Mergulhadores removem colônias do coral do sol, espécie invasora que ameaça os corais do litoral brasileiro. |
EXPEDIÇÃO REMOVE CORAL INVASOR EM TUPINAMBÁS
Brasília (24/04/2012) – A equipe do Projeto Coral-Sol realizou expedição ao Arquipélago de Alcatrazes, na Estação Ecológica (Esec) Tupinambás, no litoral do estado de São Paulo, administrada pelo Instituto Chico Mendes. A expedição foi organizada a pedido da chefe da unidade, Kelen Luciana Leite, para avaliar a densidade de coral-sol (Tubastraea tagusensis), organismo exótico invasor no litoral brasileiro, e remover as colônias. Apesar das péssimas condições de visibilidade e temperatura da água, a ocorrência do coral-sol foi confirmada e 51 colônias foram retiradas, a uma profundidade de 13 metros.
A presença do coral-sol pode resultar em diversas mudanças no funcionamento dos ecossistemas costeiros da região, incluindo alterações de produtividade primária e composição do plâncton. Esses invasores ainda podem causar o declínio ou a extinção de espécies nativas de coral, assim como de outros organismos de importância ecológica e econômica. Em ambientes isolados, como o Arquipélago de Alcatrazes, o efeito pode ser mais devastador. Por isso, a importância de inserir o monitoramento e manejo de espécies exóticas nos planos de manejo das unidades de conservação federais.
Originário do Oceano Pacífico, o coral-sol foi registrado primeiramente nos mares brasileiros no final da década de 80, incrustado em plataformas de petróleo na Bacia de Campos (RJ). No início da década de 90, os corais foram encontrados nos costões rochosos do litoral sul fluminense. No estado de São Paulo, o primeiro registro foi feito em 2008 pelo mergulhador e educador ambiental do Projeto Coral-Sol, Gilberto Gardino Mourão, o Giba, em Ilhabela. Na Estação Ecológica Tupinambás, o primeiro registro é do fotógrafo Leo Francini, em outubro de 2011.
Com a finalidade de mapear, acompanhar a distribuição ao longo dos anos e pesquisar os possíveis impactos desses corais no ambiente marinho, o oceanógrafo Marcelo Checoli Mantelatto, do Projeto Coral-Sol, iniciou o primeiro monitoramento desses organismos no estado com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental.
A expedição ao arquipélago, realizada em março, foi a segunda com esse objetivo. A primeira ocorreu em 2010, em 63 costões rochosos, englobando os municípios de São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba. Em 2011, foram acrescidos dois novos pontos no interior do Canal de São Sebastião. Os resultados desse trabalho demonstraram que a distribuição e a quantidade de corais estão aumentando na região. Os valores de densidade de coral-sol encontrado em Ilhabela estão entre os maiores registrados até agora pelo Projeto Coral-Sol na costa brasileira.
Fonte: ICMBio
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