quarta-feira, 11 de abril de 2012
Desafios da preservação ambiental são ‘enormes e preocupantes’, afirma Administradora do PNUD
Em entrevista à revista Forbes, a Administradora do PNUD enumera iniciativas e resultados importantes alcançados em âmbito mundial
do PNUD e da ONU
Em recente entrevista ao blog Green Conversations, publicado no site da revista Forbes, a Administradora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Helen Clark, falou sobre trabalho desenvolvido pelo organismo em áreas como preservação ambiental, governança democrática e empoderamento das mulheres e deu exemplos concretos de conquistas importantes obtidas nos últimos anos.
Às vésperas da Rio+20, a dirigente classifica os desafios relativos à preservação ambiental como sendo “enormes e preocupantes”, mas destaca que os mesmos estão sendo incorporados pelo PNUD em pelo menos duas linhas de ação: prestando apoio aos governos nacionais na criação de capacidade institucional e ajudando a aumentar o financiamento para viabilizar projetos em biodiversidade e gestão de ecossistemas.
Entre as conquistas já obtidas com o apoio do PNUD, Helen aponta o estabelecimento, nos últimos anos, de 67 novas áreas protegidas, que abrangem mais de 8,8 milhões de hectares - aproximadamente o tamanho da Áustria.
A preocupação com a proteção de áreas marinhas e costeiras do planeta foi outro tópico abordado pela Administradora. Ela lembra que os objetivos para a biodiversidade global estabelecidos em Nagoya em 2010 visam ter 10% das áreas marinhas e costeiras do planeta sob algum tipo de proteção até 2020, um grande passo a partir do que existe de oceanos protegidos atualmente, que é de apenas 1,17% . “O PNUD está trabalhando muito para promover soluções que protejam os pescados ao mesmo tempo em que apoiem alternativas de sustento para comunidades tradicionalmente dependentes da pesca”, afirmou.
Ao ser questionada sobre suas expectativas em relação à Rio+20, Helen disse que que a ligação entre desenvolvimento sustentável e biodiversidade deve ter continuidade, mas com foco em problemas adicionais, como a saúde dos oceanos, a segurança alimentar, a redução do desmatamento e a degradação florestal. Ela ressaltou, ainda, que desde a Rio 92, ocorrida há 20 anos, muito progresso tem sido feito para garantir o compromisso dos governos nacionais com o meio ambiente, especialmente através das principais convenções sobre biodiversidade, desertificação e mudanças climáticas.
Para a Administradora do PNUD, o desenvolvimento sustentável passa pela redução da pobreza, e esta, por sua vez, passa pela equidade de gênero. “A igualdade de gênero é fundamental para o trabalho do PNUD na redução da pobreza. Nós nos concentramos em três dimensões fundamentais do empoderamento econômico feminino: oportunidade econômica, marcos sociais e legais, bem como voz, inclusão e participação na tomada de decisões”, ressalta Helen. “Onde as mulheres e homens têm as mesmas oportunidades e direitos, o crescimento econômico se acelera e as taxas de pobreza caem mais rapidamente para todos”, conclui.
A entrevista foi concedida a Michael Tobias, colaborador da revista Forbes, especialista em todas as vertentes da temática ecológica, incluindo economia, biologia e ética. PhD em História da Consciência pela Universidade da Califórnia-Santa Cruz, Tobias é presidente da Dancing Star Foundation que realiza vários trabalhos ao redor do mundo nas áreas de conservação da biodiversidade, direitos dos animais e educação ambiental.
Fonte: PNUD
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