Levantamento considerou as 100 maiores cidades do país. Nova Iguaçu (82º), São João de Meriti (89º), Duque de Caxias (91º), São Gonçalo (92º) e Belford Roxo (95º) estão entre as piores. Niterói entre as 10 primeiras.
Por André Trigueiro, RJ2
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Cidades da Baixada Fluminense estão entre as piores do Brasil no esgoto sem tratamento. Assista à reportagem da Globo. |
Cinco municípios da região da Baixada Fluminense estão entre os piores do país na qualidade dos serviços de água e esgoto. São eles: Belford Roxo; São Gonçalo; Duque de Caxias; São João de Meriti; e Nova Iguaçu.
A avaliação foi divulgada nesta terça-feira (23), no ranking do saneamento básico no Brasil, levantamento feito pelo Instituto Trata Brasil, que mediu a qualidade dos serviços de água e esgoto entre as 100 maiores cidades do país.
Primeiras no ranking
Niterói foi a única cidade do Estado que ficou entre as 10 primeiras do ranking. Outros destaques positivos do RJ foram Petrópolis (39º) e Campos dos Goytacazes (40º).
O estudo mostra também que nas três cidades bem avaliadas do Rio de Janeiro os serviços de água e esgoto foram concedidos à iniciativa privada.
Em Niterói, 100% da população é atendida com água tratada e 95% dos moradores do município contam com coleta e tratamento de esgoto – hoje a cargo da concessionária Águas de Niterói.
"Quando o município entrega o serviço para o setor privado normalmente ele é bem mais cobrado, então ele não tem outra opção a não ser investir. E aí, os números vão melhorando. Não significa que a empresa pública não seja boa, não é isso. Muitas cidades são muito bem operadas por empresas públicas no Brasil também", opinou Édson Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Cedae atende os 5 piores
Na ponta inferior da tabela, estão Nova Iguaçu (82º), São João de Meriti (89º), Duque de Caxias (91º), São Gonçalo (92º) e Belford Roxo (95º).
Todos esses municípios estão sob os cuidados da Cedae, que consegue levar água tratada para a maioria absoluta da população. Contudo, quando o assunto é o tratamento de esgoto, o resultado não agrada.
Segundo o levantamento, todo o esgoto que não é tratado nessas cidades acaba na Baía de Guanabara.
As cidades de Nova Iguaçu e São João de Meriti, na Baixada Fluminense, praticamente não tratam seus esgotos. Belford Roxo e Duque de Caxias, também na Baixada, tratam 5% e 6%, respectivamente, dos seus rejeitos.
Já São Gonçalo, na Região Metropolitana, trata 15% de seu esgoto.
De acordo com os especialistas, são milhões de litros de esgoto in natura poluindo todos os dias os rios das próprias cidades e depois, um dos mais conhecidos cartões postais do país, a Baía de Guanabara.
"[Tratar o esgoto] é o básico. É o mínimo que nossos governantes poderiam investir. Poderiam suprir essa necessidade. Isso evitaria muitas doenças", disse Daise Lucy, bacharel em direito.
Capital aparece no meio da tabela
A capital do Estado se encontra na parte intermediária do ranking, na posição 51º. A Cedae administra a maior parte dos serviços da cidade, onde a água tratada chega para quase 100% dos moradores (99,16%).
Mas quado o assunto é o esgoto, apenas 46% dos cariocas recebem algum tipo de tratamento.
"Há um histórico de pouco tratamento de esgoto pela Cedae em vários municípios. São poucos eles que o esgoto tratado melhorou. Um deles é a capital. No caso da Cedae durante muitos anos, o esgoto não foi uma prioridade da empresa operadora. Isso cria esse déficit grande que agora ela precisa correr atrás para poder cumprir com a sua obrigação que é fornecer água para o cidadão, mas também tirar o esgoto, tratar para que essa água seja devolvida corretamente para natureza", disse Édson Carlos.
Fonte: G1
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