Secretário de Saúde Francisco D´Angelo e o prefeito Rodrigo Neves. Foto de Janaína Gouvea. |
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, anunciou nesta sexta-feira (15/03) um plano emergencial com uma série de medidas para enfrentar o problema da dengue no município. Segundo o prefeito, dados da Secretaria Municipal de Saúde indicam que a cidade apresenta um quadro de epidemia da doença. Entre os dias 1º de janeiro e 12 de março, foram notificados no município 1.633 casos de dengue, o que corresponde à taxa de incidência de 335 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Nenhum óbito foi registrado no município até agora.
"Apesar de os governos federal e estadual não terem concluído as análises dos dados epidemiológicos de Niterói, como eu tenho tratado as questões da cidade com toda a transparência e firmeza no enfrentamento dos problemas, penso que tratando a questão da dengue de forma transparente, informando à sociedade, é o melhor caminho", disse o prefeito.
A Secretaria de Saúde esclarece que a população está mais suscetível a contrair a doença por intermédio do vírus 4, que foi detectado no país mais recentemente. Por isso, reforça a necessidade de buscar atendimento o mais rapidamente possível, pois quanto mais precoce o diagnóstico, melhores resultados apresenta o tratamento.
"Eu peço à população de Niterói, às famílias, que procurem os centros de hidratação e unidades de saúde da cidade caso as pessoas apresentem sintomas da doença, como febre, dor no corpo, dores de cabeça e diarreia", conclamou o prefeito.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a circulação do vírus da dengue já foi comprovada em 20 dos 52 bairros do município.
Os números referentes apenas aos meses de janeiro e fevereiro deste ano totalizam 1.569 casos, taxa de 321,8 casos por cada grupo de 100 mil habitantes (dados sujeitos a alteração devido ao atraso nas notificações). No mesmo período do ano passado, houve 960 casos.
As medidas emergenciais
De acordo com Rodrigo Neves, uma das medidas do plano emergencial é a contratação imediata de três veículos fumacê. Em razão destes veículos terem restrições ambientais, eles serão usados com ênfase nos bairros onde estão concentrados os maiores números de casos suspeitos da doença: Engenho do Mato, Largo da Batalha e Santa Rosa. Um dos veículos já deverá estar à disposição neste sábado (16/03). Segundo o prefeito, o único carro fumacê da cidade passou mais de um ano quebrado em uma oficina do Rio de Janeiro.
Outra medida anunciada pelo prefeito é a ampliação do número de centros de hidratação no município. Atualmente, há unidades deste tipo em funcionamento nas policlínicas regionais Maria Aparecida Costa (Itaipu), Sérgio Arouca (Santa Rosa), Renato Silva (Engenhoca), Francisco da Cruz Nunes (Largo da Batalha), além da Unidade de Urgência Mário Monteiro, em Piratininga. A partir deste sábado, haverá centros de hidratação também nos módulos do Médico da Família do Cafubá e Engenho do Mato, e nas policlínicas regionais Carlos Antônio da Silva (centro) e Guilherme March (Fonseca).
Segundo Rodrigo Neves, a Prefeitura está criando também um Comitê Intersetorial, que envolve várias secretarias como a de Conservação e Serviços Públicos, Educação, Executiva, Meio-Ambiente, Obras, além da Clin (Companhia de Limpeza Urbana), que vai ajudar no combate à doença. Está prevista para este sábado (16/03), uma ação integrada no Engenho do Mato, na Região Oceânica.
De acordo com o prefeito, a administração municipal vai também realizar a compra emergencial de inseticida para combate ao mosquito Aedes aegypti dentro das casas, a contratação de profissionais de saúde para atuarem especificamente nos centros de hidratação e o reforço no abastecimento de medicamentos e insumos para o atendimento dos pacientes.
Herança
Rodrigo Neves afirmou que o quadro atual de epidemia na cidade é resultado do descaso com o sistema de saúde do município nos últimos anos.
"Essa realidade em Niterói é resultado de uma herança de completo desmantelamento do sistema de saúde. Não é à toa que decretamos situação de emergência na saúde de Niterói. Já tivemos epidemias em 2011 e 2012. Não foram feitos trabalhos de combate à larva do mosquito. Esse trabalho devia ter sido desenvolvido ao longo do ano passado, principalmente no segundo semestre. Dengue a gente colhe no verão o que deixa de plantar ao longo do ano anterior", disse o prefeito.
O prefeito afirmou que outro exemplo do caos que encontrou na saúde foi que o Plano de Contingência da Dengue, feito pelo governo anterior, foi rejeitado pelo governo estadual. Segundo ele, a atual administração elaborou um novo plano em 30 dias, que foi aprovado.
O secretário municipal de Saúde, Chico D´Ângelo, apontou outros motivos para a disseminação da doença em Niterói.
"Ainda constatamos que não estava ocorrendo aplicação de larvicida. Por fim, o calor intenso do verão e as fortes chuvas que caíram sobre o estado aceleraram o processo de multiplicação do mosquito e a consequente disseminação da doença", afirmou.
Rodrigo Neves disse ainda que, apesar das medidas de ajuste fiscal e choque de gestão que vem tomando até agora, não vai economizar recursos e esforços para enfrentar o problema da dengue no município.
"No enfrentamento à epidemia, não vamos economizar recursos porque se trata de preservar e defender a vida. Vamos trabalhar duro para uma redução drástica deste quadro. Tenho confiança que o verão de 2014 será melhor e que a população de Niterói vai participar deste esforço com a Prefeitura", afirmou.
O prefeito afirmou que outras medidas contra a dengue já haviam sido tomadas como a visita às casas onde poderiam haver focos da doença, que foram iniciadas em janeiro. Segundo ele, moradores disseram que isso não era feito há dois anos no município. Afirmou ainda que conta com o apoio do governo do estadual que, de acordo com ele, colocou equipamentos à disposição da Prefeitura de Niterói.
Fonte: Prefeitura Municipal de Niterói
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