Pier do iate clube totalmente circundado pelas plantas aquáticas. Foto enviada por Cláudio Biekarck.
A Baía de Guanabara, a Represa de Guarapiranga (São Paulo) e o Rio Guaíba (Porto Alegre) têm em comum muito mais do que a primeira sílaba. São consideradas as localidades mais tradicionais e emblemáticas da vela nacional, pois são o berço do esporte no país e produziram os principais atletas que fizeram da vela a modalidade com o maior número de medalhas olímpicas no Brasil. Enquanto a vela se desenvolvia como esporte e o calendário de competições nacionais se fortalecia, surgia também uma saudável rivalidade entre os velejadores, principalmente entre paulistas e fluminenses. O Rio Yacht Club (Sailing) e o São Paulo Yacht Club, por exemplo, disputam há muitas décadas a Commodore´s Cup, uma regata de equipes entre velejadores dos dois clubes. Infelizmente, dos gloriosos aspectos históricos, estes corpos d´água têm outra coisa em comum: todas foram tristemente afetadas pela poluição. Dentre elas, merece destaque o drama vivido pela Represa de Guarapiranga. Construída em 1911 para servir de manancial para a cidade de São Paulo, o local tem sofrido contraditoriamente com os aportes de esgoto doméstico que afetam a qualidade de suas águas. Além disso, há o problema das invasões de suas margens nos períodos de estiagem. Quando as águas baixam, famílias de baixa renda invadem a área do espelho d´água , o que impede que o seu nível retorne à cota original no período seguinte de chuvas. A situação é dramática. Velejadores da Represa de Guarapiranga lançaram mais um grito de socorro. O reconhecido velejador Cláudio Biekarck, distribuiu fotos que mostram a que ponto as coisas chegaram. Extensas ilhas de plantas aquáticas, as chamadas gigogas, vêm tomando o espelho d´água e dificultando o acesso dos velejadores à água. Somente uma coisa pode conter a proliferação contínua desses vegetais, que é a remoção dos nutrientes que chegam à represa pelos rios poluídos. Desejo sucesso para mais essa campanha dos velejadores da Guarapiranga.
Da coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói-RJ. 08-05-2010.
Axel, obrigada pela força! Além de velejadora também moro na beira da represa e a situação aqui está desesperadora. Já mandamos cartas e apelos a todos aqueles que pensamos poder nos ajudar mas não temos tido retorno. Estamos ficando sem idéias para apelar por ajuda!
ResponderExcluirNão dá para se conformar com o descaso com essa maravilhosa represa! ao mesmo tempo que eu fico maravilhada todos os dias quando acordo e olho para ela tambem fico triste e angustiada de pensar que se nada for feito o destino dela será dramático.
Obrigada mais uma vez e contamos com a sua ajuda!
Abraços, Samaia
Ola, Samaia. Somos solidários à luta de vocês. Sei bem das dificuldades, pois atuo em defesa da Baía de Guanabara desde 1980.
ResponderExcluirCostumo dizer que lutar por cada causa ambiental requer acima de tudo esperança e perseverança. A luta é difícil. Normalmente, as vitórias são parciais (sempre temos outras tarefas pela frente) e as derrotas muitas vezes são definitivas.
É como um sacerdócio. Só não podemos desistir.
Axel Grael