sábado, 10 de agosto de 2013

Autoridades de olho na poluição da Baía de Guanabara




Praias de Niterói banhadas pela baía estão impróprias para banhos. Prefeitura age para recuperar orla de Jurujuba. São Francisco deve ganhar estação de tratamento

Niterói possui oito praias banhadas pelas águas da Baía de Guanabara com um total de mais de quatro quilômetros de orla totalmente poluída e, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), todas elas estão impróprias para banho. A degradação que acontece ao longo dos anos é apontada por técnicos como o principal fator para a destruição deste ecossistema.

Na cidade, a principal ação da Prefeitura para reduzir a poluição de suas praias é o programa de despoluição da Enseada de Jurujuba, que foi lançado em maio deste ano. A primeira etapa do projeto, que já está em andamento, tem investimentos de quase R$ 8 milhões, sendo R$ 5,7 milhões da Prefeitura em parceria com os governos federal e estadual, e R$ 2,1 milhões da concessionária Águas de Niterói. O vice-prefeito, Axel Grael, afirmou que será feito um recadastramento de todo o sistema de esgotamento sanitário dos bairros de São Francisco, Charitas e Jurujuba. Citou ainda como outra ação para o projeto de despoluição, o combate à infestação de roedores, que já foi iniciado mês passado, na comunidade do Gavião, na região da Garganta, e que será estendido para outros locais. Segundo Axel, a previsão é que até o fim deste mês, 95% das ninheiras estejam eliminadas.

Está em planejamento ainda uma segunda etapa do projeto que prevê, entre outras ações, a criação de uma estação de tratamento de rios (ETR) do canal de São Francisco.

“Todas essas ações integradas da Prefeitura e da Águas de Niterói vai melhorar a qualidade deste aporte de água da Enseada de Jurujuba e poderemos tornar a região a primeira parte da Baía de Guanabara despoluída. Niterói poderá dar exemplo e mostrar que as ações podem fazer diferença. Durante anos houve inércia em relação à Enseada de Jurujuba sob alegação de que a poluição era decorrente da Baía de Guanabara e descobrimos, por meio de um monitoramento das correntes marítimas da Baía, que a influência era muito menos do que se imaginava”, explicou Axel Grael.

De acordo com a prefeitura, o programa terá intervenções em todos os pontos que, de alguma forma, têm contribuído com problemas relacionados à poluição da enseada.

“Serão implantadas redes coletoras, serão desenvolvidas melhorias relacionadas ao saneamento das comunidades em torno da bacia hidrográfica de Jurujuba, sistemas de bombeamento e tratamento de esgoto. Esses investimentos vão produzir já no final deste ano um resultado muito positivo na Enseada de Jurujuba. Ainda não fazemos esse serviço, mas está em fase de preparação de uma parceria para dar início a esse processo de análise das condições das praias”, informou a prefeitura.

Segundo a professora de Biologia da Universidade Federal Fluminense, Elizamara Sabadine, o risco de se contaminar com os coliformes fecais presente nessas águas é grande. Segundo ela é bom as pessoas observarem a balneabilidade de qualquer praia antes de entrar no mar.

“O Inea faz um teste de balneabilidade que deve ser seguido pela população. Caso a balneabilidade seja imprópria, como é o caso das praias no entorno da Baía de Guanabara, orientamos que o banhista não se arrisque, pois bactérias das mais diversas podem estar presentes e doenças como a hepatite podem ser transmitidas”, informou.

Para resolver esse problema, a Secretaria Estadual do Ambiente (SEA) criou o Programa de Saneamento dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (Psam), que é a principal iniciativa de saneamento do Plano Guanabara Limpa – sendo também uma importante iniciativa do Pacto pelo Saneamento, que reúne ações do Governo do Estado para ampliar, até 2018, os serviços de saneamento básico para 80% da população fluminense.

 Coordenado pela Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), o Psam prevê a aplicação de cerca de R$ 1,3 bilhão, até 2016, em obras de esgotamento sanitário e em projetos de saneamento nos 15 municípios do entorno da Baía de Guanabara: Belford Roxo; Cachoeiras de Macacu; Duque de Caxias; Guapimirim; Itaboraí; Magé; Mesquita; Nilópolis; Niterói; Nova Iguaçu; Rio Bonito; Rio de Janeiro; São João de Meriti; São Gonçalo; e Tanguá.

“Cerca de 80% desse recurso será destinado à realização de projetos e obras para instalação de sistemas receptores e de tratamento de esgotos, que contribuirão para reduzir o lançamento da carga orgânica de origem doméstica vertida para a baía, revertendo assim seu estado de degradação ambiental.

Além da execução das obras, as ações do Psam envolvem investimentos nas instituições do Governo do Estado para melhorar a qualidade dos serviços prestados e o apoio às prefeituras quanto à promoção de políticas públicas de saneamento nos 15 municípios envolvidos”, diz Secretaria Estadual do Ambiente.

O Psam é apoiado e financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que concedeu empréstimo ao Governo do Estado de US$ 452 milhões. A complementação dos recursos financeiros necessários será a contrapartida oferecida pelo Estado, tendo sido já aprovados R$ 330 milhões pelo Fecam (Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano).

Fonte: O Fluminense

 

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