quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O mapa que mostra a concentração de plástico na superfície dos oceanos







André Cabette Fábio
05 Jul 2017 (atualizado 05/Jul 18h33) 



Se o ritmo atual se mantiver, os oceanos terão mais plástico do que peixes, em peso, até 2050

Segundo um estudo divulgado no início de 2016 pelo Fórum Econômico Mundial, se o consumo de plástico continuar a crescer no ritmo atual, os oceanos do planeta terão mais plástico do que peixes, em peso, no ano 2050.

Com o tempo, o plástico se quebra em pequenos pedaços chamados de microplásticos, mas isso não significa que ele desapareça. Ele demora para se biodegradar ou se depositar no fundo dos oceanos, e pedaços flutuantes do material se acumulam na superfície da água.

Entre 2007 e 2013, uma equipe capitaneada pelo pesquisador Markus Eriksen realizou 24 expedições para obter dados sobre esse plástico através de coletas do material e registro de concentrações na superfície. Com base nos dados obtidos, eles estimaram que há no mínimo 5,25 trilhões de partículas de plástico flutuante que, juntas, pesam 269 mil toneladas.

Os resultados foram publicados em 2014 na Plos One, um jornal de divulgação científica de acesso público. Com base nas informações, a agência neozelandesa especializada em visualização de dados Dumpark criou um mapa interativo que mostra os pontos de maior concentração.

Cada um dos pontos brancos representa 20 kg de plástico no oceano. É possível observar como o material se acumula próximo à costa do Brasil, por exemplo.


CONCENTRAÇÃO DE PLÁSTICO EM TRECHO DO LITORAL DE SUDESTE E SUL DO BRASIL

Coordenador do estudo no qual o mapa se baseia, Eriksen é diretor do Instituto 5 Gyres, voltado à redução do plástico nos oceanos. A instituição tem esse nome em referência aos giros oceânicos, que são grandes espirais de água formadas por correntes que se colidem. O plástico tende a se acumular nessas regiões.

Uma das formações mais famosas de plástico flutuante é a Grande Porção de Lixo do Pacífico, uma aglomeração que se forma entre a altura do Havaí e da Califórnia e se estende até a costa do Japão. Ele é formado devido à ação do grande giro do Pacífico Norte. Apesar de o nome passar a ideia de que se trata de uma espécie de ilha caminhável, a Porção de Lixo do Pacífico é na verdade uma área com concentração particularmente alta do material. 

Dando um zoom no mapa é possível observar como os pontos brancos têm uma distância pequena entre si, especialmente no centro da porção de lixo. Seu núcleo mais denso, onde se concentra mais material, tem 1.000.000 km².


TRECHO DA GRANDE PORÇÃO DE LIXO DO PACÍFICO


Fonte: Nexo









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