Subsecretária Isaura Frega e subsecretário de Relações Internacionais do Rio, Pedro Spadale, com representante holandês. Foto: Divulgação / Cezar Muller |
Secretaria formalizou com governo da Holanda a adoção de sistema de recolhimento de lixo da Baía de Guanabara, visando melhorias para os Jogos Olímpicos 2016
A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) formalizou com o governo holandês, ontem, a adoção do sistema de monitoramento de resíduos sólidos flutuantes, que otimizará o recolhimento de lixo das águas da Baía de Guanabara.
Durante o workshop “Rio e Holanda: Troca de experiências para o saneamento da Baía de Guanabara”, representantes de empresas privadas holandesas, envolvidas com projetos de sustentabilidade, apresentaram soluções para a coleta e o tratamento de resíduos que podem vir a beneficiar as águas da baía.
A subsecretária Executiva e de Economia Verde da SEA, Isaura Frega, representando o secretário André Corrêa, assinou o memorando de entendimento com o cônsul-geral da Holanda, Arjen Uijterlinde, que permitirá a troca de experiências para a gestão de resíduos sólidos que chegam até às águas da baía.
Ao falar sobre os compromissos do Estado em despoluir a baía, Isaura Frega foi interlocutora de um recado do secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, que estava num compromisso em Brasília:
“Tudo o que puder ser feito de curto prazo para os Jogos Olímpicos vai ser feito. Vamos garantir que a área de competições dos Jogos Rio 2016 terá uma baía limpa, e vamos atacar, ao mesmo tempo, a origem do problema e buscar um projeto de longo prazo para resolver de vez os problemas”, garantiu Corrêa.
Segundo o técnico do Instituto Deltares, João Lima, o sistema prevê a movimentação de resíduos flutuantes, com até quatro dias de antecedência, de acordo com uma série de variantes, como correntes marítimas, marés e condições meteorológicas. O programa é baseado num modelo numérico que vem sendo desenvolvido através de um cruzamento de informações do Programa de Saneamento Ambiental da Baía de Guanabara (PSAM), da SEA, do Inea e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“É agora o momento de se garantir, de se estabelecer os compromissos para o pós-olimpíadas. Temos um ambiente bastante favorável para que se construa esse pacto e que vá além dos Jogos Olímpicos. Não podemos deixar que o esforço agora seja um esforço apenas curativo, um esforço de improviso, e que a gente construa o legado que é possível construir ainda neste prazo”. Axel Grael
Ainda de acordo com o técnico, o software está sendo aprimorado para incluir outras variantes, como o aumento de vazão dos rios com as chuvas e o deslocamento de diferentes tipos de lixo flutuante.
Isaura Frega lembrou a responsabilidade dos 15 municípios do entorno da baía nesse processo de limpeza:
“Devemos pensar em não sujar a Baía de Guanabara, não investir tantos recursos na limpeza, depois que a baía já está suja. A experiência holandesa pode contribuir para esta mudança de paradigma. Quando a gente pensa na questão do lixo, não adianta pensar em limpar a baía, mas, pensar em não sujar. Atrair os municípios para o trabalho conjunto e permanente para buscar soluções locais para o lixo produzido nessas cidades. Esse é o novo desafio da Secretaria de Estado do Ambiente” – afirmou a subsecretária-executiva e de Economia Verde da Secretaria de Estado do Ambiente.
Um dos presentes na mesa, o vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, enfatizou a importância de se aproveitar a visibilidade da Baía de Guanabara e avançar em medidas de curto prazo para as Olimpíadas e, também, em se consolidar uma agenda pós-Jogos Rio 2016.
“É agora o momento de se garantir, de se estabelecer os compromissos para o pós-olimpíadas. Temos um ambiente bastante favorável para que se construa esse pacto e que vá além dos Jogos Olímpicos. Não podemos deixar que o esforço agora seja um esforço apenas curativo, um esforço de improviso, e que a gente construa o legado que é possível construir ainda neste prazo”, destacou.
Fonte: O Fluminense
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