O jornal O Fluminense de ontem (06/08/2010) publicou matéria sobre os entraves à construção do túnel Charitas-Cafubá. Em 2007, quando eu era presidente da antiga FEEMA- hoje INEA - recebi o EIA/RIMA do empreendimento encaminhado para análise pela Prefeitura de Niterói. O documento era de má qualidade e não cumpria as normas ambientais, precisou ser refeito e ainda não tem condições de ser aprovado.
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A principal pendência atual é a falta de um estudo de impacto viário, o ponto mais vulnerável do projeto e sobre o qual temos as nossas maiores críticas.
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Túnel não pode ser analisado isoladamente
Na nossa visão, o debate sobre o túnel só faz sentido se analisado no contexto de um planejamento mais amplo, que pense nas soluções de transporte para toda a cidade e que inclua também as alternativas ao falido rodoviarismo, cuja consequência é o caos diário em que nos encontramos.
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Esse planejamento poderá vir com o PDTT - Plano Diretor de Transporte e Trânsito em elaboração pela prefeitura.
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Túnel poderá ser uma frustração
Apesar de ser a grande esperança de muitos moradores da Região Oceânica, a opção pelo túnel poderá frustrar os seus anseios, pois considerando as dificuldades de escoamento do atual túnel São Francisco-Icaraí e as demais vias até o Centro e a Ponte, principalmente no período matinal, a nova obra fará apenas, que os motoristas da Região Oceânica cheguem mais rápido ao engarrafamento e só tornará o problema ainda pior.
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Um termômetro do quanto o assunto é importante para os niteroienses, é a quantidade de comentários que recebi em meu blog (http://www.axelgrael.blogspot.com/) sobre o assunto. Nas manifestações recebidas, podemos verificar como as opiniões divergem. Ao contrário dos moradores da Região Oceânica, os que residem nas imediações da obra manifestam-se contrários. As razões de ambas as partes são relevantes e a preocupação é legítima.
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Sabemos que o assunto é polêmico e por isso merece muito debate. Que venha logo o PDTT e que traga soluções!!!
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Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 07 de agosto de 2010.
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Para mais informações, leia aqui no Blog toda a polêmica e o debate em torno da postagem:
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24 de junho de 2013
Esclarecimento:
ERROS DO PROJETO DO TÚNEL CHARITAS-CAFUBÁ SÃO CORRIGIDOS COM A TRANSOCEÂNICA
Saiba como a TransOceânica substituirá com muitas vantagens o antigo projeto do túnel
O texto acima foi postado originalmente em 2010 e eu reafirmo as minhas opiniões de então sobre a proposta equivocada então apresentada pela Prefeitura, na gestão anterior, para a implantação do túnel Charitas-Cafubá.
Na gestão de Rodrigo Neves, os problemas da concepção rodoviarista do túnel, conforme foi apresentado na gestão passada, foram corrigidos com a concepção do projeto do BRT da TransOceânica, iniciativa por mim coordenada.
A TransOceânica ligará Charitas ao Engenho do Mato, contando com um túnel entre Charitas e o Cafubá.
A diferença é que o projeto anterior era um projeto rodoviarista, com prioridade para o trânsito de automóveis, mediante a concessão do túnel para a iniciativa privada por um prazo de 30 anos, com a cobrança de um pedágio de R$ 9,00, sendo R$ 4,50 em cada sentido. Provavelmente, este seria a maior tarifa/km do país. Vale lembrar que o túnel então concebido teria 1,3 km. Compare o preço do pedágio previsto com o atualmente cobrado pela Ponte, que é de R$ 4,90 (cobrado apenas no sentido Niterói) para uma ponte de 13 km.
O túnel anterior previa apenas duas pistas em cada sentido. O túnel da TransOceânica não terá pedágio, terá três pistas em cada sentido, sendo uma exclusiva para o BRT. Há ainda a previsão de uma ciclovia pelo túnel. Para que o ciclista possa atravessá-lo de forma saudável e segura, estuda-se a melhor solução de ventilação da ciclovia. E a TransOceânica não é apenas um túnel, mas um equipamento que permitirá que o passageiro desloque-se com conforto e na metade do tempo entre o Engenho do Mato e Charitas, podendo embarcar em estações e terminais intermediários.
O túnel da TransOceânica não terá pedágio, terá três pistas em cada sentido, sendo uma exclusiva para o BRT. Há ainda a previsão de uma ciclovia pelo túnel. Para que o ciclista possa atravessá-lo de forma saudável e segura, estuda-se a melhor solução de ventilação da ciclovia.
A TransOceânica contará ainda com linhas troncais que facilitarão o deslocamento dos bairros da Região Oceânica aos seus equipamentos. Estão previstos também ciclovias e bicicletários nas estações.
Portanto, a TransOceânica, por dar prioridade para o transporte coletivo, é uma solução de mobilidade para a população da Região Oceância, com consequências positivas para toda a cidade.
Apesar do governo passado ter oficializado a concessão do túnel Charitas-Cafubá, a obra não tinha verba destinada pelo governo ou captada pela concessionária. A obra não tinha nem mesmo licenca ambiental para ser executada. A TransOceânica já possui uma verba de R$ 292 milhões aprovada, o detalhamento do projeto já está sendo contratado, o licenciamento ambiental já está sendo providenciado pela Prefeitura junto ao INEA e uma série de outros estudos estão sendo realizados.
A TransOceânica não é a única solução de mobilidade a ser implantada pelo governo municipal. Também está sendo planejado um VLT entre Charitas e o Centro de Niterói e a Prefeitura prepara-se para captar também recursos para a TransNiterói, que ligará o Largo da Batalha à Ponte e ao Centro da cidade. A Prefeitura também faz gestões junto ao governo do estado para que a ligação hidroviária entre Charitas e a Praça XV ocorra com tarifas mais adequadas.
Portanto, a TransOceânica é parte de um planejamento para dotar Niterói de uma alternativa multimodal para o transporte coletivo, melhorando significativamente os problemas atuais de engarrafamentos diários que atormentam os niteroienses.
Veja, a seguir, tudo o que já está sendo feito para a implantação da TransOceânica, cujas obras começam no início de 2014:
Prefeito Rodrigo Neves sanciona Lei da TransOceânica
TRANSOCEÂNICA: CÂMARA AUTORIZA PEDIDO DE EMPRÉSTIMO PARA MOBILIDADE URBANA
Vídeo: Apresentação da TransOceânica aos vereadores na Câmara Municipal de Niterói
Presidenta Dilma anuncia liberação de R$ 292,3 milhões para PAC da Mobilidade de Niterói
Recebendo em Brasília a aprovação do projeto da TransOceânica
Pelo que vi na discussão do Blog, apenas o Axel e um morador da fazendinha (Anônimo) se manifestaram contra o túnel... Concordo que isoladamente não é a solução definitiva, mas acredito ser uma obra importantíssima para viabilizar um melhor deslocamento à região oceânica. É como a linha amarela para a Barra, está terrível hoje devido à falta de transporte público adequado que poderia utilizar esta via. Mas imaginem como estaria hoje sem ela......
ResponderExcluirOi Ivan,
ResponderExcluirÉ verdade que as manifestações aqui em resposta à minha postagem são quase unânimes em defender o túnel. Eu entendo, pois há uma motivação maior em se manifestar quando se sofre as consequência diária do trânsito.
Mesmo solitário, continuo achando que o túnel não resolverá o problema para o pessoal da Região Oceânica e piorará para outras regiôes da cidade.
Alias, ser minoria, como você dá destaque em sua mensagem, nunca foi um problema para mim. Estou acostumado com isso. Afinal, sou engenheiro florestal, ambientalista, velejador, filiado ao Partido Verde, empreendedor social, etc. Como vê, estou sempre do lado minoritário.
Ser minoria, nunca me inibiu a vontade de expor e defender as minhas ideias. É isso que eu faço aqui no Blog, e fico cheio de orgulho quando alguém como você participa do debate.
Se o tunel vai acontecer ou não, só o futuro revelará. Triste seria se isso ocorresse sem debates e reflexão. Isso, fico feliz de estar promovendo, mesmo que seja aqui neste espaço singelo. Portanto, me orgulha ver manifestações como a sua, mesmo que divergentes.
Continuarei criticando o túnel, mas no campo das ideias, não de uma forma mesquinha e politiqueira para onde estes debates tendem a se desvirtuar. Isso não me interessa.
Meus argumentos já estão bem expostos aqui no Blog. O principal deles é que o tunel só fará com que as pessoas cheguem mais rápido ao engarrafamento. Os congestionamentos diários no tunel São Francisco-Icarai mostram isso. Ali é o ponto crítico.
Obrigado, Ivan.
Esta é uma das obras de decadas passadas que ainda nao foram realizadas, finalizadas ou nao serao em Niteroi,diga-se de passagem que ja nao fazem grande importancia no contexto geral,entretanto como obra politica e imediatista aplausos terao.A uma convergencia descomunal para cidade de Niteroi pelas cidades que a circundam e indiretamente estados e empresas internacionais de diversos ramos em especial nessa decada PETROLEO.A ponte RIO-Niteroi e Manilha entre outras estao esgotadas.Um remanejamento imediato deste fluxo que desemboca em nossa cidade para a cidade de SAO GONÇALO e MAGE. Com um realiamento e ampliaçao das vias dos bairros em Niteroi seremos benefiados com um melhor ir e vir.Abraço
ResponderExcluirConcordo. O Túnel vai apenas mudar o engarrafamento de lugar. A Cidade precisa de opções de transporte coletivo eficiente e não só de obras viárias de alto custo financeiro e ambiental.
ResponderExcluirAxel.
ResponderExcluirNão se sinta tão solitário.
Na verdade o tunel ligará o nada a lugar nenhum, pois o engarrafamento começa antes do tunel e termina, se é que isso existe, depois,kkk.
Tenho a oportunidade da visão de cima, voando de asa e parapente, e a alternativa para criar circulação no transito é ativar a ligação da Charitas, por uma estradinha que já existe, na frente do Clube Naval, até a Prainha de Piratininga.
Aí sim, que sai da R. Oceanica e vai para S Francisco ou Charitas (catamarã e etc) usa o caminho novo, desafoga o transito de quem vai para o Centro de Niteroi e etc, que usa o cominho antigo.
É o que eu vejo.
Pecce
O tunel pode não resolver todos os problemas. Mas, sem dúvidas, vai poupar o pequeno e espremido bairro de São Francisco de ser apenas passagem para a RO com o volume de tráfego q se inchou sem qqs obras de infra-estrutura para isso desde a inauguração do novo terminal hidroviário da Charitas - q tb não trouxe mais transporte público ou vagas para estacionamento dos usuários.
ResponderExcluirOi Selma.
ResponderExcluirObrigado por participar do debate. Eu também moro em São Francisco, alias em um lugar que sofre muito com o trânsito que vem ou vai para a Região Oceânica e Pendotiba.
É possível que a construção do túnel melhore um pouco em algumas partes do bairro, mas as pessoas estão se iludindo com as vantagens anunciadas. De manhã, o engarrafamento está ligado ao tunel São Francisco-Icaraí, o único meio de escoamento do trânsito naquele sentido. Em que o túnel novo vai alterar esta realidade? Pelo contrário, vai estimular mais gente a usar o carro. Para o nosso bairro, portanto, a realidade não mudará, poderá apenas transferir o local de ocorrência do caos...
Axel Grael