domingo, 31 de maio de 2015
Nova aventura de Argus Caruso: Bikeboat, a bicicleta que chama a atenção e só falta voar
Ela tem dois metros de comprimento, 90 centímetros de largura e pesa 30 quilos
RIO - Há quem acredite que não existe sensação mais libertadora do que a de pedalar uma bicicleta. Para o arquiteto e designer Argus Caruso Saturnino, de 40 anos, este prazer pode ir muito mais além, se a pedalada for em cima de uma bike que flutua. Por isso, desde 2010 ele vem trabalhando num projeto de veículo que possa ser usado tanto em terra quanto na água, e já fez pelo menos três testes com um protótipo. Batizada de bikeboat, a bicicleta tem dois metros de comprimento, 90 centímetros de largura, pesa 30 quilos e foi adaptada com flutuadores, hélice e vela. A ideia é que ela se transforme em meio de transporte em cidades como o Rio, com lagoas na área urbana; sirva como veículo de apoio para velejadores que precisem ficar aportados ou, simplesmente, seja usada nos momentos de lazer.
— O sonho começou em 2010, durante uma viagem que fiz entre o Nordeste e o Norte. Fui de Pernambuco ao Amapá pela areia das praias em uma bicicleta adaptada com uma vela. Ela funcionava com o vento e chegava a 40 km por hora, sem pedalar. A bike foi bem pela areia na maré baixa, mas eu tinha que passar pelos rios. Na hora da travessia, esperava horas por uma canoa. Pensei então que, se minha bicicleta flutuasse, não iria parar nem depender de ninguém — conta Argus, que voltou do passeio determinado a ganhar esta independência.
Entre os rabiscos iniciais na prancheta e a montagem do primeiro equipamento, foram três anos. Há quatro meses, a bicicleta está sendo construída — e aprimorada — pelas mãos de Argus, que conta com a parceria de algumas empresas. Mineiro de Belo Horizonte, ele preferiu começar os testes por lá. Mas foi no Rio, cidade em que vive há mais de dez anos, que se sentiu mais à vontade para completar o desafio.
— Para elaborar os estudos do primeiro protótipo, fiz vários testes de flutuabilidade com isopor na Baía de Guanabara, no Projeto Grael (na Praia de Jurujuba, em Niterói). Percebi que o veículo podia dar certo e comecei a fazer o protótipo de madeira, usando compensado naval e resina epóxi. Depois fui para Minas, e lá foram feitos testes em piscinas. Agora, numa nova fase, comecei a testar o protótipo nas lagoas do Rio — conta.
Aprimoramentos no projeto
Com a invenção aprovada nos testes, Argus avalia que chegou a hora de aprimorar a bikeboat.
— Além de flutuar, velejar e pedalar, estou querendo adaptar algumas coisas que acho que podem melhorar muito o veículo, como a hélice que vai girar quando o condutor estiver pedalando — diz o mineiro, que cursou arquitetura e fez pós-graduação em design.
Quando estiver na água, o ciclista poderá contar com vela e um remo, que vai aumentar a capacidade de propulsão do veículo, e aumentar sua versatilidade:
— Será como se ele estivesse em um caiaque. Mas como é possível ficar em pé na bicicleta, ela poderá ser usada como um stand up paddle. O próximo teste que quero fazer é no mar. Vou avaliar como a bikeboat vai se comportar ao enfrentar uma onda pequena e, dependendo do resultado, farei algumas travessias.
Na semana passada, a bicicleta anfíbia foi testada na Lagoa Rodrigo de Freitas e atraiu a curiosidade de quem passava por ali. Muita gente tirou fotos com a câmera do celular e fez questão de abordar Argus para saber que veículo era aquele.
Ainda este mês o designer quer realizar uma travessia de Botafogo até a Urca (a data será anunciada pelo site www.arguscaruso.com.br).
— Até agora, os testes ocorreram em lagoas pequenas, mais seguras. Numa situação de mar mais aberto, você começa a lidar com ventos, ondulação, e o mar sempre pode te levar para fora — explica.
Argus investiu cerca de R$ 10 mil só com a compra de materiais para fazer o protótipo.
— Por enquanto, a bicicleta não está com a aparência que espero para o veículo — diz o designer, que há 13 anos ganhou o noticiário quando decidiu dar a volta ao mundo de bicicleta. Passou por 28 países com o objetivo de chamar a atenção para novas formas de transporte nas grandes cidades.
Fonte: O Globo
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