domingo, 5 de setembro de 2010

Mapa interativo traz perfil de barragens previstas para a bacia amazônica

Rio Xingu: local de implantação da UHE Belo Monte.

A construção desenfreada de barragens teria efeitos devastadores para ecossistemas e povos da Amazônia.

Por International Rivers, Fundación Proteger, Ecoa

Um banco de dados online e interativo lançado hoje ilustra o impacto de mais de 140 grandes barragens em vários estágios de planejamento na Bacia Amazônica. Este recurso exclusivo, disponível em www.dams-info.org, usa fontes oficiais de informação para documentar o número chocante de barragens planejadas no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, e descreve a devastação que estes projetos trariam para o rio Amazonas e seus povos.

A Amazônia possui um papel fundamental na regulação do clima mundial e se caracteriza como uma região de extraordinária biodiversidade. A maior e provavelmente a mais importante bacia hidrográfica do mundo, a Amazônica, contém 60% das florestas tropicais remanescentes no planeta. No entanto, os mais de 140 projetos de barragens descritos no banco de dados ameaçam de forma irreparável a integridade biológica da Amazônia e a vida das populações locais, cuja subsistência depende da preservação dos ecossistemas ribeirinhos.

Disponível em inglês, espanhol e português, a base de dados Barragens na Amazônia apresenta informações técnicas e econômicas das diversas represas existentes, planejadas e parcialmente construídas. Apenas na Amazônia brasileira, estão sendo planejadas mais de 60 barragens. Contudo, países vizinhos como Peru, Bolívia e Colômbia também possuem projetos de grande escala na região.

"É surpreendente ver os planos que governos e grandes empreiteiras têm para a bacia mais importante do mundo. Se todos esses projetos forem concretizados, serão uma enorme catástrofe para ecossistemas amazônicos e os meios de vida de centenas de milhares de indígenas e ribeirinhos que dependem do rio para sua sobrevivência", disse Brent Millikan, diretor do Programa da Amazônia da International Rivers.

"Para a próxima fase deste projeto, esperamos incorporar outras fontes úteis de informação, tais como mapas das áreas indígenas, das unidades de conservação ambiental e das linhas de transmissão de energia, a fim de mostrar quantos projetos de barragens irão impactar diretamente essas áreas sensíveis de proteção ", disse Millikan.

"Esperamos que a informação contida nesse recurso online seja de grande interesse para governos, pesquisadores, educadores e organizações não-governamentais. O desenvolvimento do banco de dados foi um desafio técnico por envolver a participação de especialistas de sete países, incluindo Argentina, Brasil, Bolívia, Peru e Estados Unidos ", explicou Federico González Brizzio, coordenador de comunicação da Fundação Proteger e responsável pela elaboração e implementação da plataforma.

"A maior parte das informações foram compiladas a partir de fontes oficiais e de empresas envolvidas nos projetos e esses dados foram cruzado com informações fornecidas por pesquisadores e organizações da sociedade civil. Quando houve divergência de informações, esta foi devidamente identificada com referência às diferentes fontes consultadas, facilitando a utilização do site por pessoas interessadas em obter informações detalhadas e confiáveis ", disse Brizzio. O site foi desenvolvido pela Fundação Proteger, da Argentina e pela International Rivers, dos Estados Unidos, contando com o apoio financeiro da Ecoa, Brasil.


International Rivers/EcoAgência
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