Muitas pessoas em Niterói fazem uso da bicicleta como meio de transporte. Foto: Evelen Gouvêa |
Ciclofaixas de Niterói vão ter sinalização contra acidentes
Pamella Souza
Placas serão colocadas em postes em locais de maior circulação de bicicletas, no Centro e na Zona Sul
Usar a bicicleta como meio de locomoção é um hábito cada vez mais frequente em Niterói. No entanto, a falta de conhecimento das regras de preferência coloca em risco a segurança de ciclistas, motoristas e pedestres. Para orientar e contribuir para um trânsito melhor, o projeto Mobilidade Urbana, desenvolvido por alunos da Faculdade de Empreendedorismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) com apoio da Niterói Trânsito e Transportes (NitTrans) sugere a instalação de placas educativas na cidade.
De acordo com o aluno Matheus Marques, de 24 anos, um dos desenvolvedores do projeto, oito placas foram entregues à NitTrans no ano passado, mas o processo de instalação vem se arrastando há meses, devido à falta de fixadores para instalar as placas pela cidade.
“Entregamos as placas em dezembro e a NitTrans nos pediu para comprar 16 fixadores. Compramos, mas nos passaram o diâmetro errado. Há duas semanas, a prefeitura nos indicou um mais barato, mas não estamos encontrando no mercado”, explica Matheus.
As sinalizações foram compradas por R$ 2 mil com a verba da universidade. Foram adquiridas através de edital e deverão ser instaladas nos pontos de maior movimento de ciclistas. Os locais foram definidos em parceria com o grupo Mobilidade Niterói. Uma delas indicará o início da ciclovia na Rua Miguel Couto, em Icaraí. As outras placas serão colocadas em cruzamentos da Avenida Roberto Silveira com as ruas Sete de Setembro, Domingues de Sá, Pereira da Silva e Presidente Backer.
A Avenida Amaral Peixoto também terá placas instaladas em pontos considerados de risco para os ciclistas. Segundo o Mobilidade Niterói, 160 bicicletas passaram por hora pela via durante o mês passado, número 87% maior do que no mesmo mês de 2016. Em fevereiro, esse aumento foi ainda mais expressivo: 207,5 ciclos/hora, 90% maior que em 2016, o que mostra que vem crescendo o uso da bicicleta na cidade.
Conscientização – Sérgio Franco, integrante do Mobilidade Niterói, ressalta que a educação no trânsito é o ponto chave para criar uma boa convivência nas ruas. Além de melhorar o fluxo na cidade, uma boa conduta pode diminuir a ocorrência de acidentes.
“A educação no trânsito começa pela sinalização, até porque muitos motoristas não sabem como proceder. As ciclofaixas ainda são consideradas como algo novo, mas o número de ciclistas está crescendo”, argumenta Sérgio.
Segundo o cicloativista, algumas regras básicas devem ser respeitadas entre todos os envolvidos no trânsito. Uma das condutas mais criticadas pelos ciclistas é a de embarque e desembarque em ciclofaixas.
“Tem carro que para na ciclofaixa para embarcar ou desembarcar passageiro e não sabe que é proibido. Assim, o ciclista tem que se arriscar entre os veículos”, reclama, indicando que o correto é o motorista parar ao lado da área destina às bicicletas, com o alerta ligado.
O que muitos não sabem também é que o motorista deve manter a distância mínima de 1,5 metro dos ciclistas, por questões de segurança. Além disso, a preferência nos cruzamentos e rotatórias é do ciclista, caso o mesmo já esteja atravessando.
“O ciclista ainda deve andar na faixa próximo à rua, e não à calçada. Perto do meio-fio, ficam muitos bueiros, o que pode representar um risco de acidente”, aconselha.
Vale lembrar que alguns ciclistas também cometem irregularidades, trafegando pela contramão e não respeitando os semáforos. Mais uma vez, a educação no trânsito se faz necessária.
Segundo a NitTrans, agentes de bicicleta percorrem a malha cicloviária de Niterói, desde 2014, para combater ações irregulares, além de orientar ciclistas. A autarquia informou que, atualmente, as ciclovias da Amaral Peixoto e Roberto Silveira, e a ciclofaixa da Avenida Litorânea do Gragoatá ao Ingá são diariamente monitoradas.
Cidade ciclável – Atualmente Niterói conta com 36 quilômetros de malha cicloviária, no entanto, a meta era que esse número chegasse a 60 no fim de 2016, o que não aconteceu. Em contrapartida, a Prefeitura de Niterói alega estar desenvolvendo novos projetos para incentivar a ciclomobilidade na cidade.
Novas ciclovias já estão no planejamento, como a da Avenida Marquês do Paraná, prometida desde 2015. Os 350 metros de espaço destinado aos ciclistas serão implantados pela construtora do shopping que será levantado na avenida. A medida é uma contrapartida exigida pela prefeitura.
Além disso, a Região Oceânica também será contemplada com 60 quilômetros de ciclovia, através do Pro-Sustentável, integrando também a malha cicloviária da TransOceânica.
“A TransOceânica como um todo tem o objetivo de aumentar a quantidade de deslocamentos por transporte coletivo, aumentar também por bicicleta e diminuir o índice de uso do transporte individual por automóvel, que é o mais alto da Região Metropolitana e um dos mais altos do País”, explica o secretário executivo Axel Grael.
Anseio de quem pedala por Niterói, o bicicletário da Praça Arariboia, no Centro, foi entregue recentemente. Além deste, mais seis, nos mesmos moldes, serão construídos na Região Oceânica, em locais ainda a serem definidos. Cada um terá 200 vagas e outros 100 bicicletários abertos estarão disponíveis ao longo da TransOceânica.
Sinalização:
- Assim como os motoristas sinalizam suas intenções, os ciclistas devem fazer o mesmo;
- Como as bicicletas não têm mecanismos como um carro, por exemplo, o ideal é sinalizar fazendo gestos com as mãos;
- É importante que motoristas e pedestres prestem atenção aos sinais dos ciclistas, e vice-versa;
- Ciclistas não devem pedalar em zigue zague;
- Quem anda de bicicleta deve usar roupas claras, principalmente à noite, e usar elementos refletivos nas bikes;
- Ciclistas devem aguardar a saída dos ônibus dos pontos de embarque e desembarque para prosseguir. Motoristas devem sinalizar a saída.
Travessia:
- Os ciclistas também devem respeitar a sinalização de trânsito, seguindo os semáforos, assim como motoristas. Afinal, as bicicletas são um meio de transporte também;
- Os pedestres têm preferência para atravessar na faixa. Veículos e bicicletas devem parar antes da faixa de retenção, dando passagem às pessoas;
- O pedestre é o elemento mais vulnerável no trânsito. Por isso, a preferência é sempre dele;
- Para cruzar a faixa de travessia, o ciclista deve descer da bicicleta. Assim, ele também se torna pedestre.
Cruzamento:
- Quem dirige deve estar atento aos dois lados antes de passar por um cruzamento
- Motoristas devem dar preferência aos ciclistas e pedestres, sempre
- Caso o ciclista já esteja passando por um cruzamento ou rotatória, o motorista deve dar a preferência
- As bicicletas devem andar sempre no mesmo sentido dos carros, e nunca na contramão
- Ciclistas só devem mudar de faixa quando estiver totalmente seguro, certificando-se de que não há carros vindo
- No semáforo verde, ciclistas e motoristas podem avançar os cruzamentos. Pedestres devem aguardar na faixa
Fonte: O Fluminense
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