quarta-feira, 21 de setembro de 2011

De vento em popa: oportunidades e boas perspectivas profissionais

Aula do Curso Profissionalizante de Fibra de Vidro no Projeto Grael. Foto acervo do Projeto Grael.

Polo Náutico da UFRJ oferece cursos para a construção de embarcações de madeira e compósitos ou aço e alumínio. Foto de Marcello Almo.

Por: Prisca Fontes

Não é apenas a indústria da construção naval – responsável pelas grandes embarcações e plataformas de petróleo – que está aquecida. Setor mantém crescimento de 10% ao ano

Não é apenas a indústria da construção naval – responsável pelas grandes embarcações e plataformas de petróleo – que está aquecida. A indústria náutica brasileira experimenta um bom momento com o crescimento da economia após a crise, a estabilidade dos empregos e a desvalorização do dólar. Esses fatores formaram um cenário atrativo para quem tinha o sonho de comprar um barco esportivo ou de lazer.

Segundo a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), o setor mantém uma taxa de crescimento de 10% ao ano e só em 2010 foram produzidos 4,7 mil barcos no Brasil. O mercado de barcos novos e usados movimentou US$ 580 milhões. As exportações de barcos, veleiros e jetsky chegaram a US$ 28 milhões. O presidente da Acobar Eduardo Colunna explica que a produção brasileira tem um padrão de design, qualidade e construção reconhecido e respeitado no mercado internacional.

Para ele, o crescimento do setor náutico na última década gera uma grande demanda de mão de obra qualificada para atuar no mercado. “A fabricação de cada barco pode gerar até cinco empregos diretos e cerca de três indiretos. O mercado nacional emprega aproximadamente 120 mil pessoas em todo o País e ainda assim faltam profissionais. Nós possuímos uma costa navegável de mais de oito mil quilômetros, mas o índice de barcos por habitante é de apenas 1 para 1,6 mil. Em países com extensão muito menor, como o Canadá, esse número sobe para 1 para 15”, afirma Colunna, acrescentando que o Brasil tem grande potencial no setor.

Cursos técnicos

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) oferece cursos profissionalizantes em seu Polo Náutico, na Ilha do Fundão. Mais informações pelo site http://polonautico.wordpress.com .

“Muitos dos alunos nem terminam o curso e são empregados. A maioria começa a trabalhar como projetista, onde o salário inicial é de R$1,5 mil”, afirma Fernando Amorim, coordenador-geral do Polo.

Já o Instituto Rumo Náutico/Projeto Grael, em Jurujuba, oferece além dos cursos de iniciação esportiva, onde os jovens aprendem a velejar, cursos profissionalizantes em marcenaria náutica, mecânica para motor a diesel, mecânica para motor de popa, fibra de vidro, eletroeletrônica, refrigeração e capotaria (costura náutica). Informações pelo telefone 2711-9875.

Estaleiros procuram mão de obra

Bruno Rangel, assessor de marketing da Yacxo Yatchs, explica que a empresa produz embarcações de fibra de vidro, de recreio, chamadas daycruisers (passeio diurno), com propulsão a motor, gerando 35 empregos diretos.

“Queremos e precisamos expandir. Na verdade, no atual cenário chega a ser uma obrigação, tendo em vista os concorrentes estrangeiros visando o mercado consumidor brasileiro. Um dos principais obstáculos para o nosso crescimento é a baixíssima oferta de mão de obra especializada no setor”, diz Rangel, acrescentando que as maiores necessidades são na área de modelagem de peças de fibra, habilidade com ferragens, elétrica, hidráulica, carpintaria e laminação.

Sérgio Rangel, vice-presidente da Magna Estaleiros, afirma que a montagem das lanchas requer uma mão de obra especializada e que a empresa tem dificuldade para contratar profissionais para os cargos de pintores e laminadores. O estaleiro fica no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e fabrica oito modelos de lanchas, que vão de 21 pés a 44 pés de comprimento, todos customizados.

Já Leonardo Chiavazzoli, sócio e gerente da Lanchas Coral destaca que a empresa tem 105 funcionários e que necessitam de profissionais para as áreas de acabamento, laminação, modelagem e montagem. A empresa trabalha na fabricação de embarcações de 16 a 43 pés. “Acredito que o setor vai continuar crescendo, pois o País está interessado e envolvido no desenvolvimento do turismo náutico”, afirma.

Fonte: Jornal O Fluminense

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