Em entrevista ao Terra, Lars Grael contou como Robert Scheidt "revolucionou" a preparação física para a vela. Foto: Edson Lopes Jr./Terra |
FLAVIO C. D'ALMEIDA
Direto de São Paulo
Um dos maiores velejadores do País, Lars Grael está otimista com a participação da vela brasileira nos Jogos Olímpicos deste ano. Em entrevista ao Terra, Lars fez um prognóstico de medalhas, falou sobre a situação atual da modalidade no Brasil e contou quais são seus objetivos dentro do esporte nos próximos anos, entre outros temas abordados.
O experiente velejador acha que a chance da medalha de ouro é grande na classe Star: "na vela o efeito surpresa pode ser grande. Mas eu posso afirmar que se existe favoritismo, o Brasil tem hoje um franco favoritismo à medalha de ouro na classe Star, com a dupla Robert Scheidt e Bruno Prada".
Ao comparar Scheidt com o britânico Iain Percy, atual campeão olímpico na Star e provável principal adversário da dupla brasileira em Londres, Lars vê uma vantagem para o Brasil. "O Robert Scheidt como atleta, como velejador é mais completo, com a diferença que o Iain Percy parece às vezes sentir a pressão."
O País também pode brigar pelo pódio olímpico em outras duas classes, segundo Lars Grael: "(o Brasil) pode ter medalhas e tem chances claras na classe windsurfe masculino (RS:X), com Ricardo Winicki dos Santos (Bimba), e na classe 470 feminina". Nesta última, Fernanda Oliveira e Ana Barbachan ganharam recentemente a disputa pela vaga contra a dupla formada por Martine Grael (sobrinha de Lars) e Isabel Swan.
Grael destacou o potencial de Jorge Zarif Jr., 19 anos, que pode até surpreender em Londres, porém é mais uma aposta para o Rio 2016. "O Jorginho é um garoto que tem a cabeça no lugar, hoje é um diamante que falta ainda ser lapidado e polido. Então precisaria de um técnico em tempo integral, uma preparação física mais adequada, e se tivesse isso eu diria que ele já seria um candidato à medalha em Londres."
Atalho para jovens velejadores
Diferente de outras modalidades, a experiência é um fator fundamental na vela, e dificilmente um atleta chega ao topo antes dos 25 anos. Para que velejadores obtenham bons resultados cedo, Lars sugere a implementação de um "caminho mais curto": "o correto seria no Brasil a gente deter o conhecimento armazenado de forma pedagógica e passar isso aos jovens para criar um atalho de conhecimento".
Brasil entre os 5
Apesar da ausência de um centro de excelência de vela ou algum projeto similar, Lars Grael considera que o País está em ótima posição no cenário internacional da modalidade. "Eu diria que hoje o Brasil está entre as cinco maiores potências da vela olímpica."
O revolucionário "superatleta"
Na entrevista, Lars ressaltou algo que é pouco abordado, que é o preparo físico específico para vela. Segundo ele, Scheidt "revolucionou" neste aspecto. "A vela mudou o paradigma, sobretudo no Brasil, com a chegada do Robert Scheidt. Ele foi o primeiro velejador que não apenas trazia o conceito de conhecimento técnico, mas ele foi o primeiro velejador 'superatleta'. Ele mostrou que um físico totalmente atlético teria um diferencial em seu favor em relação a velejadores normais."
Star fora do Rio 2016, um "equívoco histórico"
"Tudo leva a crer, a não ser que o Brasil faça uma virada de jogo que comece pelo Comitê Organizador do Rio 2016, que o Star estará fora dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o que é um equívoco histórico da Federação Internacional de Vela, porque tira dos Jogos Olímpicos os velejadores mais famosos, mais experientes e os velejadores pesados também."
Objetivos pessoais na vela
"Com essa perspectiva (da Star fora) não há a menor chance de eu e o Torben pretendermos voltar para uma Olimpíada. Pretendo velejar em alto nível e o meu objetivo hoje é voltar a estar entre os cinco melhores do mundo no Mundial de 2013."
Fonte: Terra
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