O artigo acima, da Revista Seahorse (uma das mais bem conceituadas do mundo), nos encheu de orgulho.
O texto foi traduzido pelo velejador Manolo Bunge, de Ubatuba. Murillo Novaes editou e publicou em seu blog (http://murillonovaes.wordpress.com/2010/05/10/lars-grael-na-seahorse-magazine/)
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Estudioso e Cavalheiro
Centos de Staristas e convidados estavam sentados nas mesas de jantar ao redor da enorme piscina do Iate Clube do Rio de Janeiro. Por trás do palco, vídeos dos melhores momentos do Campeonato Mundial da Classe Star 2010 rolavam numa tela gigante enquanto a entrega de prêmios iniciava. Gastão Brun, Harry Adler, Peter Dirk Siemsen, Bill Allen, Claude Bonanni e muitos outros que foram e são importantes para Classe Star no Brasil e no mundo, foram chamados para subir e entregar troféus.
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As vozes e música ecoavam e o barulho quicava entre a piscina e o toldo. Alan Adler, campeão mundial de 1989, e seu proeiro Guilherme de Almeida se apresentaram no palco para receber os prêmios da quinta colocação das mãos do próprio pai, Vice-Comodoro da Classe Star, Harry Adler. Alan e Guilherme se deslocaram para esquerda, onde ficaram sob as luzes.
As vozes e música ecoavam e o barulho quicava entre a piscina e o toldo. Alan Adler, campeão mundial de 1989, e seu proeiro Guilherme de Almeida se apresentaram no palco para receber os prêmios da quinta colocação das mãos do próprio pai, Vice-Comodoro da Classe Star, Harry Adler. Alan e Guilherme se deslocaram para esquerda, onde ficaram sob as luzes.
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Os quartos colocados foram chamados. Lars Grael e Ronald Seiffert. A casa caiu.Os aplausos troavam enquanto Lars e Ronie caminhavam entre os presentes para o palco. Terceiros no Mundial 2009 na Suécia e quartos nesse Mundial em casa, a melhor media de todas as tripulações participantes nesses dois campeonatos, provavelmente o mais difícil dos campeonatos mundiais dos one-design.
Os quartos colocados foram chamados. Lars Grael e Ronald Seiffert. A casa caiu.Os aplausos troavam enquanto Lars e Ronie caminhavam entre os presentes para o palco. Terceiros no Mundial 2009 na Suécia e quartos nesse Mundial em casa, a melhor media de todas as tripulações participantes nesses dois campeonatos, provavelmente o mais difícil dos campeonatos mundiais dos one-design.
A ovação em pé para o time era pela performance na água e pelo homem que caminha pelas águas, apesar de ter uma perna só. Lars Grael é um vencedor da vida.
Junto com o irmão Torben seguiram os passos dos tios e ganharam o Mundial da Classe Snipe. Por serem dos primeiros na historia da Vela a colar os logos dos patrocinadores em suas velas, foram chamados de “mercenários”, relata Lars dando risada. Com sete medalhas olímpicas entre os dois, Lars e Torben deram às suas famílias, seu pais, seus patrocinadores, à Vela e às suas comunidades, um retorno muito maior do que poderiam ter imaginado.
Então, treinando à procura de uma terceira medalha, Lars perdeu uma das pernas e quase a vida quando uma lancha de grande porte “pilotada” (pois estava em piloto automático) por uma pessoa sob a influência do álcool passou por cima do seu Tornado, destruindo o barco e deixando-o na água lutando pela vida.
Mais de uma década já transcorreu desse terrível acidente e, com força e determinação, Lars tem hoje uma das carreiras náuticas mais brilhantes novamente encaminhada. Ele é timoneiro ganhador em barcos grandes. Atrapalhou Robert Scheidt até o final na seletiva para Olimpíada 2008. Se o vento é fraco, você pode olhar na frente da flotilha de qualquer campeonato grande que Lars e Ronie estão meia perna à frente de todo mundo. A coragem de não seguir o rebanho é um traço que compartilha com Torben…
Após a terceira colocação no Mundial 2008, Lars e Ronie voltaram ao Brasil para mostrar que são uma força a ter em conta quando ganharam a Warm-Up do mundial, a Taça Royal Thames 2010. A força de caráter de Lars ficou demonstrada quando após um 35º na primeira regata do Mundial, foi melhorando o desempenho em escala progressiva, fazendo 15º, 12º, 10º, 2º e 5º, e assim fechando quase que com chave de ouro. Se for tomado em consideração que no campeonato rolou vento fraco e rondado, correntezas, ondas acima do normal, alem de uma concorrência duríssima, essa dupla cada dia velejou melhor. Após um Mundial longo e complicado, eles ficaram acima de tripulações com muito maior capacidade física, treinamento e com ranking olímpico superior.
A equipe seguinte chamada ao pódio foi a de Torben e Marcelo (cinco Medalhas Olímpicas, Mundiais, Velejador do Ano da ISAF, ganhador da Volvo, e muito importante: irmão do Lars). Não tem como ficar melhor do que isso!
Na frente dos irmãos Grael, os dois degraus superiores foram ocupados pelos favoritos antes de iniciar-se o campeonato, Marazzi e De Maria da Suíça, e os campeões, Iain Percy e Andrew Simpson. Se a gente olha para eles, da para ver que quando não estão velejando, com certeza estão na academia. Fisicamente os rivais mais duros.
Lars Grael – educado, homem de estado, homem de família, filantropo, cavalheiro, velejador campeão, a pessoa mais considerada que você pode cruzar. Um exemplo para todos. O merecedor de uma ovação em pé.
Nota do tradutor: artigo extraído da Revista SEAHORSE de Maio 2010. Acompanha a reportagem uma foto do Lars e Ronie velejando de Star no Mundial 2010.
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