Mais uma notícia para encher de orgulho os niteroienses pela oportunidade e a sorte de ter na cidade uma instituição da importância e do nível de excelência, como a Universidade Federal Fluminense - UFF.
Como mostra a matéria abaixo, pesquisadores da UFF publicam em revista científica internacional os resultados de estudos que representam avanço importante na luta contra o câncer.
Este é mais um grande resultado da universidade, que celebra 60 anos de contribuições para a ciência nacional e para a formação superior e para o cotidiano de Niterói.
Parceria
Reconhecendo a importância da universidade para a cidade, no dia 28 de novembro, a Prefeitura de Niterói formalizou uma cooperação para a implementação do Programa de Incentivos a Projetos Aplicados e Fomento à Inovação.
Por meio do programa, a Prefeitura investirá R$ 30 milhões de reais em iniciativas de pesquisa, extensão e inovação que apresentem soluções aplicadas para problemas concretos da cidade. Os objetivos foram determinados participativamente por meio de consulta pública à sociedade niteroiense. Os projetos terão duração de três anos a partir de abril de 2020.
Axel Grael
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Pesquisadores brasileiros desenvolvem nanorreservatório anticâncer
A professora Célia Machado Ronconi entre os pesquisadores Evelyn C. S. Santos e Thiago Custódio dos Santos — Foto: Acervo pessoal |
Dispositivo poderá liberar fármaco diretamente nas células malignas, diminuindo o efeito tóxico da medicação
Por Mariza Tavares
Jornalista, mestre em comunicação pela UFRJ e professora da PUC-RIO, Mariza escreve sobre como buscar uma maturidade prazerosa e cheia de vitalidade.
A pesquisa ainda está em estágio inicial, mas é muito promissora e, daqui a alguns anos, poderá fazer uma baita diferença na vida das pessoas. Um grupo de 11 pesquisadores brasileiros assina artigo, publicado semana passada na conceituada revista britânica “Journal of Materials Chemistry B”, sobre o desenvolvimento de um nanorreservatório que contém um fármaco anticâncer com potencial para atacar apenas células malignas.
Trata-se de uma parceria da cientista Célia Machado Ronconi, professora associada do Departamento de Química Inorgânica da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenadora do Laboratório de Química Supramolecular e Nanotecnologia, e pesquisadores do Departamento de Química Orgânica da UFF, do Laboratório de Carcinogênese Molecular do Inca (Instituto Nacional de Câncer), coordenado pelo professor Luís Felipe R. Pinto, e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas. Ela explica: “podemos comparar esse minúsculo reservatório a uma válvula, que se abre e se fecha. Dentro dele fica o fármaco, ou seja, o medicamento anticâncer, que é sempre muito tóxico e acaba afetando não somente as células cancerosas, mas também as saudáveis. O que conseguimos in vitro, no laboratório, foi fazer com que essa 'válvula', que tem uma espécie de 'tampa', só se abra quando encontra as células do câncer”. E por que houve essa sincronia tão auspiciosa? Acontece que as células do câncer se desenvolvem num pH mais ácido que o do sangue, e a “tampa” foi projetada para liberar o conteúdo do nanorreservatório exatamente num meio ácido. Por isso a droga foi direto no alvo!
Para quem quer refrescar a memória das aulas de química e biologia, o pH do sangue fica entre 7,35 e 7,45, ligeiramente alcalino. Já o pH de células de câncer é mais ácido e pode variar de 4,5 a 5,5. A “tampa” do reservatório, cujo nome científico é pilarareno, só abre – ou se rompe – para liberar a droga quando o meio está ácido (pH menor que 7), na presença de prótons. Em meio básico (pH maior que 7), o dispositivo permanece fechado. “Investigamos a liberação do fármaco no núcleo de células de câncer de mama e o resultado foi além das nossas expectativas. Houve redução de 92% da viabilidade das células de câncer. O nanorreservatório carregado, que liberou o medicamento, foi mais tóxico para as células de câncer do que o fármaco puro”, afirmou a professora.
O grupo da UFF trabalha com o desenvolvimento de dispositivos que respondam a um comando para liberar fármacos, que pode se dar através de luz, campo magnético, reações de oxirredução ou variação de pH – como ocorreu nesse caso. Seu objetivo é diminuir os efeitos tóxicos dos medicamentos que já existem, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. A pesquisa levou aproximadamente dois anos e foi parte do trabalho de doutorado de Evelyn C. S. Santos, com a participação do doutor Thiago Custódio dos Santos, Tamires S. Fernandes e Vinicius G. Madriaga, alunos da UFF. O estudo recebeu investimentos da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) e do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). Depois de alcançar resultado tão favorável in vitro, os cientistas pretendem agora utilizar camundongos imunodeficientes para os ensaios.
Fonte: G1
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