Ao longo dos anos o uso de técnicas nucleares para estudar o acúmulo e transporte de sedimentos através dos principais portos do país fez o Brasil economizar milhões de dólares em custos de dragagem, informou o pesquisador da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Jefferson Vianna Bandeira.
Em parceria com a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA) a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) brasileira tem usado radioisótopos para mapear os movimentos de sedimentos que afetam os principais portos do Brasil desde 1960. Ao longo dos anos o uso de técnicas nucleares para estudar o acúmulo e transporte de sedimentos através dos principais portos do país fez o Brasil economizar milhões de dólares em custos de dragagem, segundo o pesquisador da CNEN, Jefferson Vianna Bandeira.
Com um litoral de mais de 8.500 km, 90% das exportações e importações totais do Brasil passam por seus portos, que foram construídos há mais de 100 anos. Manter rotas marítimas abertas e permitir que esses portos acomodem navios de maior porte com cargas cada vez maiores requer dragagem constante, muitas vezes a um custo elevado.
Por isso, o foco inicial da parceria entre a AIEA e a CNEN foi avaliar o comportamento dos sedimentos dragados na área do Porto de Santos depois de serem despejados. O uso dos radioisótopos para rastrear os movimentos dos sedimentos tornou possível encontrar locais ideais o mais perto possível do porto para despejá-los, minimizando o fluxo de sedimentos de volta para a baía.
“Nos estudos realizados na década de 70 na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro, para a construção do porto Ilha da Madeira, provavelmente ‘economizamos’ mais de 100 mil quilômetros de distância percorrida de dragagem”, disse Bandeira. “Isso resultou em uma economia de milhões de dólares para as autoridades portuárias brasileiras”, acrescentou. O uso de técnicas nucleares na indústria, incluindo radiotraçadores, será o tópico do Fórum Científico de Viena desse ano, nos dias 15 e 16 de setembro.
Através do programa de cooperação técnica da AIEA, muitos cientistas brasileiros receberam treinamento nos laboratórios da Agência ou foram patrocinados para participar de treinamentos em outros lugares.
Ao mesmo tempo, muitos especialistas da AIEA vão ao Brasil para realizar estudos de transporte de sedimentos e passar conhecimentos para os técnicos locais. Especialistas brasileiros também estão apoiando outros Estados-membros, como a Venezuela, Uruguai e Níger, em projetos que envolvem aplicações utilizando radiotraçadores para estudos de sedimentos.
Saiba mais sobre estes projetos de cooperação, em inglês, clicando aqui.
Fonte: ONU no Brasil
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