Projeto foi apresentado nesta terça-feira, em São Paulo (Foto: Alexandre Massi / Globoesporte.com) |
Técnico ucraniano retorna ao país disposto a preparar ginastas para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e de 2020
Foram três anos longe. Período em que se dedicou à formação de jovens ginastas na Rússia e que serviu para se recuperar do desgaste mental após dois ciclos olímpicos com a seleção brasileira (2001 a 2008). Mas a paixão pelo país e a possibilidade de repetir o sucesso obtido fizeram o ucraniano Oleg Ostapenko, aos 66 anos, voltar. A missão: formar "novas Jades Barbosas e Daianes dos Santos” para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, e também para 2020.
O projeto possui semelhanças ao realizado na última década. A começar pelo local de treinamento, o Centro de Excelência de Ginástica (CEGIN), em Curitiba. Antes mantido pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBGin), o CT agora é administrado pelo Governo do Paraná e pela Federação Paranaense de Ginástica (FPER). Não por acaso, a presidente da entidade é Vicélia Florenzano, responsável pela contratação de Oleg em 2001. Outro ponto em comum é que ele terá a seu lado a esposa e coreógrafa, Nadja Ostapenko.
Dessa vez, porém, as atenções do treinador estarão voltadas para garotas nascidas entre 1998 e 2000. Para ele, quanto mais novas, melhor.
- Gosto de treinar pessoas com essa faixa etária. Elas têm cinco anos para aprender os movimentos. Com 20 anos, a ginasta já aprendeu tudo e precisa ser corrigida. Só que é mais difícil ajustar um elemento quando ele já foi feito antes. A ginasta faz tudo de forma automática - disse Oleg Ostapenko.
Outra diferença importante é o vínculo empregatício. Se na primeira passagem, Oleg era remunerado pelo programa social Solidariedade Olímpica, do Comitê Olímpico Internacional (COI), agora o ucraniano terá os salários pagos por um grupo de investimento, o LiveWright. O movimento é comandado por uma série de empresários e ex-atletas, dentre eles Gustavo Kuerten, Fernanda Keller e Lars Grael, que prevê o desenvolvimento do esporte de alto rendimento no país.
Trinta jovens já foram pré-selecionadas, mas a ideia é que até 20 mil crianças estejam ligadas ao projeto até 2015. Para isso, 32 centros serão abertos em municípios paranaenses e as ginastas que se destacarem serão transferidas para o centro de Curitiba, que será totalmente reformado.
- Os aparelhos que tínhamos foram para Aracaju (nova sede da Confederação Brasileira de Ginástica) e precisaremos nos modernizar. Haverá uma reforma total para não sofrermos com problema de aquecimento no inverno, já que Curitiba é fria. E o Oleg bate muito na tecla de estrutura de recuperação. Teremos sauna, hidromassagem e sala para fisioterapia - revela Eliane Martins, coordenadora do CEGIN.
O descobridor de Daiane e Jade
O ucraniano Oleg Ostapenko, 66, iniciou sua carreira de técnico em 1971. A relação com o Brasil teve início nos Jogos de Sydney, em 2000, quando firmou um acordo verbal com Vicélia Florenzano para comandar a seleção do país, recusando propostas de Grécia, Estados Unidos e Austrália.
Com ele, a seleção brasileira de ginástica artística feminina obteve um feito inédito: levou uma equipe completa para os Jogos Olímpicos (Atenas-2004 e Pequim-2008). Além disso, ajudou Daniele Hypolito, Daiane dos Santos e Jade Barbosa a conquistarem medalhas em campeonatos mundiais.
No fim de 2007, alegando saudades da família e desgaste na relação com as ginastas brasileiras, anunciou a despedida para depois de Pequim-2008. Desde então, treinou a seleção juvenil da Rússia.
Fonte: Globo Esporte
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