domingo, 24 de março de 2013
Acabar com a pobreza depende de metas ambientais mais fortes
Por Redação TN / Alister Doyle, Reuters
Os governos devem impor limites radicais em tudo, desde o uso da água até as emissões de gases do efeito estufa, se quiserem ter alguma chance de acabar com a pobreza global, afirmou um grupo de cientistas. Os países precisariam fortalecer a legislação sobre qualidade do ar, cortar ao menos pela metade a quantidade de água retirada dos mananciais e começar a reduzir a poluição, tudo isto, até 2030, sugerem.
“O funcionamento estável dos sistemas da Terra - incluindo a atmosfera, oceanos, florestas, mananciais, biodiversidade e ciclos biogeoquímicos - é pré-requisito para uma sociedade global próspera”, escreveu o grupo liderado por pesquisadores australianos na edição de quinta-feira do periódico Nature.
O relatório tinha como objetivo alimentar as discussões das Nações Unidas desta semana sobre os compromissos que devem substituir as Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDM), que expiram em 2015.
A sugestão é que seja estabelecido um novo alvo para acabar com a pobreza global em 2030, mas que isto apenas seria possível se os países aumentassem os esforços de preservação do planeta na corrida pelo crescimento econômico.
O aquecimento global traz um risco cada vez maior de enchentes, secas e ondas de calor, o que por sua vez ameaça a produção de alimentos e o desenvolvimento econômico.
Os cientistas comentaram que as diretrizes atuais da ONU para o desenvolvimento sustentável, ou para o crescimento econômico que não prejudica o ambiente, precisam de mais ênfase sobre a proteção ambiental devido aos danos ligados ao aumento da população.
“A proteção do sistema de suporte à vida na Terra e a redução da pobreza devem ser prioridades gêmeas”, escreveram os autores.
Eles colocam que o pico das emissões de gases do efeito estufa deve ser em 2020, seguido de cortes de 3% a 5% ao ano até 2030. Isto marcaria um rompimento radical com a tendência atual já que as emissões mundiais crescem na ordem de cerca de 3% ao ano sem nenhum sinal de diminuição.
"Se você olhar 100 anos para trás, seria possível acabar com a pobreza na Europa ao explorar os recursos naturais, como o carvão. O mundo parecia infinito”, disse à Reuters David Griggs, professor da Universidade Monash e principal autor do estudo.
“Agora começamos a ver os recursos naturais acabando e mesmo assim ainda temos um pensamento de ‘terra infinita’”, criticou.
Griggs admite que as metas sugeridas, em questões desde mudanças climáticas até a limitação da extinção de animais e plantas, são robustas em comparação àquelas sendo consideradas pelos governos, mas comentou que eram necessárias para salvaguardar o desenvolvimento econômico e social.
Simplesmente expandir as metas de crescimento estabelecidas nas MDM, como defendido por alguns países, é inadequado, comentaram os autores.
“O modelo atual é obsoleto”, disse Owen Gaffney, co-autor do estudo do Programa Internacional Geosfera-Biosfera da Suécia.
*Tradução Fernanda B. Muller, Instituto CarbonoBrasil.
Fonte: TN Projetos Sociais
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