Origem do lixo - comunidades por onde passa o Rio São Francisco: Largo da Batalha, Cachoeira, Grota do Surucucu e São Francisco.
As fotos abaixo foram feitas ontem (11/10/2011) pelo oceanógrafo Vinicius Palermo, do Projeto Grael, e espelham um drama recorrente: a grande quantidade de lixo que chega pelos rios à Baía de Guanabara, após chuvas fortes.
E os rios não se poluem sozinhos, mas são vítimas da falta de educação, da eventual precariedade de serviços (não é o caso nessa bacia hidrográfica) e do nosso atraso civilizatório, que são evidenciadas nas cenas registradas.
As fotos mostram o cenário de uma manhã de maré baixa, após uma madrugada de chuvas fortes, durante o período de estiagem.
Com a estiagem (falta de chuvas), o lixo - que as pessoas não param de lançar nos rios e nas encostas - vai se acumulando por muitos dias, até que na primeira chuva forte é levado pela enxurrada para o mar. A maré baixa mostra o impressionante acúmulo de lixo na foz do rio e nas praias e o preocupante problema do assoreamento: a foz do Rio São Francisco está tão assoreada que a embarcação "Aguas Limpas", do Projeto Grael - que limpa diariamente a Baía de Guanabara, recolhendo o lixo flutuante - não consegue se aproximar.
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Foz do Rio São Francisco, tomado pelo lixo. Bairro de São Francisco, Niterói-RJ. Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Lixo e sedimentos que obstruem a foz do Rio São Francisco. O barco "Águas Limpas", ao fundo, tenta se aproximar, mas é impedido pelo assoreamento. Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Banco de areia e de lixo, na foz do Rio. Barco "Águas Limpas" não consegue se aproximar para limpar a sujeira. Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Lixo e sedimentos (areia e lama) obstruem a calha do rio. Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Lixo acumulado junto à Foz do Rio São Francisco. Ao fundo, a Praia de São Francisco. Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Lixo na Praia de São Francisco, lançado ao mar pelas águas do Rio São Francisco (ao fundo). Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Tem de tudo. Um sofa...
Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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... gravador de CD.
Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Garis da CLIN fazem o árduo trabalho (que poderia ser desnecessário) de limpar o resultado da falta de educação e de "vergonha na cara" de muitas pessoas. Foto Vinicius Palermo, Projeto Grael, out/2011. |
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Dias atrás, publiquei aqui no Blog a foto acima e alertei. "Cuidado barquinho, você pode ser soterrado pelo lixo". Precavido, o barquinho retirou-se de lá. Foto de Axel Grael, setembro 2011. |
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Imagem do Google Earth mostrando o Rio São Francisco canalizado, no meio da Avenida Franklin Roosevelt, bairro Saco de São Francisco, Niterói. |
Muito bom divulgar, Axel.
ResponderExcluirPodemos até desenvolver algumas alternativas a curto e médio prazo como por exemplo uma ecobarreira, mas serão sempre paliativos perante o resultado de nosso atual sistema que estimula um consumo sem fim, sobretudo de descartáveis (criados para se tornarem rapidamente obsoletos).
Algo que não relacionamos é a crescente quantidade de resíduos que produzimos e que simplesmente não queremos ver por perto, pois resíduo está associado a lixo, mau cheiro, algo inútil, degradado, morte...Quem quer lidar com lixo?
Como resposta do próprio meio o que temos é um grande regurgito de uma única vez do que “ sem querer” lançamos nas suas veias e canais. Uma resposta para tentar sua sobrevida.
O Problema parece de solução simples, que sejamos co-responsáveis pela destinação adequada de todo e qualquer resíduo que geramos. Agora, para colocar em prática é bem mais complexo. Temos uma grande carência de uma consciência cidadã, o sentimento de fazer parte e pertencer ao ambiente que vivemos, principalmente o urbano.
Fica a pergunta, quem realmente sabe o quanto de resíduo gera todos os dias e para onde vai? As fotos deste grande regurgito do canal de São Francisco contribuem para refletirmos sobre a nossa diária geração de resíduos... Com certeza a população consciente que realmente sabe essa resposta é bem inferior ao todo.
Além de toda essa sujeira, era possível ver na praia de São Francisco hoje cedo, diversos ratos mortos ao lado de crianças se banhando e pessoas correndo descalças perto da água. A falta de saneamento agravada pela falta de educação ambiental gera um problema ainda maior para saúde da população.
ResponderExcluirSe a questão da limpeza pública é competência do município, assim como o sanemanento básico (localmente), e não o faz de maneira eficiente, quem deveria fiscalizá-lo? O MP? Se o MP não cumpre esse papel, quem fiscaliza o MP?
Não sou expert em competências, mas esse estado de conveniência em que ninguém faz o que devia e fica por isso mesmo, na conta da saúde da população é uma vergonha.
Tem um 'ru' a mais! ;)
ResponderExcluirParabéns! abs
não precisa aprovar e postar..é só uma dica do surucucu...abs
ResponderExcluirObrigado a todos pelos comentários: Vinicius, autor das fotos, nos complementa com uma boa reflexão. A minha amiga Ana Bragança também acrescenta as suas observações e registra um desabafo. DN colabora corrigindo a minha digitação. A palavra Surucucu tem tanta sílaba com "u" que acabei abusando... Que venham mais comentários. Que mais gente demonstre a sua indignação com a sujeira nossa de cada dia que macula a nossa estimada Baía de Guanabara. Valeu. Axel Grael
ResponderExcluirQuando eu era criança, na década de 70, frequentava muito o bairro de São Francisco, onde morava uma tia. O lugar só tinha casas, era um paraíso. Às vezes, passava a noite, com outras crianças, acampada no quintal da casa, que tinha muros baixos. Cresci, minha tia se mudou, e fiquei anos sem ir ao bairro.
ResponderExcluirHá pouco tempo passei por lá e fiquei muito triste. As casas residenciais estão sendo ocupadas por empresas. Há prédios sendo construídos no bairro, que antes só podia ter casas.
E para piorar, li no jornal que o canal que passa pela Av. Presidente Rooselvet vai ser aterrado.
Ninguém faz nada?
Cadê os moradores que não se mobilizam para manter o bairro residencial e tranquilo como sempre foi?
Como podem deixar esse bairro, que outrora foi um paraíso, cair nas mãos de especuladores?
Sueli
Desculpe, Suely 'Anônimo' mas o q podem os moradores contra os especuladores se o poder público liberou o gabarito do bairro? Se o msm poder público não nos garante segurança e só majora o IPTU? Vivo aqui dsd 1966, compreendo seu susto c/o bairro mas ñ nos culpe, os moradores q, na verdade, somos vítimas da situação. Axel, parabéns por se engajar na luta! Abço!
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