Mapas de São Bernardo do Campo que comparam áreas degradadas com densidade demográfica e perfil hídrico-ambiental para estimar potencial dessas regiões em fazer parte da infraestutura verde urbana |
Instrumento define critérios para aumentar a infraestrutura verde por meio da aquisição de áreas degradadas
Com o objetivo de auxiliar o poder público a traçar planejamentos responsáveis relacionados à infraestrutura verde da cidade, foi desenvolvido na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP uma ferramenta de planejamento ambiental que estima o potencial de áreas degradas se transformarem em áreas verdes, por meio de uma base de dados que cruza aspectos sociais, demográficos, físicos e ambientais.
A ferramenta criada no mestrado da arquiteta e pesquisadora Patricia Mara Sanches analisou, por meio de imagens áreas e visitas em loco, todos os terrenos vazios, abandonados ou subutilizados da cidade de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A tese intitulada “Potencial de recuperação paisagística de áreas degradadas urbanas e seu papel na infra-estrutura verde da cidade” foi defendida março deste ano e orientada pelo professor Paulo Renato Mesquita Pellegrino. Nela, foi escolhida a cidade de São Bernardo como objeto de estudo, devido a este município conter poucas áreas verdes em seu espaço urbano.
Com base neste levantamento preliminar de imagens, mais dados físicos, sociais e ambientais da região foi possível elaborar um índice de regiões atraentes para abrigar novas áreas verdes e, assim, aumentar a qualidade de vida das comunidades atendidas, diminuir a incidência de enchentes em algumas áreas e melhora da biodiversidade urbana.
“A ferramenta serve como um instrumento de avaliação preliminar para os órgãos de planejamento de qualquer cidade. Através dele será possível ampliar a infraestrutura verde das cidades por meio de critérios e responsabilidade”, afirma Patrícia.
Segundo a pesquisadora, o conceito de infraestrutura urbana deve abranger responsabilidades ambientais e sociais. Por isso, os critérios de avaliação foram divididos em quatro grupos: lazer e recreação, drenagem, biodiversidade e mobilidade.
Para cada critério foi atribuído uma pontuação. Conforme a pontuação da área avaliada é definido seu potencial para se tornar um espaço verde dentro da cidade. “Uma cidade é algo muito complexo e sistêmico. A criação de áreas verdes em determinados locais pode tanto servir como espaço de lazer para crianças como diminuir as enchentes no entorno”, diz.
A pesquisadora ressalta que com a recuperação de áreas degradadas e sua transformação em novas áreas verdes, também permite rotas exclusivas para pedestres e ciclistas aumenta-se a convivência das pessoas nestas áreas, diminuindo a criminalidade e a depreciação dos espaços no entorno.
O método de planejamento ambiental pode ser adotado por qualquer município, desde que seja levado em conta suas especificidades, e pode ser obtido diretamente com a pesquisadora.
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Mais informações: email patricia.msanches@usp.br
Reportagem de Marcelo Pellegrini, da Agência USP de Notícias, publicada pelo EcoDebate, 13/06/2011
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