A velejadora Fernanda Decnop, da classe Laser Radial, espera confirmar sua vaga e fazer bonito nos Jogos do Rio Divulgação / Fred Hoffmann |
A um ano da Olimpíada, atletas do outro lado da Baía de Guanabara vivem a expectativa de participar da grande festa do esporte
Patrick Monteiro
Daqui a exatos 365 dias, quando o manuseamento do calendário “voltar” à página do mês de agosto, danças, coreografias e fantasias formarão, no Maracanã, o enredo de uma grande festa, que terá seu tradicional discurso. Nele, uma não menos famosa frase colocará a América do Sul, definitivamente, no mapa do esporte mundial: “Abertos os Jogos Olímpicos do... Rio de Janeiro”.
Será a primeira vez do continente majoritariamente hispano, mas que receberá tal evento justamente em sua única terra de língua portuguesa. Atletas de 206 países entrarão nas pistas, quadras, campos, areias, tatames, piscinas e mares em busca de medalhas em 42 modalidades.
Debutar também é verbo que faz parte do dicionário olímpico de Martine Grael. Ao lado de Kahena Kunze, a niteroiense forma a dupla que reúne boa parte das esperanças brasileiras de vitória na vela. A parceria rendeu, entre outras conquistas, o Mundial da classe 49er FX no ano passado. Predicado determinante para colocar as estreantes na lista de candidatos a dourar uma medalha.
“Estamos aproveitando muito todas essas viagens, tentando descontrair o máximo possível. E eu fico imaginando como é que vai ser, o que vamos fazer depois da Olimpíada”, confessa Martine, que mostra estar em sintonia com a companheira paulista.
A niteroiense Fabiana da Silva está perto da vaga brasileira no badminton Divulgação / Yves Lacroix |
“Como eu nunca fui numa Olimpíada, bate uma ansiedade de querer velejar, saber como vai ser”, revela Kahena.
Por falar em ansiedade, essa é a palavra que move as emoções daquela que pode ser a representante da cidade no badminton.
“A expectativa vai aumentando e a ansiedade também. É uma mistura de sensações, e isso é incrível”, afirma Fabiana da Silva, que ainda busca sua vaga.
Inspirado no sucesso recente da equipe feminina, o time masculino de handebol do Brasil tenta fazer história e, ao menos, sobreviver à primeira fase da disputa – algo que não aconteceu em suas duas participações anteriores. Para isso, deverá contar com dois jogadores de Niterói.
“Temos obtido grandes resultados a nível mundial, o que deixa a comunidade do handebol muito esperançosa quanto a grandes resultados nos Jogos Olímpicos”, resume o armador central Diogo Kent, companheiro de seleção do conterrâneo Zeba.
Diogo Kent (13) e Zeba (à direita) estarão na briga por uma medalha no handebol. Divulgação/Cinara Piccolo |
Quem também está bem perto de garantir presença nos Jogos é ÍrisTang Sing, atual quarta colocada do ranking mundial de taekwondo e sexta no olímpico. Caso mantenha sua posição neste segundo, a atleta de Itaboraí vai ser figura certa na Rio-2016.
“Estamos fazendo o melhor para representar Itaboraí e o Brasil nos Jogos Olímpicos e brigar por uma medalha. Conto com a torcida de todos”, frisa a medalhista de bronze do último Pan-Americano.
Além desses, outros competidores do lado de cá da Baía esperam chegar com força na Cidade Maravilhosa. Prata junto com Giovanna Pedroso no nado sincronizado, em Toronto, Ingrid Oliveira é mais uma integrante da lista niteroiense, que conta ainda com Beatriz (Baby) Futuro, do rúgbi. Já Marcus Vinícius D’Almeida, de apenas 17 anos, pretende levar Maricá ao conhecimento internacional. A pouca idade do atleta do tiro com arco tende a ser compensada pelos seus títulos, como, por exemplo, o mundial juvenil e o bronze por equipes no Pan-2015.
Na torcida pelos brasileiros estará alguém que sabe bem o caminho das Olimpíadas. Ex-jogador de handebol, o hoje secretário de esporte e lazer de Niterói, Bruno Souza, participou das edições de Atenas (2004) e Pequim (2008).
“A minha esperança é de que a passagem do maior evento do mundo sirva para deixar legados não só de infraestrutura, mas também da mudança cultural-esportiva da sociedade”, ressalta.
Com bagagem ou não, confirmado ou na luta pela classificação, um sentimento é certo em cada personagem dessa nova história, que começará a ser escrita às 18h da sexta-feira, 5 de agosto de 2016: o desejo de ganhar.
“Minha vontade não é só brigar pela vaga e participar, mas sim ser competitiva para disputar uma medalha”, projeta a velejadora e sargento da Marinha, a niteroiense Fernanda Decnop – dona do terceiro lugar da Laser Radial no Pan.
Fonte: O Fluminense
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