMA NITERÓI DE BICICLETA
Prefeitura de Niterói contrata empresa paulista para elaborar plano cicloviário para a cidade
Ciclistas de Niterói reconhecem resultados do programa Niterói de Bicicleta e cobram mais avanços
NITERÓI DE BICICLETA: monitorando o crescimento do uso de bicicletas na cidade
Lançado em Niterói o programa "Motorista Amigo do Ciclista"
Acesse o programa NITERÓI DE BICICLETA no Facebook: www.facebook.com/NiteroideBicicleta
Acesse todas as mensagens sobre o NITERÓI DE BICICLETA no Blog do Axel Grael
PROJETOS DE MOBILIDADE EM NITERÓI
- TransOceânica
Licença ambiental da TransOceânica é aprovada pela CECA
Acertos finais: Transoceânica a um passo de virar realidade
Prefeitura debate projeto da TransOceânica com moradores da Região Oceânica
INEA aceita o estudo de impacto da TransOceânica
- VLT
Outros temas correlatos:
Especialistas debatem o problema da mobilidade nas grandes cidades brasileiras. (Vídeo)
Manual “Segurança para Pedestres” é lançado no Brasil
Salvando vidas com transporte sustentável
Por que a Suécia tem tão poucas mortes no trânsito
Enquanto União Europeia reduz mortes no trânsito, Brasil perde mais vidas
Abertura da Semana Nacional Educativa de Trânsito
Urban Density and Sustainability
Desaceleração deve ser tendência nos grandes centros do século 21
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Contribua. Deixe aqui a sua crítica, comentário ou complementação ao conteúdo da mensagem postada no Blog do Axel Grael. Obrigado.