domingo, 29 de setembro de 2019

QUEIMADAS: Niterói teve aumento abaixo do estado e dos municípios vizinhos



COMENTÁRIO:

Estamos vivendo tempos em que as queimadas na Amazônia nos assombram e causam reações contra o Brasil no mundo todo.

Condições climáticas e uma política em âmbito nacional que estimula as queimadas causou um incremento nas estatísticas de incêndios em vegetação no país.

Também merece registro, que os dados citados na matéria abaixo, refere-se a incêndios em áreas verdes. Há que se considerar que há alguns anos, a estrutura do órgão especializado em incêndios em vegetação no Corpo de Bombeiros do RJ, foi substituída pela vinculação dos efetivos especializados às áreas protegidas estaduais.

Com isso, é compreensível que o foco esteja mais voltado para os parques e outras unidades de conservação, do que em outras áreas, como encostas cobertas por vegetação herbácea, muito suscetível às queimadas.

Desde 2014, Niterói estruturou o programa Niterói Contra Queimadas e passou a combater incêndios em vegetação, um programa pioneiro no país. No mesmo ano, criou o programa Niterói Mais Verde, que estendeu as áreas protegidas da cidade a mais de 50% do território da cidade.

Como parte do Niterói Contra Queimadas, que tem a coordenação da Defesa Civil de Niterói e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade - SMARHS, fomamos mais de 200 voluntários.

Parte da atribuição dos voluntários é alertar quanto à ocorrência de focos de queimadas. Portanto, há que se considerar que, enquanto em Niterói há todo um esforço de mobilização contra incêndios em vegetação, com a orientação para que a população reporte a ocorrência de focos de incêndios, nas demais cidades é presumível que haja uma sub-notificação muito elevada, devido à falta dos mesmos mecanismos.

Mesmo assim, o índice de aumento de incêndios em vegetação de Niterói foi menor do que os municípios vizinhos e que a cidade conta com mais de 50% do seu território protegido, diferente de muito das cidades da Região Metropolitana.

Segundo a matéria abaixo, Niterói teve aumento de 36,11%, saltando de 144 registros entre janeiro e setembro do ano passado, para 196 no mesmo período deste ano. Nas áreas protegidas, Niterói havia apenas registrado 11 casos, subindo para 29 este ano. Em todo 2018, foram 187 casos de incêndio na cidade.

No entanto, São Gonçalo registrou um aumento de 99,07% na quantidade de incêndios registrados no município. A variação foi de 108 entre janeiro e setembro do ano passado para 215 no período deste ano, número superior ao total de 2018, 147 casos. Em áreas protegidas, subiu de quatro para 28 casos. Deve-se ponderar um agravante: São Gonçalo tem um grande déficit de áreas verdes protegidas.

Em Itaboraí, o aumento foi ainda mais expressivo, de 141,53%. Com poucos casos registrados de janeiro a setembro de 2018 (65), o município teve 157 incêndios em áreas verdes neste ano. Em 2018, foram 93 casos no total. Nas áreas protegidas, o salto foi de dois para 17 casos no comparativo de janeiro a setembro dos últimos dois anos.

Já Maricá apresentou 189 registros de incêndio em vegetação no período do ano passado contra 294 de janeiro a setembro nos últimos dois anos, uma variação de 55,55%. O número total de registro de 2018 (246) também já foi ultrapassado.

Niterói continuará a proteger e a recuperar os seus ecossistemas e seguirá em frente na missão de ser benchmark em políticas públicas para a sustentabilidade urbana.

Vamos em frente!

Axel Grael
Engenheiro florestal

Secretário
Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Modernização da Gestão - SEPLAG
Prefeitura de Niterói



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Queimadas aumentam 69% no Rio


Em Itaboraí, o aumento foi de 141,53% em 2019. Já São Gonçalo teve 99,07% de aumento na quantidade de incêndio entre janeiro e setembro. Em Maricá, a variação foi de 55,55%. Mauricio Gil / Arquivo


Carolina Ribeiro

Incêndio em áreas verdes ultrapassou a marca de 12 mil casos, segundo dados do Corpo de Bombeiros 

O número de queimadas em áreas verdes do Estado aumentou quase 69% no comparativo de janeiro a setembro deste ano com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento do Corpo de Bombeiros. Foram 12.569 incêndios controlados contra 7.455 no mesmo período do ano passado. Só em áreas protegidas, o número de ocorrências saltou de 473 em 2018 para 1.501 casos ( 217%).

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os incêndios em vegetação ocorrem, com maior frequência, em períodos de seca, o que é mais comum entre os meses de maio e outubro. As regiões que possuem maior cobertura vegetal, como a Região Serrana, são as mais afetadas no Estado do Rio, no entanto, o número de ocorrências registradas em Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí aumentou de maneira exorbitante.

Totalizando áreas protegidas (AP) - parques, reservas, área de proteção ambiental, etc. - e áreas não protegidas (ANP), o que inclui terrenos baldios e vegetação em geral, a soma de incêndios registrados no Estado entre janeiro e o dia 15 de setembro deste ano (12.569) já ultrapassou o número de casos de todo o ano de 2018, 9.142 incêndios.





Em Niterói, os casos aumentaram 36,11%, saltando de 144 registros entre janeiro e setembro do ano passado para 196 no mesmo período deste ano. Nas áreas protegidas, Niterói havia apenas registrado 11 casos, subindo para 29 este ano. Em todo 2018, foram 187 casos de incêndio na cidade.

São Gonçalo registrou um aumento de 99,07% na quantidade de incêndios registrados no município. A variação foi de 108 entre janeiro e setembro do ano passado para 215 no período deste ano, número superior ao total de 2018, 147 casos. Em áreas protegidas, subiu de quatro para 28 casos.

Em Itaboraí, o aumento foi ainda mais expressivo, de 141,53%. Com poucos casos registrados de janeiro a setembro de 2018 (65), o município teve 157 incêndios em áreas verdes neste ano. Em 2018, foram 93 casos no total. Nas áreas protegidas, o salto foi de dois para 17 casos no comparativo de janeiro a setembro dos últimos dois anos.

Já Maricá apresentou 189 registros de incêndio em vegetação no período do ano passado contra 294 de janeiro a setembro nos últimos dois anos, uma variação de 55,55%. O número total de registro de 2018 (246) também já foi ultrapassado. Similar a Niterói, a cidade teve onze casos de incêndio em áreas protegidas no ano passado e 29 neste ano.

Causas e prevenção no combate às chamas

Questionado sobre o aumento exorbitante no número de casos, a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros informou que a corporação não apura as causas das ocorrências, apenas atua no combate às chamas e no socorro a vítimas. A extensão da área queimada e as localidades de áreas protegidas não foram divulgados.

O Corpo de Bombeiros recomenda que, embora muitas vezes não seja possível evitar esse tipo de ocorrência (incêndio em vegetação), a população não deve - em todas as épocas do ano - acender fogueiras, queimar lixo no quintal, soltar balões, jogar pontas de cigarro em qualquer ambiente, principalmente nas estradas próximas à vegetação, e jogar garrafas de vidro em áreas florestais e em beira de estrada, que podem funcionar como lente de aumento para os raios solares, gerando calor.

Durante o treinamento dos agentes, ainda na formação básica, os militares do Corpo de Bombeiros recebem instruções teóricas e práticas sobre as especificidades e métodos de combate a fogo em vegetação. Além disso, o CBMERJ possui o Curso de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, que é realizado no 1º Grupamento de Socorro Florestal e Meio Ambiente, no Alto da Boa Vista, com a duração de três meses e meio, e que visa especializar bombeiros de todo o estado para atuarem nas ocorrências de incêndios florestais.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) - responsável por proteger, conservar e recuperar áreas de proteção ambiental do Estado, entre outros - registrou 97 queimadas nas unidades e nas zonas de amortecimento de janeiro até julho deste ano, contra 65 casos no mesmo período do ano passado, um aumento de 49%. O aumento, conforme explicou o Inea, pode estar relacionado às condições climáticas notadas no início deste ano, com períodos de tempo seco nos meses de janeiro e fevereiro.

Em relação às áreas protegidas, o instituto ressalta que as principais causas de incêndios são a queima para limpeza (na agricultura e nas pastagens); balões; cigarros; queima de lixo; fogueiras em acampamentos, caças e pescarias predatórias; e raios. Os pontos mais suscetíveis aos incêndios são os trechos ocupados por vegetação herbácea, arbustiva e gramíneas, sobretudo próximas a assentamentos urbanos e agropastoris, em áreas rurais.

De acordo com o Inea, em suas unidades de conservação, foram registradas queimadas, na maioria dos casos, em pastagens e não em florestas. Os guarda-parques atuam na prevenção, educação ambiental e combate às queimadas, principalmente em pastagens, o que é imprescindível para evitar que as chamas se alastrem para as florestas.


Fonte: O Fluminense








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