Foi com muita satisfação e surpresa que li hoje na Coluna do jornalista e produtor cultural Leonardo Rivera, no site Cidade de Niterói, um texto com reconhecimento do nosso trabalho, que o Leo Rivera conhece desde o tempo da minha militância ambientalista, iniciada em Niterói no final da década de 1970. Em 1980, criamos o Movimento de Resistência Ecológica - MORE, organização pioneira do movimento ambientalista na nossa cidade e no RJ. Após divergências no MORE, criamos o Movimento Cidadania Ecológica - MCE e, posteriormente, o Instituto Baía de Guanabara - IBG.
Como ele mesmo lembrou, sou do tempo que o termo "ambientalista" não era usado ainda. Éramos chamados de "ecologistas". Aliás, o termo "sustentabilidade" só passou a ser mais utilizado duas décadas depois, na época das reuniões preparatórias da Conferência Rio 92.
Leo Rivera lembra do jornal Opinião. Nosso primeiro trabalho como ambientalista foi em defesa da Baía de Guanabara e contra a poluição causada pelas "fábricas de sardinha", principalmente aquelas localizadas em Jurujuba (Atlantic, Ribeiro e Santa Iria). Também denunciávamos as outras fábricas localizadas na Ilha da Conceição e no Barreto. Os jornais Opinião, Jornal de Icaraí, Lig, Opção e Setedias eram os nossos grandes aliados nas denúncias.
Leo Rivera. Muito obrigado por acompanhar a nossa longa caminhada e tenha a nossa gratidão às palavras generosas na sua coluna de hoje..
Axel GraelPrefeito de Niterói
Prefeito Axel Grael e Leonardo Rivera: dia da reinauguração da Ilha da Boa Viagem. Foto: Lucas Benevides - CGCom |
Niterói - Querido leitor. Pode não parecer, mas já sou do tempo em que chamavam ambientalista de ecologista e vegano de macrobiótico. O tempo não para, já dizia Cazuza. E eu vivia os meus 17 anos quando fui funcionário do jornal Opinião, do saudoso Carlos Silva – um jornal de bairro que mais parecia uma revista semanal de grandes furos e novidades da cidade.
Carlinhos era sócio do Pedro Garcia, da Gráfica Prymil, e eles resolveram montar um jornal para competir com os já existentes Jornal de Icaraí, Lig, Opção e Setedias. Com isso chamaram para a sociedade o Luiz Antônio Mello, a Denise Garcia e, para redação, eu – que fazia reportagens e o roteiro cultural, naqueles famigerados tijolinhos. Cheguei a assinar uma coluna com meu nome, tal e qual esta aqui, e a logomarca foi desenhada pelo querido Mario Caria, hoje editor do Jornal do Fonseca, e um cartunista de mão cheia que conheci nesta época. Anos mais tarde o jornal Opinião deu origem ao Folha de Niterói.
O ano era 1991 e, além de tudo que eu fazia, me envolvi com política pela primeira vez. O candidato a vereador era o Fernando Guida (PV) e entrei para o time que o ajudava na campanha. Ele tinha um programa na Rádio Fluminense AM – sim, o Grupo Fluminense de Comunicação, somente conhecido pelo sinal FM da Maldita, já foi detentor de um sinal AM, teve programas próprios, horários alugados e chegou a alugar o sinal inteiro para igrejas evangélicas, até acabar. Em 1991 o Guida tinha o programa dele, sobre ecologia, e recebia diversos convidados desse setor. Mas Guida não poderia mais apresentar o programa, devido à lei eleitoral, e não queria terminar com ele. Nada como convidar o jovem jornalista aqui, um ‘entrão’ assumido, para apresentar o programa ao lado de sua parceira Alba Simon. Um belo dia estou lá para apresentar o programa e a pauta era uma entrevista com Axel Grael.
Não vou nem calcular quantos anos tem de 1991 para 2024, é uma pena que não exista registro de áudio dessa entrevista – o programa era diário, ao vivo, não era gravado nem pela emissora – e ficou só a memória do fato. Pelo menos a minha. Relembrando aqui na coluna, talvez Guida e Axel se lembrem do momento. O tempo passou e ainda sou jornalista, ainda moro em Niterói. A caminhada continua.
Por isso quero aproveitar minha última coluna do ano para agradecer ao Prefeito Axel Grael pela sua gestão na nossa cidade, que se encerra em 31 de dezembro. O Axel foi um incansável amigo da educação e das artes – fez crescer o Programa Aprendiz Musical – e não poderia ser diferente com o meio ambiente. Seu legado inclui a reinauguração da Ilha da Boa Viagem, a restauração do calçadão de Piratininga e o Parque Orla em homenagem ao Alfredo Sirkis, só para citar três feitos. Como o Axel é um cara muito educado e fino, foi elegante em conduzir todas as crises do município e enérgico quando necessário, sem perder a ternura jamais.
Sou fã do jeito Axel Grael de cuidar do município, e acredito que todo niteroiense deve dar graças a Deus que ele foi eleito em meio à pandemia com mais de 60% dos votos válidos. Niterói ficou diretamente distante das barbáries do bolsonarismo, sendo afetada apenas indiretamente – por cidadãos daqui que insistem em enxergar sem óculos de grau. Botassem uns óculos de grau forte, esses eleitores e cidadãos niteroienses equivocados iriam enxergar do que nos livramos nos últimos tempos. Sempre é tempo de aprender. Também fica aqui meu desejo de boa sorte ao terceiro mandato de Rodrigo Neves, dando continuidade e desenvolvendo ainda mais o potencial de Niterói.
E para você, leitor, um ano de paz, saúde, discernimento, sucesso e amor. Só quem ama consegue passar pelas intempéries da vida e não se contaminar com as trapalhadas alheias. Lembre-se: é você quem escolhe ver o copo meio cheio ou meio vazio. Até 2025!
Fonte: Cidade de Niterói
ENTREVISTA QUE CONCEDI AO JORNAL "A TRIBUNA": 'Luto por uma sociedade mais sustentável, democrática e igualitária'
Entrevista para o site A SEGUIR: NITERÓI: ‘Niterói hoje é diferente do que era antes, e está melhor!’
Prestes a deixar o cargo em Niterói, Axel Grael faz balanço de governo: 'Ser prefeito é bom demais'
Fico muito grato pela lembrança do Leo Rivera, ainda mais mais porque concordo com cada palavra dele, aqui. Abraços!
ResponderExcluirMuito obrigado, Guida. Um forte abraço.
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