Ciclofaixa na Avenida Marquês do Paraná será testada aos poucos
Traçado permitirá conectar as zonas norte e sul ao Centro de Niterói
NITERÓI - Longe de ser apenas um desejo apaixonado como sugere Lulu Santos na canção “O último romântico”, para os ciclistas de Niterói reunir a Zona Norte à Zona Sul é uma necessidade, que agora poderá ser possível. Testada no último dia 8, a ciclofaixa provisória da Avenida Marquês do Paraná, ligando as avenidas Roberto Silveira e Amaral Peixoto, será montada periodicamente, em intervalos de um mês e, depois, uma semana, até que se torne fixa. No próximo dia 14, o traçado será segregado com cones para nova avaliação. Até o fim do ano, a conexão com a Zona Norte também será feita através da ciclofaixa na Rua São Lourenço. A prefeitura ainda prepara a campanha “O trânsito é feito de pessoas como você”, que vai tomar as ruas e a mídia a partir de 20 de junho para reforçar a harmonia no espaço público.
Um estudo do grupo Mobilidade Niterói, concluído no último dia 8, apontou a ligação das ciclofaixas da Roberto Silveira e Amaral Peixoto como fundamental para a mobilidade. Foi feita a contagem de ciclos (bicicleta, patins e skate) na Avenida Marquês de Paraná, no trecho entre o final da Roberto Silveira até a Rua Arídio Martins, com o objetivo de analisar os efeitos da ciclofaixa temporária instalada para o Dia Mundial de Bike ao Trabalho. Em comparação com a contagem feita em 21 janeiro, ficou constatado um aumento de 47% no fluxo de ciclos. Em janeiro, no mesmo período do dia, durante os horários de rush, passaram 58,5 ciclos por hora. No dia 8 deste mês, a média foi 86.
ICARAÍ É O 1º BAIRRO DE ORIGEM DOS CICLISTAS
A pesquisa é emblemática quanto à necessidade de ligar as ciclofaixas: quando a estrutura que dá maior segurança ao ciclista foi montada, o crescimento no fluxo foi significativo. O levantamento do grupo também mostrou que Icaraí é o primeiro bairro de origem dos ciclistas (19,65%), seguido de Santa Rosa (15,62%). E também o segundo bairro de destino (18,14%), ficando atrás apenas do Centro (47,61%).
— É fundamental que o Centro seja conectado a Icaraí e à Zona Norte. A maioria dos ciclistas de Niterói parte de Icaraí para o Centro e 15% saem da Zona Norte, em trajetos que não têm segurança — ressalta Sérgio Franco, membro do grupo Mobilidade Niterói.
O trecho da Avenida Marquês de Paraná, entre as ruas Doutor Celestino, no Centro, e Miguel de Frias, em Icaraí, é um ponto crítico. Na última terça-feira, a equipe do GLOBO-Niterói contou, num intervalo de dez minutos, 16 ciclistas aventurando-se em meio a carros e ônibus. Segundo a prefeitura, o processo de implantação de uma ciclofaixa no trecho vai ser feito aos poucos.
— Mudanças viárias interferem diretamente na vida e no hábito das pessoas, por isso não podemos fazê-las de uma hora para outra. É preciso que as pessoas se acostumem. Por isso, vamos fazer testes mensais, que depois passarão a ser semanais, até que seja feita uma ciclofaixa permanente ali — explica o vice-prefeito Axel Grael.
TIPOS DE SEGREGADORES SERÃO TESTADOS
A campanha publicitária da prefeitura terá como foco o convívio entre pedestres, ciclistas e motoristas nas ruas. Spots de rádio, anúncios em bancas de jornais, laterais de edifícios, na internet e na mídia impressa vão disparar mensagens de conscientização. O objetivo é diminuir a tensão entre os usuários de diferentes transportes, mostrando que todos são iguais apesar da condição conflituosa a que o estresse do trânsito os impõe. A prefeitura enviará ainda à Câmara dos Vereadores um projeto de lei que estabelece as regras para a implantação de ciclofaixas e sinalização das vias na cidade. O texto prevê regras e parâmetros para diferentes tipos de ruas e logradouros, estabelecendo um padrão para a malha viária de Niterói.
Alvo de queixas frequentes de ciclistas e motoristas, os tachões que segregam as ciclofaixas das avenidas Roberto Silveira e Amaral Peixoto estão com os dias contados. O equipamento usado para que veículos motorizados não invadam as faixas exclusivas se solta com frequência e será substituído. A prefeitura planeja colocar um novo segregador. O modelo será um dos que foram testados no percurso da ciclovia da Rua Timbiras, em São Francisco. Lá, foram usados vários tipos, para que pudesse ser avaliado qual é o mais adequado para diferentes situações.
— Ainda bem que vão dar um jeito nisso. Muitos se soltaram na primeira semana em que foram colocados. Além disso, não servem de nada, porque não impedem que motos e até carros invadam a faixa. Os taxistas entram toda hora na ciclofaixa para pegar passageiros.
Fonte: O Globo Niterói
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