segunda-feira, 11 de março de 2019

Exposição sobre Spix e Martius traz passado e presente do País



Spix e Martius, entre outros passageiros, a bordo da fragata Áustria – Desenho de Thomas Ender


Mostra na USP reproduz imagens feitas pelos dois exploradores alemães no Brasil do século 19

Por Larissa Santos

O público paulista terá a oportunidade de conhecer mais sobre o Brasil do século 19 na exposição Viagem de Spix e Martius pelo Brasil, que foi inaugurada nesta segunda-feira, dia 11, às 12 horas, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP. A mostra abre para visitação pública nesta terça-feira, dia 12, e fica em cartaz até 26 de abril, de segunda a sexta feira, das 8h30 às 18h30. A realização é do Instituto Martius-Staden e do Colégio Visconde de Porto Seguro.

Os curadores da exposição – o professor Willi Bolle, docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, e a historiadora Karen Macknow Lisboa – compuseram a mostra a partir dos livros e registros dos naturalistas alemães Spix e Martius. Esses registros são reproduzidos em 21 banners, acompanhados de fotos feitas por Willi Bolle e pelo diretor do Instituto Martius-Staden, Eckhard Kupfer, em viagens recentes, em que refizeram parte do caminho percorrido pelos dois exploradores alemães.


Carl Friedrich Philipp von Martius

A dupla de pesquisadores Johann Baptist von Spix (1781-1826), doutor em Medicina, e Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868), médico, botânico e naturalista, desembarcou no Rio de Janeiro em 1817, integrando o grupo de estudiosos que acompanhavam D. Leopoldina, que se tornaria esposa do futuro Dom Pedro I. Os alemães iniciaram uma viagem de três anos que contornava o Brasil, desbravando seu interior e litoral, a fim de estudar as várias faces da nova nação.


Johann Baptist von Spix


Seguindo a corrente ideológica naturalista, o Brasil era um paraíso aos olhos dos dois exploradores, que viam um vasto universo para categorizar em nosso território. A dupla desejava classificar o mundo natural, criar coleções e fazer descobertas. Durante a viagem, catalogaram 6.500 espécies vegetais e criaram um herbário de 20 mil exemplares prensados e centenas de espécies vivas. Entre a fauna, classificaram 85 espécies de mamíferos, 350 de aves, 116 de peixes, 2.700 de insetos, 50 de aracnídeos e 50 de crustáceos, além de minerais e fósseis.


Tipos de animais da América tropical, por Martius e Spix


Começando pelo Rio de Janeiro, Spix e Martius notaram a miscigenação de raças e os ares europeus que a nova cidade tinha. Partindo da antiga capital brasileira, rumaram para um mergulho no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, antigo nome do País. Passaram nove dias em São Paulo. Depois seguiram para Ouro Preto, Distrito Diamantino, sertão de Minas Gerais, Salvador, sertão nordestino, Belém e Amazônia, conhecendo Manaus e o caminho do rio Negro e Japurá.

Ao voltar para seu país natal, Spix e Martius já haviam escrito três volumes de Viagem pelo Brasil e ainda o livro Frei Apolônio: Um Romance do Brasil, ficção de autoria de Martius, publicado em 1831 e considerado um dos primeiros romances sobre o Brasil.


Batuque em São Paulo – Gravura de Nachtmann, Spix e Martius (1823-1831)




Seguindo os passos de Spix e Martius

Willi Bolle se dedica a estudar a geografia brasileira desde 1966, quando chegou ao Brasil, vindo da Alemanha, explorando desde a metrópole paulista até o interior amazonense, trajeto semelhante ao que Spix e Martius fizeram dois séculos atrás.

Acompanhado do diretor do Instituto Martius-Staden, Willi vem refazendo os passos dos alemães, registrando as semelhanças e diferenças atuais em relação aos registros de 1800. Eles já passaram por Minas Gerais e Bahia. Em breve deverão visitar a Amazônia. As imagens obtidas nessas viagens integram a exposição, o que permite conhecer o passado e o presente de boa parte do território do País. 


Capa


A exposição Viagem de Spix e Martius pelo Brasil fica aberta ao público a partir desta terça-feira, dia 12, até 26 de abril, de segunda a sexta feira, das 8h30 às 18h30, na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) da USP (Rua da Biblioteca, 21, Cidade Universitária, em São Paulo). Entrada grátis.



Fonte: Jornal da USP














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