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Natureza em fúria!
7/4/2010 09:53:31
Ao acompanhar a tragédia e o caos gerado pelas fortes chuvas no Estado do Rio de Janeiro, fiquei estarrecido com as consequências e o despreparo generalizado para evitar que novas situações semelhantes aconteçam.
A casa do meu irmão Torben em Niterói, foi atingida por um desmoronamento que infelizmente vitimou o motorista de um carro que passava pela Estrada Fróes. Sua casa está interditada e suas garagens e 2 carros foram destruidos. Na crônica de Alexandre Garcia no Bom Dia Brasil da TV Globo, ele pontuou bem a necessidade de mudança de postura da população e dos seus governantes quanto a questão da civilidade.
Esta civilidade envolve a consciência da população quanto lixo urbano, as construções irregulares nas encostas e áreas de proteção ambiental, a coleta de lixo e meios alternativos de transporte urbano.
Não tive como não pensar no amigo velejador Alexandre Levi ao analisar os efeitos desta catástrofe da natureza no Rio. Alexandre possui um estudo e um projeto para incrementar o transporte aquaviário no Rio de Janeiro. Poderia transportar 500 mil passageiros por dia, desafogando o transporte sobre rodas e trilhos.
Me faz lembrar, a reação do maluco beleza Raul Seixas ao constatar que seu carro havia sido destruído numa ressaca na orla carioca: “Pô bixu, não culpo a natureza não, tudo que o homem invadiu e roubou dela, ela tomará de volta...”.
O raciocínio é que numa situação de enchente como esta, o único transporte que funciona é o aquaviário!
Enchentes ocorrem várias vezes ao ano e com: maior ou menor intensidade. Tantas outras já ocorreram e muitas recentes como neste verão em Angra dos Reis e no Vale do Paraíba.
Nestes casos, as ruas se alagam, os metrôs se alagam e as encostas desmoronam, e o deslocamento até para equipes de salvamento é precário.
O desenvolvimento do transporte aquaviário no Rio, torna-se imperativo para desafogar o fluxo normal e servir como grande alternativa nas situações de enchentes.
Rio de Janeiro deveria copiar o modelo de outra cidade olímpica Sidney que também possui uma bela baía e sabe aproveitar e muito o transporte aquaviário e marítimo.
É o momento de uma vez por todas, mudar a atitude para tolerância zero para as construções em áreas de risco. Demolir e remanejar as construções existentes, e, não tolerar novas construções.
Quando os prefeitos Luis Paulo Conde, Cesar Maia e Eduardo Paes falaram em murar as favelas p/ delimitar e impedir o crescimento das mesmas em áreas de risco, vieram os solicialistas morenos de plantão para falar em "guetos"; "segregação"; "justiça social" e outras sandices demagógicas na busca de votos nas eleições.
Formalizar uma metrópole que avançou na informalidade há décadas, é uma tarefa difícil. Só se dará por união e conscientização da população e os 3 poderes. Enfim: civilidade!
Ações paleativas e a esperança que no período olímpico, as chuvas são menos rigorosas, não serve!
A natureza está em fúria e as catástrofes não escolhem datas!
É hora de bater neste bumbo!
Lars S. Grael
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