Em valores, o setor esportivo movimentou, em 2010, R$ 78,6 bilhões MARCOS BRINDICCI / REUTERS |
RIO — Na primeira década do milênio, o setor do esporte “rodou” a uma velocidade superior à da própria economia do país. A taxa média de crescimento do PIB do Brasil foi de 3,2%, entre 2000 e 2010, ao passo que a média de crescimento anual do setor esportivo foi de 6,2%. O setor mostrou fôlego mesmo durante os anos de crise global, ganhou investimento e aumentou a participação nas despesas das famílias brasileiras. Em valores, movimentou, em 2010, R$ 78,6 bilhões e elevou a fatia no PIB de 1,702%, na década anterior, para 1,997%.
A recente radiografia do setor pertence à dupla formada pelo advogado Ary Graça e pelo economista Istvan Kasznar, que há mais de 20 anos se debruça sobre os números que movimentam a economia do esporte. Com dados colhidos em cerca de 1200 empresas e estatísticas oficiais, eles relançam uma análise sobre o crescimento econômico da atividade no livro “A Indústria do Esporte no Brasil, Economia, PIB, Emprego e Evolução Dinâmica" (Editora M Books, R$ 59, 283 páginas). O livro será lançado na Livraria Argumento, na próxima segunda-feira.
— O esporte brasileiro há muito tempo deixou de ser uma atividade lúdica e passou a ser uma indústria. A medicina mostra que com a expectativa de vida em alta, o nível de doenças diminui entre aqueles que praticam esportes. O PIB brasileiro hoje depende do esporte —afirma Kasznar.
O setor que experimentou mais ganhos de participação foi o de Artigos Esportivos, com destaque para roupas, instrumentos e equipamentos esportivos; Alimentos, Bebidas e Vitaminas; além de mochilas, joelheiras e bonés. Com mais dinheiro no bolso, os brasileiros viram a sua economia estabilizar, com inflação baixa e real forte, e consumiram mais. A taxa de participação do setor de Artigos Desportivos, que passou de 53,50% de participação em 2001, para 59,75% em 2010.
Os autores consideram que os impactos de crescimento se refletem ainda em outras atividades.
— Calculamos que cada R$ 1 investido em infraestrutura esportiva mobiliza R$ 6,50 para atividades que não são ligadas ao esporte, como o varejo e o marketing — afirma Graça.
Apesar do impulso desde a escolha do Brasil para sediar grandes eventos esportivos, o crescimento da renda e da continuidade da estabilidade econômica, eles dizem que ainda pesam contra a expansão do setor gargalos de infraestrutura e afalta de profissionalização da gestão esportiva.
— Há dúvidas sobre o grau de aproveitamento da infraestrutura dos eventos e também sobre o acompanhamento da construção. Com Olimpíadas e Copa despertou-se para o esporte, mas ainda não para um ponto de vista financeiro — diz Kasznar.
Fonte: O Globo
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Opinião de Axel Grael:
LEGADO DOS GRANDES EVENTOS
Artigo mostra a importância atual do esporte para a economia do Brasil. E tende a aumentar muito. A preocupação deve ser como consolidar para que o mesmo se verifique após a Copa 2014 e a Rio 2016..!!!
Axel Grael
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