Desmatamento da Amazônia, próximo ao Rio Madeira, Rondônia, para implantação de pastagens. Foto Axel Grael. |
Pastagem abandonada às margens do Rio Madeira. Foto de Axel Grael. |
Relatório anunciado ontem pela ministra Izabella Teixeira, pelo ministro Aloísio Mercadante e pelo presidente do INPE, Gilberto Câmara, apresentou o resultado do estudo feito sobre o uso do solo nas áreas desmatadas na Amazônia até 2008.
Veja alguns números e resultados:
- 17,5% da Amazônia já foram desmatados.
- 62,1% da área de 719,2 mil km2 desflorestados viraram pastos.
- 5% apenas da área desmatada tem algum uso agrícola. Esse percentual só é significativo em Mato Grosso
- 21% da área desmatada está se regenerando naturalmente.
- 8,7% da área transformada em pasto virou “pasto sujo”, por não ter sido mantido e ter recebido o alto investimento para manter a pastagem.
- 6,7 dos pastos foram abandonados
- 0,1% virou pasto degradado
- A produtividade da pecuária é de menos de 1 cabeça de gado/hectare.
“A pecuária só é viável em grandes propiedades. É preciso ter de 5 mil cabeças de gado para cima, de forma que se preserve a floresta e se mantenha a produtividade. Existe uma comunidade enorme vinculada à pecuária sem condições de manter uma pecuária produtiva”.
ALOÍSIO MERCADANTE: O ministro chegou a propor uma moratória no desmatamento da Amazônia. “A sugestão chegou a ser debatida na Câmara, mas, por falta de consenso, foi abandonada”.
- O Brasil não tem por que flexibilizar desmatamento. Já temos área suficiente para aumentar muito a produtividade agrícola e pecuária.
IZABELLA TEIXEIRA:
“Esse dado é absolutamente importante para o debate sobre o Código Florestal. Não podemos admitir nada que leve a novos desmatamentos. E o dado mostra que o desmatamento na Amazônia não está associado à agricultura. Então, quem discute que tem que desmatar para ter agricultura na Amazônia está com visão equivocada”.
Disse ainda que: "Temos que eliminar da agenda falsas ideias, falsas colocações de que o meio ambiente impede o desenvolvimento da agricultura. Está comprovado que a agricultura anual, consolidada, não é a responsável pelo uso das terras desmatadas da Amazônia. É preciso aumentar a produtividade, menos de uma cabeça de gado por hectare é algo inaceitável, é um desperdício substituir a floresta por algo que não dá retorno para o país".
Fontes:
Ministério do Meio Ambiente
O Globo, 3 de setembro de 2011: "Pecuária é setor que mais ocupa áreas desmatadas"
O Fluminense, 3 de setembro de 2011: "Amazônia: 60% da área desmatada virou pasto".
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