sexta-feira, 26 de julho de 2019

DUAS PARA A HISTÓRIA: Martine e Kahena serão as porta-bandeiras na cerimônia de abertura em Lima



Foto. Wander Roberto/COB


Campeãs olímpicas, velejadoras são escolhidas em decisão inédita. Em todas as edições dos Jogos, nunca dois atletas levaram a bandeira de um país no evento que marca início do Pan

Por Edgar Alencar e João Gabriel Rodrigues — Lima

A história, na verdade, será em dose dupla. Em uma decisão inédita na história dos Jogos Pan-Americanos, Martine Grael e Kahena Kunze serão as porta-bandeiras da delegação brasileira na cerimônia de abertura em Lima, nesta sexta-feira, às 20h (horário de Brasília). Campeãs olímpicas e mundiais na classe 49er FX, as duas ficarão à frente dos atletas brasileiros no evento, que marca o início oficial das competições, no Estádio Nacional de Lima.

- Demoramos um pouco a anunciar. Com muito orgulho que a gente anuncia as duas campeãs olímpicas, que vão carregar a bandeira do Brasil. Para a gente, é motivo de muito orgulho que a gente vai ter duas mulheres com a bandeira brasileira. A gente se sente muito bem representado tendo a Martine e a Kahena como nossas portas bandeiras - afirmou o vice-presidente do COB, Marco Antônio La Porta.

Marine Grael e Kahena Kunze falam sobre a escolha delas pra serem porta-bandeiras em Lima. Assista à reportagem aqui.


É a primeira vez que o Brasil terá uma mulher como porta-bandeira nos Jogos Pan-Americanos. É, também, a primeira vez que duas atletas terão a missão de representar uma delegação. O GloboEsporte.com, com informação exclusiva de Glenda Kozlowski, já havia adiantado que Martine seria a porta-bandeira. Já havia o interesse do Comitê Olímpico do Brasil de juntar a velejadora à parceira na cerimônia, mas havia também a preocupação se a PanAm Sports iria aceitar a novidade.

Pesou, porém, o fato de as duas serem campeãs olímpicas. Para que a dupla não fosse separada, a PanAm Sports aceitou o pedido do COB e liberou que Martine e Kahena levassem a bandeira brasileira na cerimônia.

Martine é filha do bicampeão olímpico Torben Grael. A atleta, natural de Niterói (RJ), começou a velejar aos quatro anos. Ela e Kahena conheceram-se no início da adolescência, quando começaram a participar de competições em barcos diferentes.


Martine Grael e Kahena Kunze em ação — Foto: Divulgação


- Ficamos sabendo hoje, assim que chegamos. Isso representa muito, é histórico para as mulheres. Há muito tempo tínhamos só homens. Então, estamos muito felizes - disse Martine.

Kahena também carrega a vela no sangue. Seu pai, Claudio Kunze, foi campeão mundial júnior da Classe Pinguim. Kahena começou a velejar em São Paulo, na Represa de Guarapiranga, na Classe Optmist.

- Ainda não sei como vai ser, como vamos fazer, se vamos usar uma bandeira ou duas, mas estamos muito felizes e honradas - afirmou Kahena.

As duas se conheceram como adversárias, aos 13 anos. Logo, porém, se tornaram amigas e começaram a velejar juntas. As duas ganharam o título mundial em 2009 na Classe 420. Depois, as duas se separaram por um tempo. Retomaram a parceria no fim de 2012, já pensando no ciclo olímpico rumo aos Jogos do Rio, em 2016.


Martine e Kahena com a bandeira do Brasil em Lima — Foto: Washington Alves/COB


Em 2014, a dupla viveu o seu primeiro grande momento com a conquista do título mundial em Santander, na Espanha. Em 2015, na disputa da Copa do Mundo de Vela, as duas conquistaram um ouro na Inglaterra, uma prata na França e um bronze nos Estados Unidos. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015, elas ficaram com a medalha de prata.

Em 2016, Marine e Kahena chegaram ao ápice com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio. Com a conquista, Martine e Torben Grael tornaram-se os únicos pai e filha campeões olímpicos da história do esporte brasileiro.





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